terça-feira, 31 de janeiro de 2017

31 de Janeiro.

Cinco propósitos do sofrimento

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 
Romanos 8.28.

Raramente nós conhecemos as micro razões de nossos sofrimentos, mas a Bíblia nos dá macro razões que sustentam a fé.
É bom termos uma maneira de nos lembrar de algumas delas para que, quando de repente formos afligidos ou tenhamos a chance de auxiliar outros em sua aflição, possamos lembrar de algumas das verdades que Deus nos deu para nos ajudar a não perdermos a esperança.
Aqui está uma maneira de lembrar: cinco palavras (ou se ajudar, escolha três e tente embra-las).
Os macro propósitos de Deus em nossos sofrimentos incluem:
Arrependimento: O sofrimento é um chamado para que nós e outros deixemos de valorizar qualquer coisa na terra acima de Deus. Lucas 13.4-5:
“Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.”
Confiança: O sofrimento é um chamado para confiar em Deus e não nos suportes que sustentam a vida do mundo. 2Coríntios 1.8-9:
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos.”
Justiça: O sofrimento é a disciplina do nosso amoroso Pai celestial, para que possamos compartilhar sua santidade. Hebreus 12.6, 10-11:
“Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe… Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.”
Galardão: O sofrimento está operando para nós um grande galardão no céu que compensará mil vezes cada perda aqui. 2Coríntios 4.17:
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação.”
Lembrança: O sofrimento nos lembra que Deus enviou seu Filho ao mundo para sofrer, para que o nosso sofrimento não fosse uma condenação divina, mas a sua purificação. Filipenses 3.10:
“…para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos.”

John Piper

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

30 de Janeiro.

Graça prevalecente

“Tenho visto os seus caminhos e o sararei; também o guiarei e lhe tornarei a dar consolação, a saber, aos que dele choram…” 
Isaías 57.18.

Aprenda sua doutrina a partir de textos bíblicos. É melhor assim e alimenta a alma.
Por exemplo, aprenda a graça irresistível a partir dos textos. Desta forma, você verá que não significa que a graça não pode ser resistida; significa que quando Deus escolhe, ele pode e vai vencer essa resistência.
Em Isaías 57.17-19, por exemplo, Deus castiga o seu povo rebelde, ferindo-os e escondendo a sua face deles: “Por causa da indignidade da sua cobiça, eu me indignei e feri o povo; escondi a face e indignei-me” (versículo 17).
Porém, eles não responderam com arrependimento. Em vez disso, eles continuaram a retroceder. Eles resistiram: “mas, rebelde, seguiu ele o caminho da sua escolha” (versículo 17).
Assim, a graça pode ser resistida. De fato, Estêvão disse aos líderes judeus: “vós sempre resistis ao Espírito Santo” (Atos 7.51).
Então, o que Deus faz? Ele é incapaz de trazer aqueles que resistem ao arrependimento e à integridade? Não. O próximo versículo diz: “Tenho visto os seus caminhos e o sararei; também o guiarei e lhe tornarei a dar consolação, a saber, aos que dele choram” (versículo 18).
Assim, diante de um retrocesso recalcitrante e que resiste à graça, Deus diz: “Eu o sararei”. Ele “restaurará” — a palavra é “farei íntegro ou completo”. Ela está relacionada com a palavra shalom, “paz”. Essa integridade e paz é mencionada no versículo seguinte, que explica como Deus se aproxima de alguém que retrocede e resiste à graça.
Ele faz isso “como fruto dos seus lábios criei a paz, paz (shalom, shalom) para os que estão longe e para os que estão perto, diz o SENHOR, e eu o sararei” (versículo 19). Deus cria o que não existe. É assim que nós somos salvos. E é assim que somos convertidos dos nossos desvios.
A graça de Deus triunfa sobre nossa resistência ao criar louvor onde não existia. Ele traz shalom, shalom para o que está perto e para o que está longe. Integridade para o que está perto e para o que está longe. Ele faz isso “curando”, ou seja, substituindo a doença da resistência pela saúde da submissão.
A essência da graça irresistível não é que não podemos resistir. Nós podemos e nós resistimos. O ponto é que quando Deus escolhe, ele supera nossa resistência e restaura um espírito submisso. Ele cria. Ele diz: “Haja luz!”. Ele cura. Ele guia. Ele restaura. Ele consola.
Portanto, nunca nos orgulhemos de termos retornado de nossos desvios. Nós caímos sobre as nossas fazes diante do Senhor e com alegria tremente agradecemos por sua graça irresistível.

John Piper

domingo, 29 de janeiro de 2017

29 de Janeiro.

Converte-nos

Converte-nos, ó Senhor, para que possamos ser convertidos! 
Lamentações 5.21, tradução própria.


Não há esperança para o povo de Deus, a menos que Deus os converta de seus desvios e queda no pecado e incredulidade.
O livro de Lamentações é o livro mais sombrio da Bíblia. O próprio Deus havia dizimado a menina dos seus olhos.
• “Deu o SENHOR cumprimento à sua indignação, derramou o ardor da sua ira; acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos” (Lamentações 4.11).
• “Destruiu tudo o que era formoso à vista” (Lamentações 2.4).
• “O SENHOR a afligiu, por causa da multidão das suas prevaricações” (Lamentações 1.5).
Então, como o livro termina?
Ele termina com a única esperança que existe:
Converte-nos, ó Senhor, para que possamos ser convertidos.
Essa é minha única esperança, e sua única esperança.
Jesus disse a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lucas 22.31-32).
Não se você se converter. Mas, quando você se converter.
Cristo Jesus é aquele que está à destra de Deus, quem de fato está intercedendo por nós (Romanos 8.34).
Ele nos converterá. Logo, “àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços… seja a glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos” (Judas 1.24-25).

John Piper

sábado, 28 de janeiro de 2017

28 de Janeiro.

Como arrepender-se

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 
1João1.9.

Um sentimento vago e ruim de que você é uma pessoa miserável não é o mesmo que convicção de pecado. Sentir-se arruinado não é o mesmo que arrependimento.
Nessa manhã, comecei a orar e me senti indigno de estar falando com o Criador do universo. Esse foi um vago senso de indignidade. Então, eu disse a ele: e agora?
Nada mudou até que comecei a ser específico sobre meus pecados. Sentimentos de miséria podem ser úteis se levam à convicção de pecados. Sentimentos vagos de ser uma pessoa má não são muito úteis.
O nevoeiro da indignidade precisa tomar forma de claros pilares sombrios de desobediência. Assim, você pode apontar para eles, arrepender-se, pedir perdão e buscar destruí-los.
Então, comecei a lembrar dos mandamentos que frequentemente quebrei. Esses são os que me vieram à mente.
Ame a Deus com todo seu coração, alma, mente e força. Não 95%, mas 100% (Mateus 22.37).
Ame o seu próximo como a si mesmo. Esteja tão desejoso que as coisas ocorram bem para ele quanto é para que as coisas vão bem para você (Mateus 22.39).
Faça todas as coisas sem murmurar. Nenhuma murmuração — interior ou exterior (Filipenses 2.14).
Lance todas as suas ansiedades nele — de forma que você não seja mais abatido por isso (1Pedro 5.7).
Diga apenas aquilo que dá graça aos outros — especialmente àqueles mais próximos de você (Efésios 4.29).
Remir o tempo. Não desperdice ou seja ocioso (Efésios 5.16).
Muito para qualquer pretensão de grande santidade! Estou desfeito.
Mas agora é específico. Eu olho nos olhos. Eu não estou reclamando sobre me sentir mal. Peço desculpas a Cristo por não ter guardado tudo o que ele ordenou.
Estou quebrantado e estou zangado com o meu pecado. Eu quero matá-lo, não a mim. Eu não sou suicida. Eu sou um odiador e assassino do pecado. (“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena”, Colossenses 3.5; “Mortificardes os feitos do corpo”, Romanos 8.13).
Neste conflito, ouço a promessa: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1João 1.9). A paz surge.
A oração se torna possível, correta e poderosa novamente.

John Piper

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

27 de Janeiro.

Ele conhece a sua necessidade

Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas. 
Mateus 6.31-32.

Jesus deseja que seus seguidores sejam livres da preocupação. Em Mateus 6.25-34, ele dá pelo menos sete argumentos com o propósito de remover a nossa ansiedade. Um deles lista comida, bebida e roupas, e então diz: “vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas” (Mateus 6.32).
Jesus deve intencionar que o conhecimento de Deus é acompanhado por seu desejo de satisfazer nossa necessidade. Ele está enfatizando que temos um Pai e que este Pai é melhor do que um pai terreno.
Eu tenho cinco filhos. Eu amo satisfazer suas necessidades. Porém, meu conhecimento fica aquém de Deus em pelo menos três maneiras.
Em primeiro lugar, agora mesmo eu não sei onde eles estão. Eu poderia presumir. Eles estão em suas casas, no trabalho ou na escola, saudáveis ​​e seguros. Mas, eles podem estar caídos em uma calçada tendo um ataque cardíaco.
Em segundo lugar, eu não sei o que está no coração deles em um dado momento. Eu posso imaginar de vez em quando. Porém, eles podem estar sentindo medo, dor, raiva, luxúria, ganância, alegria ou esperança. Eu não consigo ver seus corações.
Em terceiro lugar, eu não conheço o futuro deles. Agora, eles podem parecer bem e estáveis. Porém, amanhã uma grande tristeza pode vir sobre eles.
Isso significa que eu não posso ser para eles uma razão muito forte para que não se preocupem. Há coisas que podem estar acontecendo com eles agora ou podem acontecer amanhã que eu não conheço. Mas, é totalmente diferente com Pai celestial deles. Ele sabe tudo sobre eles agora e amanhã, por fora e por dentro. Ele vê todas as necessidades.
Acrescente a isso, sua enorme disposição em atender às necessidades deles (o “quanto mais” de Mateus 6.30).
Adicione a isso sua completa capacidade de fazer o que deseja (ele alimenta bilhões de aves por hora, Mateus 6.26).
Então, junte-se a mim, confiando na promessa de Jesus de satisfazer as nossas necessidades. É isso que Jesus está indicando quando diz: “Vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas”.

John Piper.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

26 de Janeiro.

O doador obtém a glória

Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. 
2Tessalonicenses 1.11-12.

É uma boa notícia que Deus designa que sua glória seja magnificada pelo exercício de sua graça.
Certamente, Deus é glorificado pelo poder de sua ira (Romanos 9.22), mas repetidamente o Novo Testamento (e o Antigo Testamento; por exemplo, em Isaías 30.18) diz que devemos experimentar a graça de Deus para que ele seja glorificado.
Reflita sobre como isso funciona na oração de 2Tessalonicenses 1.11-12.
Paulo ora para que Deus cumpra as nossas boas resoluções.
Como? Ele ora para que elas sejam realizadas “com poder [de Deus]”. Ou seja, que elas sejam “[obras] de fé”.
Por quê? Para que Jesus seja glorificado em nós.
Isso significa que o doador recebe a glória. Se realizarmos uma boa resolução “pelo seu poder”, ele recebe a glória. Nós temos fé; Ele concede poder. Nós recebemos a ajuda; ele é glorificado. Esse é o acordo que nos mantém humildes e felizes e o mantém supremo e glorioso.
Então, Paulo diz que esta glorificação de Cristo é “segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus”.
A resposta de Deus à oração de Paulo para que confiemos no poder de Deus para fazer boas obras é graça. O poder de Deus para que você seja capacitado a fazer o que se propõe é graça.
É assim que ocorre no Novo Testamento repetidamente. Confie em Deus para capacitação graciosa, e ele recebe a glória quando a ajuda vier.
Nós recebemos a ajuda. Ele recebe a glória.
É por isso que a vida cristã, e não apenas a conversão cristã, é uma boa notícia.

John Piper

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

25 de Janeiro.

Livramentos tardios

De repente… abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos. 
Atos 16.26.

Nesta era, Deus livra o seu povo de alguns danos. Não de todos os danos. É reconfortante saber disso, porque de outra forma poderíamos concluir do nosso mal que ele nos esqueceu ou nos rejeitou.
Portanto, seja encorajado pela simples lembrança de que em Atos 16.19-24, Paulo e Silas não foram libertos, mas nos versículos 25-26, eles foram.
Primeiro, nenhuma libertação:
• “Agarrando em Paulo e Silas, os arrastaram para a praça” (versículo 19).
• “E os pretores, rasgando-lhes as vestes” (versículo 22).
• “E, depois de lhes darem muitos açoites” (versículo 23).
• O carcereiro “lhes prendeu os pés no tronco” (versículo 24).
Mas, depois, livramento:
“Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus… De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos” (versículos 25-26).
Deus poderia ter agido mais cedo. Não o fez. Ele tem suas razões. Ele ama Paulo e Silas.
Eu pergunto para você: Se traçar sua vida ao longo dessa sequência, onde você está? Está no estágio despido-e-ferido ou no estágio portas-abertas-e-liberto?
Ambos são estágios do cuidado de Deus por você.
Se você está no estágio encarcerado, não se desespere. Louve. A liberdade está a caminho. É apenas uma questão de tempo; mesmo se ela vier através da morte.

John Piper

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

24 de Janeiro.

Servido ao servir outros

Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? 
Marcos 8.17.

Depois que Jesus alimentou os cinco mil e os qutro mil com apenas alguns pães e peixe, os discípulos entraram em um barco sem pão suficiente para si mesmos.
Quando começaram a discutir sobre a sua situação, Jesus disse: “Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes?” (Marcos 8.17). O que eles não entenderam?
Eles não entenderam o significado das sobras, ou seja, que Jesus cuidará deles quando cuidam de outros. Jesus diz:
“De quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam eles: Doze! E de quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam: Sete! Ao que lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda? (Marcos 8.19-21)
Entender o quê? As sobras.
As sobras foram para aqueles que serviram. Na verdade, na primeira vez havia doze servidores e doze cestos restantes (Marcos 6.43). Na segunda vez, sobraram sete cestos: o número da completude abundante.
O que eles não entenderam? Que Jesus cuidaria deles. Você não pode dar mais do que Jesus. Quando você gasta sua vida por outros, suas necessidades serão atendidas.

John Piper

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

23 de Janeiro.

Vá diretamente a Deus

Naquele dia, pedireis em meu nome; e não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus. 
João 16.26-27.

Não faça do Filho de Deus um Mediador além do que ele é.
Jesus diz: “Não vos digo que rogarei ao Pai por vós”. Em outras palavras, não me colocarei entre vós e o Pai, como se vós não pudésseis ir diretamente a ele. Por quê? “Porque o próprio Pai vos ama”.
Isso é surpreendente. Jesus está nos advertindo a não pensar no Deus Todo-Poderoso como indisposto a nos receber diretamente em sua presença. Por “diretamente” intenciono o que Jesus quis indicar quando disse: “Eu não levarei os seus pedidos a Deus por vocês. Vocês poderão levá-los diretamente. Ele os ama. Ele quer que vocês venham. Ele não está irado com vocês”.
É absolutamente verdade que nenhum ser humano pecaminoso tem acesso ao Pai senão através do sangue de Jesus (Hebreus 10.19-20). Ele intercede por nós agora (Romanos 8.34; Hebreus 7.25). Ele é nosso advogado diante do Pai agora (1 João 2.1). Ele é nosso Sumo Sacerdote diante do trono de Deus agora (Hebreus 4.15-16). Ele disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).
Sim. Mas, Jesus está nos protegendo de considerar a sua intercessão além do limite. “E não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai vos ama”. Ele está lá. Ele está dando um testemunho constante e eterno da remoção da ira do Pai sobre nós.
Porém, ele não está lá para falar por nós, nem para nos manter afastados do Pai, nem para sugerir que o coração do Pai tem reservas para conosco ou nos despreza; por isso as palavras: “Porque o próprio Pai vos ama”.
Então venha. Venha com ousadia (Hebreus 4.16). Venha com expectativa. Venha esperando um sorriso. Venha tremendo de alegria, não de terror.
Jesus está dizendo: “Eu fiz um caminho para Deus. Agora, não ficarei no caminho”. Venha.

John Piper

sábado, 21 de janeiro de 2017

22 de Janeiro.

Nós governaremos todas as coisas

Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 
Apocalipse 3.21.

O que Jesus intencionava quando disse isso à igreja de Laodicéia?
Sentar-se com Jesus no seu trono? Mesmo?
Essa é uma promessa para todos os que vencem, ou seja, aqueles que perseveram na fé até o fim (1 João 5.4), apesar de toda dor ameaçadora e prazer atrativo. Então, se você é um crente em Jesus, sentar-se-á no trono do Filho de Deus que está sentado no trono de Deus, o Pai.
Eu considero que “trono de Deus” significa o direito e a autoridade para governar o universo. Então, Jesus nos promete uma parte no governo de todas as coisas.
É isso que Paulo tem em mente em Efésios 1.22-23? “E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas”.
Nós, a igreja, somos a “plenitude daquele que a tudo enche”. Considero que isso significa que o universo será preenchido com a glória do Senhor (Números 14.21). E uma dimensão dessa glória será a extensão completa e sem oposição do seu governo em todos os lugares.
Portanto, Efésios 1.23 pode indicar que Jesus enche o universo com o seu próprio governo glorioso através de nós. Somos a plenitude do seu governo. Nós governamos em seu nome. Nesse sentido, nós nos sentamos com ele em seu trono.
Nenhum de nós sente isso como deveria. É grandioso. É por isso que Paulo ora por ajuda divina “[para que possam ser] iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento” (Efésios 1.18).
Sem o auxílio onipotente agora, não podemos sentir a maravilha do que seremos. Porém, se nos for concedido sentir isso verdadeiramente, todas as nossas reações emocionais a esse mundo mudarão para melhor.

John Piper

21 de Janeiro.

A âncora da alegria

Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. 
Mateus 5.11.

Jesus revelou um segredo que protege nossa felicidade da ameaça do sofrimento e da ameaça do sucesso. Esse segredo é: grande é o vosso galardão nos céus. E a soma desse galardão é desfrutar da plenitude da glória de Jesus Cristo (João 17.24).
Ele protege nossa felicidade do sofrimento quando diz:
“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mateus 5.11-12).
Nossa grande recompensa no céu livra nossa alegria da ameaça de perseguição e injúria.
Ele também protege nossa alegria do sucesso quando diz:
“Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus” (Lucas 10.20).
Os discípulos foram tentados a colocar sua alegria no sucesso do ministério. “Os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!” (Lucas 10.17). Mas isso separaria a alegria deles da sua única âncora segura.
Assim, Jesus protege a alegria deles da ameaça do sucesso prometendo o grande galardão do céu. Alegrem-se nisso: que os seus nomes estejam escritos nos céus. Sua herança é infinita, eterna e segura.
Nossa alegria está a salvo. Nem o sofrimento nem o sucesso podem destruir sua âncora. Grande é o vosso galardão nos céus. Seu nome está escrito lá. Ele está seguro.
Jesus ancorou a felicidade dos santos sofredores na recompensa dos céus. E ancorou a felicidade dos santos bem-sucedidos na mesma recompensa.
E, assim, ele nos libertou da tirania da dor e do prazer mundanos.

John Piper

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

20 de Janeiro.

A batalha para lembrar

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim. 
Lamentações 3.21-22.

Um dos grandes inimigos da esperança é esquecer as promessas de Deus. Lembrar é um grande ministério. Pedro e Paulo escreveram por tal razão (2Pedro 1.13; Romanos 15.15).
O principal recordador é o Espírito Santo (João 14.26). Porém, não seja passivo. Você é responsável somente pelo seu próprio ministério de lembrar. E o primeiro que você precisa lembrar é você mesmo.
A mente tem esse grande poder: pode falar consigo mesma por meio de lembrança. A mente pode “trazer à memória”. Por exemplo: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança… as suas misericórdias não têm fim” (Lamentações 3.21-22).
Se não “trouxermos à memória” o que Deus disse sobre si mesmo e sobre nós, enfraqueceremos. Oh, como eu sei disso por experiência dolorosa! Não vacile no lamaçal de mensagens ímpias. Eu quero dizer, as mensagens em sua própria cabeça. “Eu não consigo…”. “Ela não fará…”. “Eles nunca…”. “Isso nunca funcionou…”.
A questão não é se tais pensamentos são verdadeiros ou falsos. Sua mente sempre encontrará uma maneira de torná-los verdadeiros, a menos que você “traga à memória” algo maior. Deus é o Deus do impossível. Raciocinar sobre a sua saída de uma situação impossível não é tão eficaz quanto lembrar do seu caminho para fora dela.
Sem nos lembrarmos da grandeza, graça, poder e sabedoria de Deus, mergulhamos em pessimismo. “Eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença” (Salmo 73.22).
A grande mudança do desespero para a esperança no Salmo 77 vem com essas palavras: “Recordo os feitos do SENHOR, pois me lembro das tuas maravilhas da antiguidade. Considero também nas tuas obras todas e cogito dos teus prodígios” (Salmo 77.11-12).
Essa é a grande batalha da minha vida. Eu presumo que seja a da sua também. A batalha para lembrar! A mim mesmo. Depois, a outros.

John Piper

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

19 de Janeiro.

Como servir a um mau chefe

Servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre. 
Efésios 6.7-8

Considere estes cinco aspectos de Efésios 6.7-8 em relação ao seu trabalho.

1) Um chamado a viver radicalmente centrado no Senhor.
Isso é surpreendentemente comparado com a forma como normalmente vivemos. Paulo diz que todo nosso serviço deve ser feito como serviço a Cristo, não a qualquer supervisor humano. Sirva de boa vontade “como ao Senhor” e não ao homem.
Isso significa que pensaremos no Senhor no que fazemos no trabalho. Nós perguntaremos: Por que o Senhor gostaria que isso fosse feito? Como o Senhor gostaria que isso fosse feito? Quando o Senhor gostaria que isso fosse feito? O Senhor me ajudará a fazer isto? Que consequência isso terá para a honra do Senhor? Em outras palavras, ser cristão significa viver radicalmente centrado no Senhor.

2) Um chamado para ser uma boa pessoa.
Uma vida centrada no Senhor significa ser uma pessoa boa e fazer coisas boas. Paulo diz: “De boa vontade” sirva… “se fizer alguma coisa boa…”. Jesus disse que quando deixarmos nossa luz brilhar, os homens verão nossas “boas obras” e glorificarão o nosso Pai que está nos céus (Mateus 5.16).

3) Poder para fazer um bom trabalho para chefes mundanos e maus.
O objetivo de Paulo é capacitar os cristãos com motivos centrados no Senhor a fazerem o bem a chefes que não são bons. Como você continua fazendo o bem em um trabalho quando seu chefe o ignora ou até mesmo o critica? A resposta de Paulo é: pare de pensar em seu chefe como seu principal supervisor e comece a trabalhar para o Senhor. Faça isso nos próprios deveres dados a você por seu chefe terreno.

4) Encorajamento de que nada de bom é feito em vão.
Talvez a frase mais maravilhosa de todas seja esta: “se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor”. Isto é surpreendente. Alguma coisa boa. Toda pequena coisa que você faz que seja boa é vista e valorizada pelo Senhor.
E ele te recompensará por isso. Não no sentido de que você mereceu qualquer coisa, colocando-o em dívida. Ele é o seu dono e de tudo no universo. Ele não nos deve nada. Porém, ele livre e graciosamente escolhe recompensar as coisas boas feitas em fé.

5) Encorajamento de que uma posição insignificante na terra não é obstáculo para grande recompensa no céu.
O Senhor recompensará todas as coisas boas que você fizer — “quer seja servo, quer livre”. Seu chefe pode pensar que você não é ninguém. Ou mesmo pode não saber que você existe. Isso não importa. O Senhor sabe que você existe.

John Piper

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

18 de Janeiro.

O remédio para o orgulho

Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna. 
Tiago 4. 13-16.

Quando você considera três categorias de tentação de autossuficiência — sabedoria, poder e riquezas — elas formam um forte incentivo para a forma final de orgulho, a saber, o ateísmo. A maneira mais segura de permanecermos supremos em nossa própria estima é negar qualquer coisa acima de nós.
É por isso que os orgulhosos se preocupam em olhar para os outros. “Um homem orgulhoso está sempre olhando de cima para as coisas e pessoas, e, claro, enquanto você está olhando para baixo, não consegue ver algo que está acima de si mesmo” (C. S. Lewis, Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples – WMF Martins Fontes]).
Porém, para preservar o orgulho, pode ser mais fácil proclamar que não há nada acima para olhar. “O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações” (Salmo 10.4). Em última análise, os orgulhosos devem convencer a si mesmos de que não há Deus.
Uma razão para isso é que a realidade de Deus é esmagadoramente intrusiva em todos os detalhes da vida. O orgulho não pode tolerar o envolvimento íntimo de Deus gerindo até mesmo os assuntos ordinários da vida.
O orgulho não gosta da soberania de Deus. Portanto, o orgulho não gosta da existência de Deus, porque Deus é soberano. Isso poderia ser expresso ao dizer: “Não há Deus”. Ou pode se expresso ao dizer: “Dirigirei até São Paulo para o Natal”.
Tiago diz: “Não tenha tanta certeza”. Em vez disso, diga: “Se o Senhor quiser, viveremos e iremos a São Paulo para o Natal”. A questão de Tiago é que Deus governa sobre se iremos a São Paulo e se você viverá até o final deste devocional. Isto é extremamente ofensivo para a autossuficiência do orgulho: não ter controle nem mesmo sobre chegar ao final deste devocional sem ter um derrame!
Tiago diz que não crer nos direitos soberanos de Deus de conduzir os detalhes do seu futuro é arrogância.
A maneira de combater essa arrogância é ceder à soberania de Deus em todos os detalhes da vida e descansar em suas promessas infalíveis de mostrar-se poderoso em nosso favor (2Crônicas 16.9), de nos seguir com bondade e misericórdia a cada dia (Salmo 23.6), de trabalhar para aqueles que esperam por ele (Isaías 64.4) e nos capacitar com tudo o que nós precisamos para viver para a sua glória (Hebreus 13.21).

John Piper

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

17 de Janeiro


A fé autêntica anseia por Cristo


Versículo do dia: Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação. 
Hebreus 9.28


O que você deve fazer para que saiba que seus pecados são tirados pelo sangue de Cristo e que, quando ele vier, o protegerá da ira de Deus e o levará à vida eterna? A resposta é esta: Confie em Cristo de uma maneira que o torne desejoso pela sua volta.
Jesus está vindo para salvar aqueles que “o aguardam”. Então, como você se prepara? Como experimenta o perdão de Deus em Cristo e apronta-se para encontrá-lo? Ao confiar nele de uma maneira que o faça desejoso pela sua vinda.
Essa expectativa ardente por Cristo é simplesmente um sinal de que o amamos e cremos nele de forma autêntica.
Há uma fé falsa que somente quer escapar do inferno, mas não tem desejo por Cristo. Essa fé não salva e não produz uma expectativa ardente para que Cristo venha. Ela preferiria que Cristo não viesse pelo maior tempo possível para que pudesse ter o máximo possível deste mundo.
Porém, a fé que realmente se apossa de Cristo como tesouro, esperança e alegria é a fé que nos faz desejar que Cristo venha, e essa é a fé que salva.
Assim, eu lhe rogo, converta-se do mundo e do pecado para Cristo. Tome-o não apenas como sua apólice de seguro contra o fogo, mas como seu ansiosamente aguardado noivo, amigo e Senhor.

John Piper

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

16 de Janeiro.

Palavras ao vento

Acaso, pensais em reprovar as minhas palavras, ditas por um desesperado ao vento? 
Jó 6.26.

No sofrimento, na dor e no desespero as pessoas costumam dizer coisas que de outra forma não diriam. Elas retratam a realidade com traços mais sombrios do que retratarão amanhã, quando o sol nascer. Elas cantam em notas baixas e falam como se essa fosse a única música. Elea só veem nuvens e falam como se não houvesse céu.
Elas dizem: “Onde Deus está?” Ou: “Não adianta prosseguir”. Ou: “Nada faz sentido”. Ou: “Não há esperança para mim”. Ou: “Se Deus fosse bom, isso não teria acontecido”.
O que devemos fazer com essas palavras?
Jó diz que não precisamos reprová-las. Estas palavras são vento ou literalmente “ao vento”. Elas serão rapidamente levadas embora. Haverá uma mudança nas circunstâncias e a pessoa desesperada despertará da noite escura e lamentará as palavras apressadas.
Portanto, a questão é: não gastemos nosso tempo e energia reprovando tais palavras. Elas serão levadas ao vento. Não é necessário cortar as folhas no outono. Esse é um esforço desperdiçado. Elas logo cairão por si mesmas.
Oh, quão rapidamente somos inclinados a defender a Deus ou, às vezes, a verdade, diante de palavras que são apenas ao vento. Se tivéssemos discernimento, poderíamos diferenciar palavras com raízes e as palavras ditas ao vento.
Há palavras com raízes em profundo erro e mal. Porém, nem todas as palavras desesperadas obtêm sua cor a partir de um coração obscurecido. Alguns estão coloridos principalmente pela dor e desespero. O que você ouve não é a coisa mais profunda no interior. Há algo real no interior de onde elas vêm. Mas isso é temporário — como uma infecção passageira — é real, doloroso, mas não a verdadeira pessoa.
Aprendamos a discernir se as palavras ditas contra nós ou contra Deus ou contra a verdade são meramente ao vento — faladas não a partir da alma, mas da dor. Se elas são ao vento, esperemos em silêncio e não as reprovemos. Restaurar a alma, não repreender a dor, é o objetivo do nosso amor.

John Piper


domingo, 15 de janeiro de 2017

15 de Janeiro.

A liberdade da graça

Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus. 
Efésios 2.4-6.

O ato decisivo de Deus na conversão é que ele “nos deu vida juntamente com Cristo”, mesmo quando “estávamos mortos em nossos delitos”. Em outras palavras, nós estávamos mortos para Deus. Éramos insensíveis; não tínhamos verdadeiro interesse espiritual; não apreciávamos as belezas de Cristo; nós estávamos simplesmente mortos em relação a tudo o que importava.
Daí, Deus agiu — incondicionalmente — antes que pudéssemos fazer qualquer coisa para sermos recipientes aptos da graça. Ele nos deu vida. Ele soberanamente nos despertou para vermos a glória de Cristo (2Coríntios 4.4). Os sentidos espirituais que estavam mortos milagrosamente vieram à vida.
O versículo 4 diz que este foi um ato de “misericórdia”. Ou seja, Deus nos viu em nossa morte e se compadeceu de nós. Deus viu o terrível salário do pecado conduzindo à morte eterna e miséria. E as riquezas de sua misericórdia transbordaram para nós em nossa necessidade. Porém, o que é tão notável sobre este texto é que Paulo interrompe o fluxo de sua própria frase, a fim de adicionar que “pela graça sois salvos”. “Deus… nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou”.
Paulo dirá isso novamente no versículo 8. Então, por que ele interrompe o fluxo para adicionar isso aqui? Além disso, a ênfase está na misericórdia de Deus que corresponde à nossa miserável situação de morte; então por que Paulo se desvia de seu caminho para dizer também que é pela graça que somos salvos?
Eu acho que a resposta é que Paulo reconhece aqui uma oportunidade perfeita para enfatizar a liberdade da graça. Enquanto descreve nossa condição de morte antes da conversão, ele percebe que os mortos não podem cumprir condições. Se eles irão viver, precisará haver um ato de Deus totalmente incondicional e completamente livre para salvá-los. Essa liberdade é o próprio coração da graça.
Que ato poderia ser mais unilateralmente livre e não negociado do que uma pessoa ressuscitando outra dentre os mortos! Este é o significado da graça.

John Piper

sábado, 14 de janeiro de 2017

QUE RAIO ACONTECE NA COZINHA S02 EP01 COMO FAZER 12 MINI BIG MAC'S DE UMA VEZ!

14 de Janeiro.

A janela do coração

Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. 
Hebreus 12.3

Uma das capacidades mais notáveis ​​da mente humana é a capacidade de dirigir sua própria atenção para algo que escolhe. Nós podemos fazer uma pausa e dizer às nossas mentes: “Pense nisso, e não naquilo”. Podemos focar nossa atenção em uma ideia ou uma imagem, um problema ou uma esperança.
Esse é um poder surpreendente. Eu duvido que os animais o possuam. Eles provavelmente não são autorreflexivos, mas sim regulados por impulso e instinto.
Você tem negligenciado esta grande arma no arsenal de sua guerra contra o pecado? A Bíblia frequentemente nos convoca a usar esse dom notável. Vamos tirar este presente da prateleira, remover a poeira e usá-lo.
Por exemplo, Paulo diz em Romanos 8.5-6: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”.
Isso é impressionante. O que você cogita em sua mente determina se a questão é vida ou morte.
Muitos de nós nos tornamos muito passivos em nossa busca por mudança, completude e paz. Eu sinto que em nossa era terapêutica, caímos na mentalidade passiva de simplesmente “falar de nossos problemas” ou “lidar com nossos problemas” ou “descobrir as raízes de nossos defeitos em nossa família de origem”.
Porém, vejo uma abordagem à mudança muito mais agressiva, e não passiva, no Novo Testamento. A saber, pensar ativamente. “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Colossenses 3.2).
Nossas emoções são governadas em grande medida pelo que nós observamos: no que consideramos em nossas mentes. Por exemplo, Jesus nos disse para vencermos a emoção da ansiedade pelo que contemplamos: “Observai os corvos… observai os lírios” (Lucas 12.24, 27).
A mente é a janela do coração. Se permitirmos que nossas mentes constantemente permaneçam nas trevas, o coração sentirá as trevas. Porém, se abrirmos a janela da nossa mente para a luz, o coração sentirá a luz.
Acima de tudo, essa grande capacidade de nossas mentes de se concentrar e de considerar foi designada para considerar a Jesus (Hebreus 12.3). Então, façamos isso: “Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma”.

John Piper

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

13 de Janeiro.

A ordem que cria.

Porque tudo que se manifesta é luz. Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. 
Efésios 5.13-14.

Quando Jesus ordenou que Lázaro ressuscitasse dentre os mortos, como ele obedeceu a esse comando? João 11.43 diz que Jesus “clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!”. Essa foi uma ordem a um morto. O versículo seguinte diz: “Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço”.
Como Lázaro fez isso? Como um homem morto obedece a uma ordem para que viva novamente? A resposta parece ser: A ordem traz consigo o poder de criar uma nova vida. A obediência à ordem significa fazer o que as pessoas vivas fazem.
Isso é extremamente importante. O mandamento de Deus: “levanta-te de entre os mortos!”, traz em si o poder que nós precisamos para obedecê-lo. Não o obedecemos criando essa vida. Nós o obedecemos fazendo o que pessoas vivam fazem: Lázaro saiu. Ele se levantou. Ele foi até Jesus. O chamado de Deus cria a vida. Nós respondemos no poder do que o chamado cria.
Em Efésios 5.14, Paulo diz: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará”. Como você obedece a uma ordem para despertar do sono? Se houver monóxido de carbono tóxico em sua casa, e alguém gritar: “Acorde! Salve-se! Saia!”, você não obedece despertando a si mesmo. A alta e poderosa ordem em si o desperta. Você obedece fazendo o que as pessoas em alerta fazem diante do perigo. Você se levanta e sai da casa. O chamado cria o despertar. Você responde no poder do que o chamado criou: despertamento.
Eu creio que esta é a explicação para o motivo pelo qual a Bíblia diz coisas paradoxais sobre o novo nascimento; a saber, que devemos criar em nós novos corações, mas que é Deus quem cria o novo coração. Por exemplo:
Deuteronômio 10.16: “Circuncidai, pois, o vosso coração”.
Deuteronômio 30.6: “O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração”.
Ezequiel 18.31: “Criai em vós coração novo e espírito novo”.
Ezequiel 36.26: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo”.
João 3.7: “Importa-vos nascer de novo”.
1 Pedro 1.3: “[Deus] nos regenerou”.
A maneira de obedecer à ordem de nascer é primeiro experimentar o dom divino da vida e da respiração, e depois fazer o que as pessoas que vivem e respiram fazem: clamar a Deus com fé, gratidão e amor. Quando a ordem de Deus vem com o poder do Espírito Santo de criação e conversão, ela concede vida. E nós cremos, nós nos regozijamos e obedecemos.

John Piper

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

12 de Janeiro.

A chave experiencial

Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra. 
2Coríntios 9.8.

Nós sabemos que a fé na graça futura de Deus é a chave experimental para a generosidade, porque em 2Coríntios, Paulo apresenta esta promessa maravilhosa: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2Coríntios 9.8).
Em outras palavras, se você quer ser livre da necessidade de guardar o seu dinheiro, se deseja superabundar (de graça!) em toda boa obra, então deposite sua fé na graça futura. Confie na promessa de que “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça” em cada momento futuro para este propósito.
Eu acabei de chamar a fé na graça futura de “chave experiencial” para a generosidade, de modo a não negar que também existe uma chave histórica. Há uma chave da experiência e uma chave da história. Ao falar da graça que receberam, Paulo lembra aos Coríntios: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Coríntios 8.9).
Sem essa histórica obra da graça, a porta da generosidade que exalta a Cristo permaneceria fechada. Essa graça passada é a chave para o amor.
Porém, observe como a graça passada neste versículo funciona. Ela fez o fundamento (Cristo tornou-se pobre) da graça futura (para que nos tornássemos ricos). Assim, a chave histórica da nossa generosidade funciona ao colocar em nossa mão a chave experiencial da fé na graça futura.
Portanto, a chave experiencial do amor e generosidade é essa: Coloque sua fé firmemente na graça futura — que “Deus pode (no futuro) fazer-vos abundar em toda graça (futura)”, de modo que suas necessidades sejam supridas e que você seja capaz de transbordar com amor da generosidade.
A liberdade da ganância provém da fé na graça futura de Deus.

John Piper

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

11 de Janeiro.

Apaixonado por Deus e pela verdade

E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem, segundo está escrito: Para seres justificado nas tuas palavras e venhas a vencer quando fores julgado. 
Romanos 3.3-4.

Nossa preocupação com a verdade é uma expressão inevitável de nossa preocupação com Deus. Se Deus existe, então ele é a medida de todas as coisas, e o que ele pensa sobre todas as coisas é a medida do que nós devemos pensar.
Não se preocupar com a verdade é não se preocupar com Deus. Amar a Deus com paixão é amar a verdade apaixonadamente. Ser centrado em Deus na vida significa ser conduzido pela verdade no ministério. O que não é verdade não procede de Deus.
Medite nestes quatro conjuntos de textos sobre Deus e a verdade:
1) Deus é a verdade
Romanos 3.3-4 (Deus Pai): “E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem, segundo está escrito: Para seres justificado nas tuas palavras e venhas a vencer quando fores julgado”.
João 14.6 (Deus Filho): “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.
João 15.26 (Deus Espírito): “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”.
2) Não amar a verdade é eternamente prejudicial
2Tessalonicenses 2.10: Eles perecerão, “porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos”.
3) A vida cristã baseia-se no conhecimento da verdade
1Coríntios 6.15-16: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne”.
4) O corpo de Cristo é edificado com verdade em amor
Colossenses 1.28: “O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”.
Que Deus nos torne pessoas apaixonadas por Ele e pela verdade.

John Piper

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

10 de Janeiro.

Como crentes serão julgados

"Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros". 
Apocalipse 20.12.

Isso é sobre o juízo final? Os nossos pecados serão lembrados? Eles serão revelados? Anthony Hoekema responde sabiamente algo como isso: “As falhas e debilidades dos… crentes… estarão em cena no dia do juízo. Mas — e esse é o ponto importante — os pecados e debilidades dos crentes serão revelados no juízo como pecados perdoados, cuja culpa foi totalmente coberta pelo sangue de Jesus Cristo”.
Imagine-o assim: Deus tem um registro de cada pessoa (os “livros” de Apocalipse 20.12). Tudo o que você já fez ou disse (Mateus 12.36) está gravado ali com uma nota (de “0” a “10”). Quando você estiver diante do “tribunal de Cristo” (2Coríntios 5.10) para ser julgado “segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”, Deus abrirá o registro e disporá os testes com suas notas. Ele separará todos os “0” e os colocará em uma pilha. Depois, ele pegará todos os “4” e “6” e tirará as partes boas do teste e as colocará com os “10”, em seguida, colocará as partes ruins com o “0”. Depois, ele pegará todos os “7” e “9” e separará as partes ruins e as colocará na pilha “0”, e colocará todas as partes boas na pilha “10”.
Em seguida, ele abrirá outro registro (“o livro da vida”) e encontrará o seu nome. Atrás do seu nome haverá um fósforo feito da madeira da cruz de Jesus. Ele pegará o fósforo, o acenderá e lançará a pilha “0”, com todas as suas falhas e deficiências, no fogo e a queimará. Estas não lhe condenarão e não lhe recompensarão.
Depois, ele tirará do seu “livro da vida” um envelope selado marcado como “bônus gratuito e gracioso” e colocará na pilha “10” (veja Marcos 4.24 e Lucas 6.38). Então, ele levantará toda a pilha e declarará: “Com isso a sua vida dá testemunho da graça do meu Pai, do valor do meu sangue e do fruto do meu Espírito. Entre no gozo do seu Mestre”.

John Piper

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

09 de Janeiro.

Apenas um pouco

"Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar". 
1Pedro 5.10.

Às vezes, no meio das aflições e estresses da vida cotidiana, podemos clamar: “Até quando, ó Senhor? Eu não consigo ver além da dor de hoje. O que o amanhã trará? Você estará presente nesta aflição também?”.
Esta pergunta é absolutamente urgente, porque Jesus disse: “Aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Marcos 13.13). Nós trememos diante do pensamento de estarmos entre os “que retrocedem para a perdição” (Hebreus 10.39). Nós não estamos brincando. O sofrimento é uma terrível ameaça à fé na futura graça de Deus.
Portanto, é maravilhoso ouvir Pedro prometer aos cristãos aflitos e cansados que “o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar” (1Pedro 5.10).
A segurança de que ele não demorará além do que podemos suportar e que aniquilará as falhas que lamentamos e que firmará para sempre aquele que vacilou por tanto tempo — essa segurança vem de “toda a graça”.
Deus não é o Deus de um pouco de graça — como graça derradeira. Ele é o Deus de “toda graça” — incluindo os infinitos e inesgotáveis ​​estoques de graça futura.
Fé nessa graça é a chave para permanecer no caminho estreito e difícil que conduz à vida.

John Piper

domingo, 8 de janeiro de 2017

08 de Janeiro.

Ganhe o que você não pode perder

Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível. 
Marcos 10.27.

Aqui há dois grandes incentivos de Jesus para você se tornar um missionário e dedicar-se à causa das missões de fronteira.
1. Toda impossibilidade para os homens é possível para Deus (Marcos 10.27). A conversão de pecadores endurecidos será obra de Deus e estará em harmonia com seu plano soberano. Não precisamos temer ou nos preocupar com nossa fraqueza. A batalha é do Senhor e ele dará a vitória.
2. Cristo promete trabalhar por nós e ser para nós de tal modo que quando a nossa vida missionária acabar, não poderemos dizer que sacrificamos qualquer coisa (Marcos 10.29-30).
Quando seguimos sua prescrição missionária, descobrimos que até mesmo as consequências dolorosas cooperam para melhorar nossa condição. Nossa saúde espiritual e nossa alegria são aperfeiçoadas cem vezes. E quando morremos, não morremos. Nós ganhamos a vida eterna.
Meu apelo não é que você estrague sua coragem e seu sacrifício por Cristo. Apelo para que você renuncie a tudo o que tem para obter uma vida que satisfaça os seus anseios mais profundos. Eu apelo que você considere todas as coisas como escória pelo valor incomparável de permanecer no serviço ao Rei dos reis. Apelo para que você tire os seus trapos comprados e coloque as vestes dos embaixadores de Deus.
Eu lhe prometo perseguições e privações, mas “lembre da alegria”! “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5.10).
Em 8 de janeiro de 1956, cinco índios Auca do Equador mataram Jim Elliot e seus quatro companheiros missionários enquanto eles tentavam levar o evangelho à tribo Auca de sessenta pessoas.
Quatro jovens esposas perderam maridos e nove crianças perderam seus pais. Elisabeth Elliot escreveu que o mundo chamou isso de um trágico pesadelo. Depois acrescentou: “O mundo não reconheceu a verdade da segunda cláusula no credo de Jim Elliot: ‘Não é tolo aquele que abre mão do que não pode reter para ganhar o que não pode perder’”.

John Piper

sábado, 7 de janeiro de 2017

07 de Janeiro.

Graça negada e dada
Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus. 
Atos 14.22.

A necessidade de força interior não surge apenas devido ao esgotamento do estresse cotidiano, mas das aflições e dos sofrimentos que ocorrem de tempos em tempos. E eles ocorrem.
O sofrimento é inevitavelmente adicionado ao cansaço do coração no caminho para o céu. Quando ele ocorre, o coração pode vacilar e o caminho estreito que leva à vida pode parecer impossivelmente difícil. É difícil o bastante ter um caminho estreito e alguns montes íngremes que testam a potência do velho calhambeque ao limite. Mas, o que faremos quando o carro quebrar?
Paulo orou três vezes com essa pergunta por causa de alguma aflição em sua vida. Suplicou alívio de seu espinho na carne. Porém, a graça de Deus não veio na forma que ele pediu. A graça veio de outro modo. Cristo respondeu: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Coríntios 12.9).
Aqui, vemos a graça dada sob a forma do poder sustentador de Cristo na aflição não removida — uma graça dada, nós poderíamos dizer, dentro do círculo de outra graça negada. E Paulo respondeu com fé na suficiência desta graça futura: “Por isso me gloriarei cada vez mais de minhas fraquezas, para que repouse sobre mim o poder de Cristo” (2Coríntios 12.9).
Deus muitas vezes nos abençoa com uma “graça dada” no círculo da “graça negada”.
Por exemplo, em um dia terrivelmente quente em julho, a bomba de água de nosso carro parou de funcionar. E a vinte quilômetros de qualquer cidade, estávamos parados na rodovia.
Eu tinha orado naquela manhã para que o carro funcionasse bem e que chegássemos ao nosso destino com segurança. Agora o carro tinha quebrado. A graça da viagem sem problemas tinha sido negada. Ninguém parou enquanto estávamos perto de nosso carro. Então, meu filho Abraham (que tinha cerca de onze anos na época) disse: “Papai, deveríamos orar”. Então, nos curvamos atrás do carro e pedimos a Deus por alguma graça futura, uma ajuda em tempo de necessidade. Quando olhamos para o alto, uma caminhonete havia parado.
O motorista era um mecânico que trabalhava há cerca de vinte quilômetros de distância. Ele disse que estava disposto a ir buscar as peças, voltar e consertar o carro. Fomos à cidade e pude compartilhar o evangelho com ele. Estávamos novamente em nosso caminho cerca de cinco horas depois.
Agora, a coisa notável sobre essa resposta à nossa oração é que ela veio dentro do círculo de uma oração negada. Nós pedimos uma viagem sem problemas. Deus nos deu problemas. Mas, no meio de uma graça negada, tivemos uma graça dada. Eu estou aprendendo a confiar na sabedoria de Deus em dar a graça que é melhor para mim e para mecânicos incrédulos e para a fé observadora de meninos de onze anos.
Não devemos nos surpreender que Deus nos dê graças maravilhosas em meio ao sofrimento que pedimos que ele nos livre. Ele sabe melhor como conceder a sua graça para o nosso bem e para a sua glória.

John Piper

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

06 de Janeiro.

A vontade de Deus é que você se aproxime
Aproximemo-nos, com sincero coração.
Hebreus 10.22.

A ordem que nos foi dada nessa passagem é que nos aproximemos de Deus. O grande objetivo do escritor do livro de Hebreus é que nos aproximemos de Deus, que tenhamos comunhão com ele, que não tenhamos uma vida cristã distante de Deus.
Essa aproximação não é um ato físico. Não é construir uma torre de Babel por suas realizações para chegar ao céu. Não é necessariamente ir até o prédio da igreja ou caminhar até a frente de um altar. É um ato invisível do coração. Você pode fazê-lo enquanto permanece absolutamente imóvel ou enquanto está deitado em um leito de hospital ou no trem enquanto vai trabalhar.
Esse é o centro do evangelho — é sobre isso que o jardim do Getsêmani e a Sexta-feira Santa dizem respeito — que Deus fez coisas surpreendentes e custosas para nos aproximar de si mesmo. Ele enviou o seu Filho para sofrer e morrer, para que por meio dele pudéssemos nos aproximar. Tudo o que ele fez no grande plano da redenção é para que pudéssemos ser aproximados. E essa proximidade é para a nossa alegria e para a glória de Deus.
Ele não precisa de nós. Se permanecermos distantes, ele não é empobrecido. Ele não precisa de nós para ser feliz na comunhão da Trindade. Porém, ele magnifica a sua misericórdia, dando-nos, apesar de nosso pecado, livre acesso por meio de seu Filho à única realidade que pode satisfazer nossas almas completamente e para sempre; ou seja, ele mesmo. “Na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Salmo 16.11).
Essa é a vontade de Deus para você, agora mesmo, enquanto lê isso. É por isso que Cristo morreu: para que você se aproxime de Deus.

John Piper.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

05 de Janeiro


Nosso inimigo desarmado

E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. (Colossenses 2.13-15)

A razão pela qual a união com Cristo faz uma grande diferença para o crente é porque Cristo obteve um triunfo decisivo sobre o diabo no Calvário. Ele não removeu Satanás do mundo, mas o desarmou até o ponto de remover a arma da condenação de sua mão.
Satanás não pode acusar os crentes de pecado não perdoado; e essa é a única acusação que pode nos destruir. Portanto, ele não pode nos levar a ruína total. Ele pode nos ferir fisicamente e emocionalmente, e até mesmo nos matar. Ele pode nos tentar e incitar outros contra nós. Porém, não pode nos destruir.
O triunfo decisivo em Colossenses 2.13-15 deve-se ao fato de que “o escrito de dívida, que era contra nós” foi pregado na cruz. O diabo havia feito desse escrito de dívida sua principal acusação contra nós. Agora ele não tem nenhuma acusação que possa fazer na corte do céu. Ele é impotente para fazer a única coisa que mais deseja: condenar-nos. Ele não pode fazê-lo. Cristo levou sobre si nossa condenação. O diabo está desarmado.
Outra maneira de dizer isso está em Hebreus 2.14-15: “[Cristo tornou-se humano] para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida”.
A morte ainda é nossa inimiga. Mas é inofensiva. O veneno da víbora foi removido. O aguilhão mortal desapareceu. O aguilhão da morte era o pecado e o poder condenatório do pecado estava na demanda da lei. Mas, graças a Cristo que satisfez a demanda da lei. “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”.

John Piper.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

04 de Janeiro

Esperança para cristãos imperfeitos.

Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.
Hebreus 10.14.

Este versículo é cheio de encorajamento para pecadores imperfeitos como nós e é repleto de motivação para a santidade.
Isso significa que você pode ter certeza de que é perfeito e completo aos olhos do seu Pai celestial não porque você é perfeito agora, mas exatamente porque, embora não seja perfeito agora, está “sendo santificado”, “sendo feito santo” — de forma que, pela fé nas promessas de Deus, você está se afastando de sua persistente imperfeição em direção à crescente santidade. Esse é o ponto de Hebreus 10.14.
A sua fé o torna desejoso de abandonar o pecado e progredir em santidade? Esse é o tipo de fé que, em meio a imperfeição, pode olhar para Cristo e dizer: “Você já me aperfeiçoou diante de sua vista”.
Esta fé diz: “Cristo, hoje pequei. Mas eu odeio o meu pecado. Pois, você escreveu a lei no meu coração e eu desejo cumpri-la. E está operando em mim o que é agradável aos seus olhos. E assim, odeio o pecado que ainda cometo; e odeio os pensamentos pecaminosos que entretenho.”
Esta é a verdadeira e realista fé que salva. Esta é a fé que pode saborear as palavras: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”.
Este não é a vanglória dos fortes. É o clamor dos fracos que precisam de um Salvador.
Eu o convido, e insisto, a sermos fracos o suficiente para que confiemos em Cristo dessa forma.

John Piper.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

03 de Janeiro

A menor fé.
Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
Romanos 9.16.

Permita-nos deixar claro no início do ano que tudo o que nós receberemos de Deus nesse ano, como crentes em Jesus, é misericórdia. Quaisquer que sejam os prazeres ou as dores que ocorram, nosso caminho será todo misericórdia.

É por isso que Cristo veio ao mundo — “para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia” (Romanos 15.9). Nascemos de novo “segundo a sua muita misericórdia” (1Pedro 1.3). Oramos diariamente “a fim de recebermos misericórdia” (Hebreus 4:16); e agora estamos “esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Judas 1.21). Se qualquer cristão prova ser fiel, é por ter “recebido do Senhor a misericórdia de ser fiel” (1Coríntios 7.25).
Em Lucas 17.5-6, os apóstolos solicitam ao Senhor: “Aumenta-nos a fé”. E Jesus diz: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”. Ou seja, na vida cristã e no ministério,  a questão não é a força ou a quantidade da nossa fé, porque não é isso que arranca árvores. Deus o faz. Portanto, a menor fé que nos una realmente a Cristo envolverá o suficiente do seu poder para tudo o que necessitamos.
Porém, o que dizer das vezes em que você obedece ao Senhor com êxito? Sua obediência o afasta da categoria de suplicante de misericórdia? Jesus dá a resposta nos versos seguintes de Lucas 17.7-10:
“Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.”
Portanto, eu concluo que a mais completa obediência e a menor fé obtêm a mesma coisa da parte de Deus: misericórdia. Uma mera semente de mostarda de fé alcança a misericórdia do poder de Deus que move as árvores. E a perfeita obediência nos deixa completamente dependentes da misericórdia.
A questão é esta: Qualquer que seja o momento ou a forma da misericórdia de Deus, nunca nos elevamos acima da condição de beneficiários da misericórdia. Nós sempre somos totalmente dependentes do que não merecemos.
Portanto, humilhemo-nos e exultemos e “glorifiquemos a Deus por causa da sua misericórdia”!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

02 de Janeiro.

O que Jesus fez à morte

"E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação". 
Hebreus 9.27-28

A morte de Jesus tira pecados. Esse é o próprio coração do cristianismo, o coração do evangelho e o coração da grande obra divina de redenção no mundo. Cristo tirou os pecados quando morreu. Ele removeu pecados que não eram seus. Ele sofreu por pecados que outros cometeram, para que eles estivessem livres desses pecados.
Essa é a resposta para o maior problema em sua vida, quer você sinta que esse é o seu principal problema ou não. Há uma resposta para a questão de como podemos nos reconciliar com Deus apesar de sermos pecadores. A resposta é que a morte de Cristo é “uma oferta para tirar os pecados de muitos”. Ele tomou os nossos pecados e os levou para a cruz e morreu ali a morte que nós merecíamos morrer.
Agora, o que isso significa quanto à minha morte? “Está ordenado [a mim] morrer uma só vez”. Isso significa que a minha morte já não é punitiva. Minha morte não é mais uma punição pelo pecado. O meu pecado foi tirado. Meu pecado é removido pela morte de Cristo. Cristo tomou sobre si a punição.
Então, por que eu morro? Porque Deus deseja que a morte permaneça no mundo por enquanto, até mesmo entre os seus próprios filhos, como um testemunho permanente do extremo horror do pecado. Em nossa morte ainda manifestamos os efeitos exteriores do pecado no mundo.
Porém, a morte para os filhos de Deus não é mais a sua ira contra eles. Ela tornou-se a nossa entrada na salvação e não na condenação.

John Piper

domingo, 1 de janeiro de 2017

FELIZ ANO NOVO!

01 de Janeiro.

Graça para o ano novo

Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. 
1Coríntios 15.10.

A graça não é apenas a disposição de Deus de nos fazer bem quando não o merecemos. É um poder real de Deus que age e faz coisas boas acontecerem em nós e para nós.
A graça de Deus foi a ação de Deus em Paulo para fazer Paulo trabalhar duro: “Pela graça de Deus… trabalhei muito mais do que todos eles”. Então, quando Paulo diz “desenvolvei a vossa salvação”, ele acrescenta: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2.12-13). Graça é poder de Deus para realizar boas coisas em nós e para nós.
Esta graça é passada e é futura. Ela está sempre fluindo na infinitesimal cachoeira do presente, a partir do rio inesgotável da graça que vem até nós do futuro, para o reservatório cada vez maior de graça no passado.
Nos próximos cinco minutos, você receberá graça sustentadora que flui a partir do futuro, e você acumulará mais cinco minutos de graça no reservatório do passado. A resposta adequada à graça que você experimentou no passado é a gratidão e a resposta adequada à graça prometida para você no futuro é a fé. Nós somos gratos pela graça passada do ano anterior e estamos confiantes na graça futura para o ano novo.

John Piper