domingo, 30 de julho de 2017

30 de Julho.

O sofrimento que fortalece a fé

Tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. 
Tiago 1:2-3.

Por mais estranho que pareça, um dos principais propósitos de ser abalado pelo sofrimento é que nossa fé se torne mais inabalável.
A fé é como o tecido muscular: se você o forçar ao limite, ele fica mais forte, não mais fraco. Isso é o que Tiago quer dizer aqui. Quando a sua fé é ameaçada, provada e pressionada até quase se romper, o resultado é uma maior capacidade de suportar.
Deus ama tanto a fé que ele a provará até quase romper-se, a fim de mantê-la pura e forte. Por exemplo, ele fez isso com Paulo, de acordo com 2 Coríntios 1.8-9:
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos”.
As palavras “para que” mostram que havia um propósito nesse sofrimento extremo: era para que Paulo não confiasse em si mesmo e em seus recursos, mas em Deus e, especificamente, na futura graça de Deus em ressuscitar os mortos.
Deus valoriza tanto a fé que temos de todo o coração que ele, graciosamente, tirará tudo no mundo em que nós poderíamos ser tentados a confiar — até mesmo a própria vida. Seu objetivo é que nos tornemos cada vez mais fortes em nossa confiança de que ele mesmo será tudo o que nós precisamos.
Ele quer que possamos dizer com o salmista: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Salmo 73.25-26).

John Piper.

sábado, 29 de julho de 2017

29 de Julho.

O plano de Deus para os mártires

A cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram. 
Apocalipse 6:11.

Por quase trezentos anos, o Cristianismo cresceu em solo regado pelo sangue dos mártires.
Até o imperador Trajano (cerca de 98 d.C.), a perseguição era permitida, mas não era legal. De Trajano a Décio (cerca de 250 d.C.), a perseguição era legal, mas principalmente local. De Décio, que odiava os cristãos e temia o impacto deles em suas reformas, até o primeiro edito de tolerância em 311, a perseguição não era apenas legal, mas difundida e geral.
Um escritor descreveu a situação neste terceiro período:
O horror se espalhou por toda parte em meio às congregações; e o número dos lapsi [aqueles que renunciavam à sua fé quando ameaçados]… era enorme. Entretanto, não havia falta de quem permanecesse firme e sofresse o martírio em vez de ceder; e à medida que a perseguição crescia e se intensificava, o entusiasmo dos cristãos e seu poder de perseverança se tornavam cada vez mais fortes.
Assim, por trezentos anos, ser cristão era um ato de imenso risco para sua vida, posses e família. Era um teste do que você mais amava. E na extremidade desse teste estava o martírio.
E acima desse martírio havia um Deus soberano que disse que haveria um número determinado. Eles têm uma função especial a desempenhar na plantação e encorajamento da igreja. Eles têm um papel especial a desempenhar ao fechar a boca de Satanás, que constantemente diz que o povo de Deus o serve somente para suas vidas melhorem (Jó 1.9-11).
O martírio não é algo acidental. Ele não surpreende a Deus. Não é inesperado. E enfaticamente não é uma derrota estratégica para a causa de Cristo.
Pode parecer uma derrota, mas é parte de um plano no céu que nenhum estrategista humano jamais conceberia ou poderia projetar. E tal plano triunfará para todos os que perseverarem até o fim pela fé na graça de Deus.

John Piper.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

28 de Julho.

Porque nós não desanimamos


Mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. 

2 Coríntios 4:16.

Paulo não consegue enxergar da forma que costumava (e não havia óculos). Ele não consegue ouvir como ouvia antes (e não havia aparelhos auditivos). Ele não se recupera dos espancamentos como costumava se recuperar (e não havia antibióticos). Sua força, caminhando de cidade em cidade, não se mantém como antes. Ele vê as rugas em seu rosto e pescoço. Sua memória não é tão boa. E ele admite que isso é uma ameaça à sua fé, alegria e coragem.
Mas ele não desanima. Por quê?
Ele não desanima porque o seu homem interior está sendo renovado. Como?
A renovação do seu coração vem de algo muito surpreendente: ela vem por olhar para o que ele não
pode ver.
“Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Coríntios 4.18).
Este é o modo de Paulo não desanimar: olhar para o que você não pode ver. O que ele via?
Alguns versículos mais adiante, em 2 Coríntios 5.7, ele diz: “Andamos por fé e não pelo que vemos”. Isso não significa que ele salta no escuro sem a evidência do que existe ali. Isso significa que, por enquanto, as realidades mais preciosas e importantes do mundo estão além dos nossos sentidos físicos.
Nós “olhamos” para essas coisas invisíveis através do evangelho. Nós fortalecemos nossos corações — renovamos nossa coragem — fixando nosso olhar na verdade invisível e objetiva que vemos no testemunho daqueles que viram Cristo face a face.

John Piper.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

27 de Julho.

Se você não lutar contra a luxúria

Amados, exorto-vos… a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma. 
1 Pedro 2:11.

Quando eu confrontei um homem quanto ao adultério em que estava vivendo, tentei compreender sua situação e pedi que ele voltasse para sua esposa. Então, eu disse: “Você sabe, Jesus diz que se você não lutar contra esse pecado com o tipo de seriedade de quem está disposto a arrancar o próprio olho, você irá para o inferno e sofrerá ali para sempre”.
Como um cristão professo, ele olhou para mim com total incredulidade, como se nunca tivesse ouvido algo assim em sua vida, e disse: “Quer dizer que você acha que uma pessoa pode perder a sua salvação?”.
Assim, eu aprendi repetidamente, por experiência própria, que há muitos cristãos nominais que têm uma visão da salvação que a desconecta da vida real, que anula as ameaças da Bíblia e que coloca a pessoa pecadora que afirma ser um cristão além do alcance das advertências bíblicas. Creio que essa visão da vida cristã está confortando milhares de pessoas que estão no caminho largo que conduz à perdição (Mateus 7.13).
Jesus disse que se você não lutar contra a luxúria, não irá para o céu. Não é que os santos sempre sejam bem-sucedidos. A questão é que resolvemos lutar, não que temos sucesso sem falhas.
Os riscos são muito mais altos do que se o mundo fosse explodido por mil mísseis de longo alcance, terroristas bombardeassem a sua cidade, o aquecimento global derretesse as calotas ou a AIDS destruísse as nações. Todas essas calamidades podem matar apenas o corpo. Mas se nós não lutamos contra a luxúria, perdemos as nossas almas.
Pedro diz que as paixões da carne guerreiam contra as nossas almas. Os riscos nessa guerra são infinitamente maiores do que em qualquer ameaça de guerra ou terrorismo. O apóstolo Paulo listou “prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza”, então disse que “por estas coisas é que vem a ira de Deus” (Colossenses 3.5-6). E a ira de Deus é imensamente mais temível do que a ira de todas as nações juntas.
Que Deus nos dê graça para considerarmos seriamente as nossas almas e as dos outros e continuarmos a luta.

John Piper.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

26 de Julho.

O que significa amar ao dinheiro

O amor do dinheiro é raiz de todos os males. 
1 Timóteo 6:10.

O que Paulo quis dizer quando escreveu isso? Ele não quis dizer que o dinheiro está sempre em sua mente quando você peca. Muitos pecados acontecem quando não estamos pensando em dinheiro.
Minha sugestão é essa: ele quis dizer que todos os males no mundo provêm de um certo tipo de coração, a saber, o tipo de coração que ama ao dinheiro.
Agora, o que significa amar ao dinheiro? Não significa admirar o papel azul ou as moedas de cobre ou de prata. Para saber o que significa amar o dinheiro, você tem que perguntar: O que é o dinheiro? Eu gostaria de responder a essa pergunta dessa forma: O dinheiro é simplesmente um símbolo que indica os recursos do homem. O dinheiro representa o que você pode obter do homem em vez de Deus.
Deus negocia com base na moeda da graça, não com dinheiro: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei” (Isaías 55.1). O dinheiro é a moeda dos recursos do homem. Assim, o coração que ama o dinheiro é um coração que fixa as suas esperanças, busca os seus prazeres e deposita a sua confiança no que os recursos do homem podem oferecer.
Assim, o amor ao dinheiro é praticamente o mesmo que a fé no dinheiro: a crença (certeza, confiança, segurança) de que o dinheiro atenderá às suas necessidades e o fará feliz.
O amor ao dinheiro é a alternativa à fé na futura graça de Deus. É a fé nos futuros recursos do homem. Portanto, o amor ao dinheiro, ou a confiança no dinheiro, é a base da incredulidade nas promessas de Deus. Jesus disse em Mateus 6.24: “Ninguém pode servir a dois senhores… Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
Você não pode confiar em Deus e no dinheiro ao mesmo tempo. A crença em um é a incredulidade no outro. Um coração que ama ao dinheiro — que confia no dinheiro para a felicidade — não está confiando na futura graça de Deus para a satisfação.

John Piper.

25 de Julho

A estratégia de Satanás e a sua defesa

Resisti-lhe firmes na fé. 
1 Pedro 5:9.

Os dois grandes inimigos das nossas almas são o pecado e Satanás. E o pecado é o pior inimigo, porque a única maneira pela qual Satanás pode nos destruir é nos levando a pecar.
Deus pode soltar as rédeas de Satanás o suficiente para ele nos prejudicar, como fez a Jó, ou mesmo para nos matar, como ele fez aos santos em Esmirna (Apocalipse 2.10); mas Satanás não pode nos condenar ou roubar de nós a vida eterna. A única forma pela qual ele pode nos causar dano decisivo é nos influenciando para o pecado, que é exatamente o que ele pretende fazer.
Assim, a principal atividade de Satanás é defender, promover, favorecer, estimular e confirmar a nossa inclinação ao pecado.
Vemos isso em Efésios 2.1-2: “Estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora… segundo o príncipe da potestade do ar”. Pecar é “segundo” o poder de Satanás no mundo. Quando ele provoca o mal moral, ele o faz através do pecado. Quando nós pecamos, nos movemos em sua esfera e entramos em acordo com ele. Quando pecamos, damos lugar ao diabo (Efésios 4.27).
A única coisa que nos condenará no dia do juízo é o pecado não perdoado — não a doença, as aflições, as perseguições, as intimidações, as aparições ou os pesadelos. Satanás sabe disso. Logo, o seu foco principal não está principalmente em como assustar cristãos com fenômenos estranhos (embora haja muito disso), mas em como corromper cristãos com condutas indignas e pensamentos malignos.
Satanás quer nos atacar em um momento em que nossa fé não esteja firme, quando ela estiver vulnerável. Faz sentido que a mesma coisa que Satanás deseja destruir também seja o meio de resistir aos seus esforços. É por isso que Pedro diz: “Resisti-lhe firmes na fé”. Também é por isso que Paulo diz que o “escudo da fé” pode “apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Efésios 6.16).
A maneira de frustrar o diabo é fortalecer exatamente aquilo que ele está tentando destruir: a sua fé.

John Piper.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

24 de Julho.

Jesus guarda as suas ovelhas

Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.
Lucas 22:31-32.

Embora Pedro tenha falhado miseravelmente, a oração de Jesus o preservou da ruína completa. Ele foi levado a chorar amargamente e foi restaurado para a alegria e ousadia do Pentecostes. Dessa mesma forma, Jesus intercede por nós hoje para que nossa fé não desfaleça (Romanos 8.34).
Jesus prometeu que as suas ovelhas seriam preservadas e nunca pereceriam. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10.27-28).
A razão para isso é que Deus trabalhará para preservar a fé das ovelhas. “Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6).
Nós não somos deixados sozinhos no combate da fé. “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2.13).
Você tem a garantia da Palavra de Deus de que, se for seu filho, ele o aperfeiçoa em todo o bem, para cumprir a sua vontade, operando em você o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo (Hebreus 13.21).
Nossa perseverança na fé e na alegria está final e decisivamente nas mãos de Deus. Sim, nós devemos lutar. Mas essa mesma luta é o que Deus “opera em nós”. E ele certamente o fará, pois “aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8.30).
Ele não perderá nenhum dos que ele conduziu à fé e justificou.

John Piper.

domingo, 23 de julho de 2017

23 de Julho.

Como resistir ao desejo pecaminoso

Pela fé, Moisés… [desprezou os] prazeres transitórios do pecado… porque contemplava o galardão.
Hebreus 11:24-26.

A fé não se contenta com “prazeres transitórios”. Ela é ávida por alegria. E a Palavra de Deus diz: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmo 16.11). Assim, a fé não será desviada para o pecado. Ela não desistirá tão facilmente em sua busca pelo máximo da alegria.
A função da Palavra de Deus é alimentar o apetite da fé por Deus. E, ao fazer isso, ela afasta meu coração do sabor enganoso da luxúria.
À princípio, a luxúria começa a me enganar fazendo-me sentir que eu realmente perderia alguma grande satisfação se eu seguisse o caminho da pureza. Mas, então, eu pego a espada do Espírito e começo a lutar.
Eu li que é melhor arrancar os meus olhos do que cobiçar (Mateus 5.29).Eu li que se eu pensar sobre coisas que são puras, amáveis ​​e de boa fama, a paz de Deus estará comigo (Filipenses 4.8-9).Eu li que fixar a mente na carne traz morte, mas fixar a mente no Espírito traz vida e paz (Romanos 8.6).Eu li que a luxúria guerreia contra minha alma (1 Pedro 2.11), e que os prazeres dessa vida sufocam a vida do Espírito (Lucas 8.14).Porém, o melhor de tudo é que eu li que Deus nenhum bem sonega aos que andam retamente (Salmo 84.11), e que os puros de coração verão a Deus (Mateus 5.8).
Enquanto oro para que minha fé se satisfaça com a vida e a paz de Deus, a espada do Espírito remove o açúcar do veneno da luxúria. Eu vejo o veneno como ele é. E pela graça de Deus, seu poder sedutor é quebrado.

John Piper.

sábado, 22 de julho de 2017

22 de Julho.

Pregue a si mesmo

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. 
Salmo 42:11.

Nós precisamos aprender a combater o desânimo. O combate é uma luta de fé na graça futura. O desânimo é combatido ao pregarmos a verdade a nós mesmos sobre Deus e seu futuro prometido.
Isso é o que o salmista faz no Salmo 42. O salmista prega à sua alma aflita. Ele se repreende e discute consigo mesmo. E seu argumento principal é a graça futura: “Espere em Deus! Confie no que Deus será para você no futuro. Um dia de louvor está chegando. A presença do Senhor será todo o socorro que você precisa. E ele prometeu estar conosco para sempre”.
Martyn Lloyd-Jones acredita que esta questão de pregar a nós mesmos a verdade sobre a graça futura de Deus é importante para a superação da depressão espiritual.
Você já percebeu que uma grande parte da sua infelicidade na vida provém do fato de que você está ouvindo a si mesmo em vez de falar consigo mesmo? Considere aqueles pensamentos que lhe vêm à mente no momento em que acorda de manhã. Você não os originou, mas eles começam a falar com você, trazem de volta os problemas de ontem, etc. Alguém está falando… Você está falando consigo mesmo!
A batalha contra o desânimo é uma luta para crer nas promessas de Deus. E essa crença na graça futura de Deus vem por ouvir a Palavra. E, assim, a pregação para nós mesmos está no coração da batalha.

John Piper.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

21 de Julho.

Exemplos para combate ao desânimo

Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre. 
Salmo 73:26.

Literalmente, o verbo é simplesmente desfalecer: “Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam!”. Estou desanimado! Estou desencorajado! Mas, então, imediatamente ele dispara uma arma contra seu desânimo: “Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre”.
O salmista não cede. Ele luta contra a incredulidade com um contra-ataque.
Essencialmente o que ele diz é isso: “Em mim mesmo sinto-me muito fraco, desamparado e incapaz de reagir. Meu corpo está ferido e meu coração quase morto. Mas seja qual for a razão para este desânimo, não me entregarei. Eu vou confiar em Deus e não em mim mesmo. Ele é a minha fortaleza e a minha herança”.
A Bíblia está repleta de exemplos de santos lutando contra espíritos deprimidos. O Salmo 19.7 diz: “A lei do SENHOR é perfeita e reaviva a alma” (tradução literal). Esta é uma clara admissão de que a alma do santo, às vezes, precisa ser reavivada. E se ela precisa ser reavivada, em certo sentido ela estava “morta”.
Davi diz o mesmo no Salmo 23.2-3: “Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma”. A alma do “homem segundo o coração de Deus” (1 Samuel 13.14) precisava ser refrigerada. Ela estava morrendo de sede e prestes a cair exausta, mas Deus conduziu a alma às águas e concedeu-lhe vida novamente.
Deus colocou esses testemunhos na Bíblia para que possamos usá-los na luta contra a incredulidade do desânimo.

Por: John Piper. 

quinta-feira, 20 de julho de 2017

20 de Julho.

Graça para cada necessidade

Volta-te para mim e compadece-te de mim; concede a tua força ao teu servo. 
Salmo 86:16.

A graça futura é a súplica constante dos salmistas em oração. Eles oram por ela constantemente para que atenda a todas as necessidades. Eles deixam para cada santo um modelo de dependência diária da graça futura para cada exigência.
Eles clamam por graça quando precisam de ajuda: “Ouve, SENHOR, e tem compaixão de mim; sê tu, SENHOR, o meu auxílio” (Salmo 30.10).
Quando estão fracos: “Volta-te para mim e compadece-te de mim; concede a tua força ao teu servo” (Salmo 86.16).
Quando necessitam de cura: “Tem compaixão de mim, SENHOR, porque eu me sinto debilitado; sara-me, SENHOR” (Salmo 6.2).
Quando são afligidos pelos inimigos: “Compadece-te de mim, SENHOR; vê a que sofrimentos me reduziram os que me odeiam” (Salmo 9.13).
Quando estão solitários: “Volta-te para mim e tem compaixão, porque estou sozinho e aflito” (Salmo 25.16).
Quando estão aflitos: “Compadece-te de mim, SENHOR, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem” (Salmo 31.9).
Quando pecaram: “compadece-te de mim, SENHOR; sara a minha alma, porque pequei contra ti” (Salmo 41.4).
Quando desejam que o nome de Deus seja exaltado entre as nações: “Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe… para que se conheça na terra o teu caminho” (Salmos 67.1-2).
Sem dúvida, a oração é o grande elo de fé entre a alma do santo e a promessa da graça futura. Se Deus requer que o ministério seja sustentado pela oração, então o ministério deve ser sustentado pela fé na graça futura.

John Piper

quarta-feira, 19 de julho de 2017

19 de Julho.

O tempo de Deus é perfeito

Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. 
Hebreus 4:16, tradução literal pelo autor.

Todo o ministério está no futuro — um dado momento, ou um mês, ou um ano, ou uma década. Nós temos bastante tempo para nos preocupar com a nossa imperfeição. Quando isso acontece, devemos recorrer à oração.
A oração é a forma de fé que nos conecta hoje com a graça que nos tornará adequados para o ministério de amanhã. O tempo é tudo.
E se a graça chegar muito cedo ou vier tarde demais? A tradução tradicional de Hebreus 4.16 esconde de nós uma promessa muito preciosa a esse respeito. Precisamos de uma versão mais literal para vê-la.
O texto mais tradicional é o seguinte: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em tempo de necessidade”. O original grego por detrás da frase “graça para socorro em tempo de necessidade” poderia ser traduzido literalmente como “graça para socorro em ocasião oportuna”.
A questão é que a oração é o modo de encontrar a graça futura para um socorro oportuno. Essa graça sempre provém do “trono da graça”, pontualmente. O termo “trono da graça” significa que a graça futura vem do Rei do universo que estabelece os tempos segundo a sua própria autoridade (Atos 1.7).
Seu tempo é perfeito, mas raramente é o nosso: “Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi” (Salmo 90.4). Em nível global, ele estabelece os tempos para que as nações se elevem e caiam (Atos 17.26). E no nível pessoal, “nas tuas mãos, estão os meus dias” (Salmo 31.15).
Quando nos perguntamos sobre o tempo da graça futura, devemos pensar no “trono da graça”. Nada pode impedir o plano de Deus de enviar graça quando ela for melhor para nós. A graça futura é sempre oportuna.

John Piper.

terça-feira, 18 de julho de 2017

18 de Julho

A graça de Deus nos dons espirituais

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 
1 Pedro 4:10.

 

A graça futura é uma “graça multiforme”. Ela vem em muitas cores, formas e tamanhos. Essa é uma das razões pelas quais os dons espirituais no corpo são tão variados. O prisma da sua vida refletirá uma das cores da graça que nunca viria através do meu prisma.
Há tantas graças futuras quanto há necessidades no corpo de Cristo — e mais. O propósito dos dons espirituais é receber e distribuir a futura graça de Deus a essas necessidades.
Mas alguém pode perguntar: “Por que você cita Pedro como se referindo à graça futura? Um mordomo não administra recursos domésticos que já estão disponíveis?”.
A principal razão pela qual cito Pedro como se referindo à graça futura é que o próximo versículo ilustra como isso funciona, e a referência ali é a suprimentos contínuos da graça futura. Ele diz: “se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado” (1 Pedro 4.11).
Quando você utilizar o seu dom espiritual para servir a alguém amanhã, estará servindo “na força que Deus supre” amanhã. A palavra é supre, não supriu.
Deus continua, a cada dia, a cada momento, suprindo a “força” na qual nós ministramos.

John Piper.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

17 de Julho.

O poder para confessar a Cristo

Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
Atos 4:33.

Se nosso ministério é testemunhar de Cristo amanhã em alguma situação adversa, a chave não será o nosso brilho; a chave será a abundante graça futura.
De todas as pessoas, os apóstolos pareciam precisar menos de ajuda para dar um testemunho convincente do Cristo ressuscitado. Eles estiveram com Jesus por três anos. Eles o viram morrer. Eles o tinham visto vivo. No seu arsenal de testemunho, eles tinham “muitas provas” (Atos 1.3). Você poderia pensar que, de todas as pessoas, o ministério de testemunho deles, naqueles primeiros dias, se sustentaria com o poder das glórias passadas que ainda estavam muito frescas.
Porém, não é isso que o livro de Atos nos diz. O poder de testemunhar com fidelidade e eficácia não veio principalmente de memórias de graça ou de reservatórios de conhecimento; ele veio de novas concessões de “abundante graça”. Foi dessa maneira que isso ocorreu com os apóstolos, e assim será conosco em nosso ministério de testemunhar.
Não importa que sinais e maravilhas adicionais Deus pode mostrar para ampliar nosso testemunho de Cristo, eles virão da mesma maneira que vieram a Estevão. “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (Atos 6.8).
Há uma graça e um poder, futuros e extraordinários, nos quais podemos confiar na crise da necessidade do ministério especial. Há um novo ato de poder pelo qual Deus confirma a palavra da sua graça (Atos 14.3, veja também Hebreus 2.4). A graça do poder sustenta o testemunho da graça da verdade.

John Piper

domingo, 16 de julho de 2017

16 de Julho.

Poder para as tarefas de hoje

Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. 
Filipenses 2:12-13.

Deus é o trabalhador decisivo aqui. Ele quer e ele realiza segundo a sua boa vontade. Mas crer nisso não torna os cristãos passivos. Isso os torna esperançosos, ativos e corajosos.
A cada dia há um trabalho a ser feito em nosso ministério especial. Paulo ordena que nos esforcemos ao fazê-lo. Porém, ele nos diz como realizá-lo no poder da graça futura: creia na promessa de que nesse dia Deus estará efetuando em você o querer e o realizar segundo a sua boa vontade.
É o próprio Deus, ao conceder graciosamente cada momento, que traz o futuro ao presente. Não é a gratidão pela graça do passado que Paulo enfatiza ao explicar como ele trabalhou muito mais do que todos os outros (1 Coríntios 15.10). É uma nova graça para cada nova conquista em seu trabalho missionário.
O poder da graça futura é o poder do Cristo vivo — sempre presente para trabalhar por nós em cada momento futuro em que entrarmos. Assim, quando Paulo descreve o efeito da graça de Deus que estava com ele, diz: “Não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras” (Romanos 15.18).
Portanto, como ele não se atreveria a falar sobre coisa alguma além do que Cristo havia feito por meio do seu ministério e, ainda assim, ele, de fato, falou do que a graça fez por meio do seu ministério (1 Coríntios 15.10), isso deve significar que o poder da graça é o poder de Cristo.
Isso indica que o poder que nós precisamos para o ministério de amanhã é a graça futura do Cristo onipotente, que sempre estará presente por nós — disposto a querer e a realizar segundo a sua boa vontade.

John Piper.

sábado, 15 de julho de 2017

15 de Julho.

Nós trabalhamos por meio da graça

Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. 
1 Coríntios 15:10

Paulo percebeu que a primeira parte desse versículo pode ser mal interpretada. Então, ele prossegue dizendo: “todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”.
Este texto não diz que Paulo está obedecendo a Cristo por gratidão pela graça que ele concedeu no passado. Diz que, a cada momento, a graça futura de Deus possibilitou a obra de Paulo.
O versículo realmente diz isso? Ele não diz apenas que a graça de Deus trabalhou com Paulo? Não, ele diz mais. Nós devemos chegar a um consenso em relação às palavras: “todavia, não eu”. Paulo quer exaltar a graça de Deus, que atua a cada momento, de tal maneira que fique evidente que ele em si não é o autor decisivo desse trabalho.
No entanto, ele é um realizador desse trabalho: “trabalhei muito mais do que todos eles”. Ele trabalhou. Porém, ele disse que isso foi a graça de Deus que lhe foi concedida.
Se considerarmos todas as partes deste versículo, o resultado final é o seguinte: a graça é o fator decisivo no trabalho de Paulo. Uma vez que Paulo também é um realizador da sua obra, a maneira pela qual a graça se torna o agente decisivo é tornando-se o poder capacitador do trabalho de Paulo.
Eu penso que isso significa que, enquanto Paulo enfrentava o fardo diário do ministério, ele curvava a cabeça e confessava que, a menos que a graça futura fosse dada para o trabalho do dia, ele não seria capaz de fazê-lo.
Ele se lembrou das palavras de Jesus: “Sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). Então, ele orou por graça futura para o dia e confiou na promessa de que ela viria com poder. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Filipenses 4.19).
Assim, ele agia com todas as suas forças.

John Piper

sexta-feira, 14 de julho de 2017

14 de Julho.

O ministério é mais importante do que a vida

Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus. 
Atos 20:24.

De acordo com o Novo Testamento, “ministério” é o que todos os cristãos fazem. Os pastores têm o trabalho de capacitar os santos para a obra do ministério (Efésios 4.12). Mas os cristãos comuns são aqueles que executam o ministério.
O ministério é tão diversificado quanto os cristãos. Não se trata de um ofício como de presbítero ou diácono; é um estilo de vida dedicado a valorizar Cristo.
Isso quer dizer que nós fazemos “o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gálatas 6.10). Quer sejamos banqueiros ou pedreiros, significa que visamos promover a fé e a santidade de outras pessoas.
Cumprir o seu ministério é mais importante do que viver. Essa convicção é o que torna as vidas de pessoas radicalmente devotadas tão inspiradoras de serem contempladas. A maioria delas se expressa da maneira como Paulo falou sobre seu ministério aqui em Atos 20. Cumprir o ministério que Deus nos dá é mais importante do que a vida.
Você pode pensar que precisa salvar a sua vida para cumprir o seu ministério. Em vez disso, o modo como você perde a sua vida pode ser a pedra angular do seu ministério. Certamente isso aconteceu com Jesus, quando tinha apenas uns trinta anos.
Não precisamos nos preocupar em nos manter vivos para terminar nosso ministério. Somente Deus conhece o tempo determinado de nosso serviço.
Henry Martyn estava certo quando disse: “Se [Deus] tem trabalho para eu realizar, eu não posso morrer”. Em outras palavras, eu sou imortal até que o meu trabalho seja concluído. Portanto, o ministério é mais importante do que a vida.

John Piper

quarta-feira, 12 de julho de 2017

12 de Julho.

A fé expulsa a culpa, a cobiça e o temor

O intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia. 
1 Timóteo 1:5.

A fé na graça de Deus expulsa do coração os poderes pecaminosos que impedem o amor.
Se nos sentimos culpados, tendemos a afundar em depressão egocêntrica e autopiedade, incapazes de ver, e muito menos de nos preocupar, com a necessidade de qualquer outra pessoa. Ou agimos como hipócritas para cobrirmos nossa culpa e, assim, destruímos toda sinceridade nos relacionamentos. Ou falamos sobre as falhas de outras pessoas para minimizar a nossa própria culpa.
Acontece o mesmo com o temor. Se sentimos medo, tendemos a não nos aproximarmos de um estranho na igreja que possa precisar de uma palavra de boas-vindas e encorajamento. Ou podemos rejeitar as missões internacionais em nossas vidas, porque parecem muito perigosas. Ou podemos desperdiçar dinheiro em seguros excessivos ou estarmos envolvidos em todas as formas de pequenas fobias que nos tornam preocupados com nós mesmos e cegos para as necessidades dos outros.
Se somos cobiçosos, podemos gastar dinheiro em luxos — dinheiro que deveria ser usado para a propagação do evangelho. Não empreendemos nada arriscado, para que nossas posses preciosas e nosso futuro financeiro não sejam comprometidos. Nós nos concentramos em coisas ao invés de pessoas, ou vemos as pessoas como meios para nossa vantagem material.
A fé na graça futura produz o amor ao remover a culpa, o temor e a cobiça do coração.
Ela remove a culpa, porque se apega à esperança de que a morte de Cristo é suficiente para garantir a absolvição e a justiça agora e para sempre (Hebreus 10.14).
Ela remove o temor porque se baseia na promessa: “Não temas, porque eu sou contigo… eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41.10).
E ela remove a cobiça, porque está confiante de que Cristo é riqueza maior do que tudo que o mundo pode oferecer (Mateus 13.44).
Em todos os casos, a glória de Cristo é magnificada quando somos mais satisfeitos com a sua graça futura do que com as promessas do pecado.

John Piper.

terça-feira, 11 de julho de 2017

11 de Julho.

Nós experimentamos o Espírito por meio da fé

Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. 
Gálatas 5:25.

O Espírito veio até você na primeira vez em que creu nas promessas de Deus compradas pelo sangue. E o Espírito continua vindo e operando por este mesmo meio.
Assim, Paulo pergunta de forma retórica: “Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gálatas 3.5). Resposta: “Pela pregação da fé”.
Portanto, o Espírito veio pela primeira vez, e o Espírito continua sendo fornecido, pelo canal da fé. O que ele realiza em nós é por meio da fé.
Se você é como eu, pode ter, de tempos em tempos, fortes desejos pela poderosa operação do Espírito Santo em sua vida. Talvez você clame a Deus pelo derramamento do Espírito em sua vida, família, igreja ou cidade. Esses clamores são corretos e bons. Jesus disse: “Quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11.13).
Mas o que encontrei na maioria das vezes em minha própria vida foi a incapacidade de me abrir à plena medida da obra do Espírito por meio da fé nas promessas de Deus. Não me refiro apenas à promessa de que o Espírito virá quando pedirmos. Quero dizer todas as outras promessas preciosas que não são diretamente sobre o Espírito, mas, talvez, sobre a provisão de Deus para o meu futuro; por exemplo: “Meu Deus […] há de suprir […] cada uma de vossas necessidades” (Filipenses 4.19).
Isso é o que está faltando na experiência de muitos cristãos que buscam o poder do Espírito em suas vidas. O Espírito nos é fornecido “pela pregação da fé” (Gálatas 3.5); não apenas pela fé em uma ou duas promessas sobre o próprio Espírito, mas sobre toda a presença de Deus, que satisfaz a alma, em nosso futuro.

John Piper.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

10 de Julho.

Obras orgulhosas versus fé humilde

Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 
Mateus 7:22.

Considere a diferença entre um coração de “fé” e um coração de “obras”.
O coração das obras obtém satisfação com a vanglória do eu em realizar algo com seu próprio poder. Ele tentará escalar um paredão rochoso, assumir responsabilidades extras no trabalho, arriscar a vida em uma zona de combate, agonizar em meio a uma maratona ou realizar jejum religioso por semanas — tudo pela satisfação de conquistar um desafio pelo poder da sua própria vontade e pela resistência do seu próprio corpo.
O coração com uma inclinação às obras também pode expressar seu amor pela independência, autodireção e autorrealização, rebelando-se contra a gentileza, a decência e a moralidade (Gálatas 5.19-21). Mas é a mesma inclinação às obras, determinada pelo eu e exaltadora de si mesma, que também se desagrada com comportamento grosseiro e se propõe a provar a sua superioridade através de autonegação, coragem e grandeza pessoal.
Em tudo isso, a satisfação básica da inclinação às obras é provar ser um eu assertivo, autônomo e, se possível, triunfante.
O coração da fé é radicalmente diferente. Seus desejos não são menos fortes, pois ele olha para o futuro. Mas o que ele deseja é a plena satisfação de experimentar tudo o que Deus é para nós em Jesus.
Se as “obras” desejam a satisfação de sentirem-se superando um obstáculo, a “fé” prova a satisfação de sentir que Deus supera um obstáculo. As obras anseiam pela alegria de serem glorificadas como capazes, fortes e inteligentes. A fé anela pela alegria de ver Deus glorificado por sua capacidade, força e sabedoria.
Em sua forma religiosa, as obras aceitam o desafio da moralidade, vencem seus obstáculos através de grande esforço e oferecem a vitória a Deus como um pagamento por sua aprovação e recompensa. A fé também aceita o desafio da moralidade, mas apenas como uma ocasião para se tornar o instrumento do poder de Deus. E quando a vitória chega, a fé se alegra por toda a glória e ação de graças pertencerem a Deus.

John Piper

domingo, 9 de julho de 2017

09 de Julho.

Seis formas pelas quais Jesus combateu a depressão

E, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. 
Mateus 26:37.

Havia várias táticas na batalha estratégica de Jesus contra o desânimo.
Ele escolheu alguns amigos próximos para estar com ele. “Levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu” (Mateus 26.37).Ele abriu a sua alma para eles. Ele lhes disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mateus 26.38).Ele pediu a sua intercessão e companheirismo na batalha. “Ficai aqui e vigiai comigo” (Mateus 26.38).Ele derramou o seu coração ao Pai em oração. “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!” (Mateus 26.39).Ele descansou a sua alma na soberana sabedoria de Deus. “Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26.39).Ele fixou o seu olhar na gloriosa graça futura que o esperava do outro lado da cruz. “Em troca da alegria que lhe estava proposta, [ele] suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus 12.2).
Quando ocorrer algo em sua vida que pareça ameaçar seu futuro, lembre-se disso: As primeiras oscilações da bomba não são pecado. O perigo real é ceder a elas, entregar-se, não iniciar nenhuma luta espiritual. E a raiz dessa rendição é a incredulidade: um fracasso em lutar pela fé na graça futura; um fracasso em estimar tudo o que Deus promete ser para nós em Jesus.
Jesus nos mostra outro caminho. Não sem dor, nem passivo. Siga-o. Encontre seus amigos espirituais e confiáveis. Abra sua alma para eles. Peça-lhes que vigiem e orem com você. Derrame a sua alma ao Pai. Descanse na soberana sabedoria de Deus. E fixe os seus olhos na alegria que está diante de você nas preciosas e magníficas promessas de Deus.

John Piper.

sábado, 8 de julho de 2017

08 de Julho.

A fé salvífica ama o perdão

Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.
Efésios 4:32.

Ter fé salvífica não é meramente crer que você está perdoado. A fé salvífica olha para o horror do pecado, e depois olha para a santidade de Deus, e discerne espiritualmente que o perdão de Deus é incrivelmente glorioso.
Fé no perdão de Deus não significa apenas uma persuasão de que eu estou livre de perigos. Significa provar a verdade de que um Deus que perdoa é a realidade mais preciosa do universo. A fé salvífica quer ser perdoada por Deus, e dali se ergue para valorizar o Deus que perdoa — e tudo o que ele é para nós em Jesus.
O grande ato de perdão é passado — a cruz de Cristo. Por meio deste olhar para trás, aprendemos sobre a graça em que sempre permaneceremos (Romanos 5.2). Nós aprendemos que somos amados e aceitos agora, e sempre seremos. Aprendemos que o Deus vivo é um Deus que perdoa.
Mas a grande experiência de ser perdoado é toda futura. A comunhão com o grande Deus que perdoa é completamente futura. A liberdade pelo perdão que flui dessa comunhão plenamente satisfatória com o Deus que perdoa é toda futura.
Eu aprendi que é possível continuar a guardar rancor se a sua fé simplesmente significa que você olhou para trás para a cruz e concluiu que está fora de perigo. Tenho sido compelido a me aprofundar no que é a verdadeira fé. É estar satisfeito com tudo o que Deus é para nós em Jesus. A fé olha para trás não apenas para descobrir que está livre de perigos, mas para provar e ver o tipo de Deus que nos oferece um futuro de infinitos ​​amanhãs reconciliados em comunhão com ele.

John Piper.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

07 de Julho.

Quando outro cristão lhe ferir

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 
Romanos 8:1.

Qual é a base de não guardarmos rancor contra irmãos e irmãs cristãos que se arrependem?
Nossa indignação moral diante de uma ofensa terrível não se evapora apenas porque o ofensor é um cristão. Na verdade, podemos nos sentir ainda mais traídos. E um simples: “eu sinto muito”, muitas vezes parecerá totalmente desproporcional à dor e feiura da ofensa.
Porém, nesse caso, estamos lidando com companheiros cristãos e a promessa da ira de Deus não se aplica, porque “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1). “Porque Deus não nos destinou [os cristãos] para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5.9).
Para onde nos voltaremos para nos assegurarmos de que a justiça será feita, de que o cristianismo não é uma zombaria contra a seriedade do pecado?
A resposta é que olhamos para a cruz de Cristo. Todos os erros que foram cometidos contra nós por crentes foram vingados na morte de Jesus. Isso está implícito no fato simples, mas assombroso, de que todos os pecados de todo o povo de Deus foram colocados sobre Jesus (Isaías 53.6; 1 Coríntios 15.3).
O sofrimento de Cristo foi a recompensa de Deus para cada maltrato que eu já recebi de um companheiro cristão. Portanto, o cristianismo não torna o pecado leve. Ele não acrescenta insulto à nossa injúria.
Pelo contrário, ele considera os pecados contra nós tão seriamente que, para lidar com eles de modo justo, Deus deu o seu próprio Filho para sofrer mais do que poderíamos fazer alguém sofrer pelo que nos fez.

John Piper.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

06 de Julho.

Como Cristo venceu a amargura

Ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente. 1 Pedro 2:23.

Ninguém foi mais gravemente alvo do pecado do que Jesus. Cada pequena animosidade contra ele foi completamente imerecida.
Jamais viveu alguém que fosse mais digno de honra do que Jesus; e ninguém foi mais desonrado.
Se alguém tinha o direito de ficar irado, e ser amargo e vingativo, esse era Jesus. Como ele se controlava quando os miseráveis, cujas vidas ele sustentava, cuspiram em seu rosto? 1 Pedro 2.23 responde: “Ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente”.
O que esse versículo indica é que Jesus tinha fé na graça futura do justo julgamento de Deus. Ele não precisava se vingar de todas as indignidades que sofria, porque confiava a sua causa a Deus. Ele deixou a vingança nas mãos de Deus e orou pelo arrependimento de seus inimigos (Lucas 23.34).
Pedro dá esse vislumbre da fé de Jesus para que aprendamos a viver assim. Ele disse: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados [para suportar o tratamento áspero pacientemente]… pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1 Pedro 2.21).
Se Cristo venceu a amargura e a vingança pela fé na graça futura, quanto mais deveríamos nós, já que temos bem menos direito de murmurar por sermos maltratados do que ele?

John Piper.

05 de Julho.

Entregue a Deus a sua vingança

 

Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 
Romanos 12:19.

 
Por que essa é uma promessa tão crucial para vencermos nossa inclinação à amargura e à vingança? A razão é que essa promessa responde a um dos impulsos mais poderosos por trás da ira — um impulso que não é totalmente errado.
Posso ilustrar com uma experiência que tive durante meus dias no seminário. Eu estava em um pequeno grupo de casais que começaram a se relacionar em um nível pessoal bastante profundo. Certa noite estávamos discutindo sobre perdão e ira. Uma das jovens esposas disse que não podia e não perdoaria a mãe por algo que lhe fizera quando era menina.
Nós falamos sobre alguns dos mandamentos e advertências bíblicas contra um espírito inclemente.
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4.32).“Se, porém, não perdoardes aos homens… tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.15)
Porém, ela não cedeu. Eu a adverti que sua própria alma estava em perigo se ela continuasse com tal atitude de amargura inflexível. Mas ela estava convencida de que não perdoaria a mãe.
A graça do julgamento de Deus é prometida aqui em Romanos 12 como um meio de nos ajudar a superar um espírito de vingança e amargura.
O argumento de Paulo é que não devemos nos vingar, porque a vingança pertence ao Senhor. E para nos motivar a desistir de nossos desejos vingativos, ele nos dá uma promessa — que agora sabemos ser uma promessa de graça futura — “Eu é que retribuirei, diz o Senhor”.
A promessa que nos liberta de um espírito implacável, amargo e vingativo é a promessa de que Deus acertará as nossas contas. Ele o fará mais justamente e mais rigorosamente do que jamais faríamos. Portanto, podemos recuar e dar lugar para que Deus trabalhe.

John Piper.

terça-feira, 4 de julho de 2017

04 de Julho.

Quando eu estarei satisfeito?

Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.
João 17:26.

Imagine ser capaz de desfrutar o que é mais agradável com poder e paixão ilimitados para sempre.
Essa não é a nossa experiência atual. Três coisas ficam no caminho de nossa completa satisfação neste mundo.
Nada tem um valor pessoal grande o suficiente para satisfazer os anseios mais profundos dos nossos corações.Nós não temos a força para provar os melhores tesouros em sua máxima excelência.Nossas alegrias aqui chegam a um fim. Nada dura.
Mas, se o propósito de Jesus em João 17.26 se tornar realidade, tudo isso mudará.
Se o prazer de Deus no Filho se tornar nosso prazer, então o objeto de nosso deleite, Jesus, será inesgotável em valor pessoal. Ele nunca se tornará enfadonho, decepcionante ou frustrante. Nenhum tesouro maior do que o Filho de Deus pode ser concebido.
Além disso, nossa capacidade de saborear esse tesouro inesgotável não será limitada por fraquezas humanas. Nós fruiremos do Filho de Deus com o próprio gozo do seu Pai.
O deleite de Deus em seu Filho estará em nós e será nosso. E isso nunca acabará, porque nem o Pai nem o Filho nunca terminam. Seu amor um pelo outro será o nosso amor por eles e, portanto, nosso amor por eles nunca findará.

John Piper.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

03 de Julho.

Boa notícia: Deus é feliz

o evangelho da glória do Deus bendito
1 Timóteo 1:11.

 
Esta é uma bela frase em 1 Timóteo, enterrada sob a superfície muito familiar de palavras conhecidas da Bíblia. Mas depois que você a desenterra, ela soa como isto: “A boa notícia da glória do Deus feliz”.
Grande parte da glória de Deus é a sua felicidade.
Era inconcebível para o apóstolo Paulo que Deus pudesse não ter infinita alegria e ainda ser todo glorioso. Ser infinitamente glorioso era ser infinitamente feliz. Ele usou a frase “a glória do Deus feliz”, porque é algo maravilhoso Deus ser tão feliz quanto ele é.
A glória de Deus consiste muito no fato de que ele é feliz além do máximo que podemos imaginar. Como disse o grande pregador do século XVIII, Jonathan Edwards: “Parte da plenitude de Deus que ele comunica é a sua felicidade. Essa felicidade consiste em deleitar-se e regozijar-se em si mesmo; assim também o faz a felicidade da criatura”.
E este é o evangelho: “O evangelho da glória do Deus feliz”. É uma boa notícia que Deus seja gloriosamente feliz. Ninguém gostaria de passar a eternidade com um Deus infeliz.
Se Deus é infeliz, então o objetivo do evangelho não é um objetivo feliz, e isso significa que ele não seria evangelho algum. Mas, de fato, Jesus nos convida a passar a eternidade com um Deus feliz quando diz: “Entra no gozo do teu senhor” (Mateus 25.23).
Jesus viveu e morreu para que a suaalegria — a alegria de Deus — pudesse estar em nós e nossa alegria pudesse ser completa (João 15.11; 17.13). Portanto, o evangelho é “o evangelho da glória do Deus feliz”.

John Piper.

domingo, 2 de julho de 2017

02 de Julho

Quão bem você conhece a Deus?

Eis que Deus é grande, e não o podemos compreender; o número dos seus anos não se pode calcular. 
Jó 36:26.

É impossível conhecer muito bem a Deus.
Ele é a pessoa mais importante que existe. E isso é porque ele criou todos os outros e qualquer importância que eles tenham é devida a Deus.
Qualquer poder, inteligência, habilidade ou beleza que eles tenham vem dele. Em cada nível de excelência, ele é infinitamente maior do que a melhor pessoa que você já conheceu ou já ouviu falar.
Sendo infinito, ele é infinitamente interessante. É impossível, portanto, que Deus seja enfadonho. Sua contínua demonstração das ações mais inteligentes e interessantes é vulcânica.
Como fonte de todo bom prazer, ele, em si mesmo, agrada completa e finalmente. Se não o experimentamos assim, estamos mortos ou dormindo.
Logo, é surpreendente quão pouco esforço é feito em conhecer a Deus.
É como se o presidente dos Estados Unidos viesse morar com você por um mês, e você só dissesse oi de passagem todos os dias ou algo como isso. Ou como se você estivesse voando à velocidade da luz por duas horas ao redor do sol e do sistema solar, e em vez de olhar pela janela, você ficasse jogando no computador. Ou como se você fosse convidado a assistir os melhores atores, cantores, atletas, inventores e estudiosos fazerem o seu melhor, mas se recusasse a ir para que pudesse assistir o último capítulo da telenovela.
Oremos para que nosso Deus infinitamente grande abra os nossos olhos e corações para que o vejamos e busquemos conhecê-lo mais.

John Piper.

sábado, 1 de julho de 2017

01 de Julho.

O deleite de Deus em fazer bem a você

Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. 
Lucas 12:32.

 
Jesus não ficará inerte e nos deixará descrer sem uma luta. Ele toma a arma da Palavra e a proclama com poder para todos os que lutam para crer.
Seu objetivo é derrotar o medo de que Deus não é o tipo de Deus que realmente quer ser bom para nós — que ele não é realmente generoso, ajudador, amável e terno, mas está basicamente irritado, indisposto e irado conosco.
Às vezes, mesmo se cremos com nossas cabeças que Deus é bom para nós, podemos sentir em nossos corações que sua bondade é de alguma forma forçada ou constrangida. Sentimos, talvez, que Deus seja como um juiz que foi manipulado por um advogado inteligente com base em um tecnicismo do processo judicial, de forma que ele teve que remover as acusações contra o preso a quem ele realmente iria mandar para a cadeia.
Porém, Jesus está empenhado em nos ajudar a não nos sentirmos assim em relação a Deus. Nesse versículo, ele está se esforçando para nos descrever o valor indescritível e a excelência da alma de Deus, revelando o deleite irrestrito que ele tem em nos dar o reino.
“Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”. Cada pequena palavra desta maravilhosa afirmação tem o propósito de ajudar a remover o medo com o qual Jesus sabe que lutamos, a saber, que Deus reluta em conceder seus benefícios; que ele é constrangido e incoerente com seu caráter quando faz coisas boas; que, no íntimo, ele está irado e ama manifestar a sua ira.
Esta é uma afirmação sobre a natureza de Deus. É sobre o tipo de coração que Deus tem. É um versículo sobre o que torna Deus satisfeito — não apenas sobre o que Deus fará ou sobre o que ele tem que fazer, mas sobre o que ele se agrada, ama e tem prazer em fazer. Cada palavra conta.

John Piper.