segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Um tipo diferente de herói.
O Deus que conhece seu nome.
Eis o herói americano: o caubói.
Ele empina o cavalo fazendo-o parar à beira do precipício. Desloca seu peso na sela, cansado da trilha de gado. Um dedo empurra o chapéu para o alto da cabeça, um movimento do lenço revela um rosto queimado ao sol.
Mil cabeças de gado passam por trás dele. Mil milhas de caminhada deitam-se à sua frente. Mil mulheres adorariam abraçá-lo. Mas ninguém o abraça. Ninguém o abraçará. Ele vive para conduzir o gado, e conduz o gado para viver. É honesto nos negócios e rápido no gatilho. Duro na montaria. Lento para falar. Seu melhor amigo é o cavalo, e sua força é a coragem.
Não precisa de ninguém. É um caubói. Um herói americano.
Eis o herói da bíblia: o pastor.
Na superfície, é semelhante ao caubói. Ele, também, é austero. Dorme onde uivam os chacais e rondam os lobos. Nunca tem folga. Sempre alerta. Como o caubói, seu teto são as estrelas e os pastos, sua casa.
Mas ai terminam as semelhanças.
O pastor ama suas ovelhas. Não que o caubói não aprecie seu gado; ele simplesmente não conhece o animal. Nem quer conhecer. Você já viu algum retrato de um caubói acariciando uma vaca? Você já viu algum pastor cuidando de uma ovelha? Por que essa diferença?
Simples o caubói leva o gado para a morte. O pastor leva as ovelhas para serem tosquiadas. O caubói quer a carne do gado. O pastor quer a lã das ovelhas. E assim, tratam de forma diferente os animais.
O caubói dirige o gado. O pastor lidera as ovelhas.
Não estamos contentes por Cristo não ser chamado de caubói de Deus? Mas alguns o vêem desse jeito. Um fazendeiro de rosto fechado, queixo quadrado, que vem do céu para levar sua igreja contra a vontade dela, para lugares a que ela não quer ir.
Mas é uma imagem errada. Jesus se chamou o Bom Pastor. O Pastor que conhece suas ovelhas pelo nome e que dá a vida por elas. O Pastor que protege, alimenta e possui suas ovelhas. A Bíblia está repleta dessa idéia de Deus.
“O Senhor é o meu pastor...” (Sl 23: 1)
“Nós, teu povo e ovelhas do teu pasto” (Sl 79: 13)
“Ó Pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como um rebanho” (Sl 80: 1)
A figura é transportada para o Novo Testamento.
Ele é o pastor que arriscará a vida para salvar uma ovelha desviada (Lc 15: 4).
Ele tem pena das pessoas por que são como ovelhas sem pastor. (Mt 9: 36).
Seus discípulos são seu rebanho (Lc 12: 32).
As ovelhas não são espertas. Têm uma propensão para entrar em corredeiras à procura de água, ai a lã fica pesada e elas se afogam. Precisam de um pastor que as conduza às “águas tranqüilas” (Sl 23: 2). Elas não tem defesa natural – nada de garras, chifres nem presas. São indefesas. As ovelhas precisam de um pastor com uma “vara e o cajado” (Sl 23: 4) para protegê-las. Elas não têm senso de direção. Precisam de alguém que as lidere “pelas veredas da justiça” (Sl 23: 3).
É o que acontece conosco. Nós também temos a propensão de sermos levados por águas que deveríamos evitar. Não temos defesa contra um leão mau que ruge, rondando a quem possa devorar.
Precisamos de um pastor, não de um caubói que nos arrebanhe; precisamos de um pastor que cuide de nós e nos guie.
E temos um, um que nos conhece pelo nome.
Max Lucado, Ouvindo Deus nas Tormentas.
Capitulo 11, um tipo diferente de herói
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