sexta-feira, 30 de junho de 2017

30 de Junho.

O descanso do céu na ira vindoura

Se de fato é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam e a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. 
2 Tessalonicenses 1.6-8, ACF.

Chegará um tempo em que a paciência de Deus se esgotará. Quando Deus ver o seu povo sofrer pelo tempo determinado e o número dos mártires for completado (Apocalipse 6.11), então a vingança virá do céu.
Observe que a vingança de Deus contra nossos ofensores é experimentada por nós como “descanso”. Em outras palavras, o juízo sobre “aqueles que nos atribulam” é uma forma de graça para conosco.
Talvez a ilustração mais notável do juízo como graça seja a da destruição da Babilônia em Apocalipse 18. Na sua destruição, uma grande voz clama do céu: “Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa” (Apocalipse 18.20). Nessa ocasião, ouve-se uma grande multidão, dizendo: “Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos” (Apocalipse 19.1-2).
Quando a paciência de Deus tiver percorrido seu curso de longanimidade, esta era tiver terminado e o juízo vier sobre os inimigos do povo de Deus, os santos não desaprovarão a justiça de Deus.
Isso significa que a destruição final do impenitente não será experimentada como uma miséria para o povo de Deus.
A indisposição dos outros para o arrependimento não manterá as afeições dos santos como reféns. O inferno não será capaz de chantagear o céu pela miséria. O julgamento de Deus será aprovado e os santos experimentarão a vindicação da verdade como uma grande graça.

John Piper.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

29 de Junho.

A poderosa raiz do amor prático

Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. 
1 João 3:14.

A Bíblia, algumas vezes, faz do amor a condição da experiência contínua e final da graça futura. Isso não significa que o amor deve preceder a fé na promessa. Pelo contrário, significa que a fé na promessa deve ser tão real que o amor que ela produz prove a realidade da fé.
Assim, o amor pelos outros é uma condição da graça futura no sentido de que ele confirma que a condição primária, a fé, é genuína. Nós poderíamos chamar o amor pelos outros de uma condição secundária, que confirma a autenticidade da condição primária da fé.
A fé percebe a glória de Deus nas promessas da graça futura e se apossa de tudo o que as promessas revelam sobre o que Deus é para nós em Jesus. Essa apreensão e esse deleite espiritual em Deus são a evidência autoautenticadora de que Deus nos chamou para sermos alguns dos beneficiários da sua graça. Essa evidência nos liberta para confiarmos na promessa como sendo nossa. E essa confiança na promessa nos capacita a amar, o que, por sua vez, confirma que a nossa fé é real.
O mundo necessita de uma fé que combina duas coisas: a apreensão reverente da inabalável verdade divina e o poder totalmente prático e contínuo de fazer uma diferença libertadora na vida. É disso que eu preciso também. É por isso que eu sou um cristão.
Há um grande Deus de graça que magnifica a sua própria infinita autossuficiência cumprindo
promessas a pessoas miseráveis que confiam nele. E há um poder que provém de estimar este Deus que não deixa intocado nenhum canto ou brecha da vida. Isso nos capacita a amar da maneira mais prática.

John Piper

quarta-feira, 28 de junho de 2017

28 de Junho.

Suportar ao obedecer dói

Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz. 
Hebreus 12:2.

Às vezes, o que a fé realiza é indizivelmente difícil.
Em seu livro Miracle on the River Kwai [Milagre no Rio Kwai], Ernest Gordon conta a história real de um grupo de prisioneiros de guerra que trabalhavam na Estrada de Ferro Birmânia, durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao fim de cada dia, as ferramentas eram tiradas do grupo de trabalho. Em uma ocasião, um guarda japonês gritou que uma pá havia desaparecido e exigia saber que homem a havia pegado. Ele começou a discutir e a se enfurecer, ergueu-se em uma fúria paranoica e ordenou que quem fosse culpado desse um passo à frente. Ninguém se moveu. “Todos morrerão! Todos morrerão!”, gritou ele, carregando e apontando sua arma para os prisioneiros. Naquele momento, um homem se apresentou e o guarda o matou com o rifle, enquanto ele permaneceu em silêncio. Quando retornaram ao acampamento, as ferramentas foram contadas outra vez e nenhuma pá estava faltando.
O que pode sustentar a vontade de morrer por outros, quando você é inocente? Jesus foi conduzido e sustentado por seu amor por nós “em troca da alegria que lhe estava proposta”.
A graça significa que seus objetos não são merecedores. Então, eu não direi que Jesus colocou sua esperança na graça. Simplesmente direi que ele confiou nas futuras bênçãos e na alegria, e estas o conduziram e o sustentaram em amor através do seu sofrimento.
Sempre que nós o seguimos nisto, o que devemos fazer, essa bênção e essa alegria para nós são graça — graça futura. Como homem, exemplificando para nós como tomar a nossa cruz e segui-lo no caminho do amor do Calvário, Jesus entregou-se ao seu Pai (1 Pedro 2.23), e depositou sua esperança na ressurreição e em todas as alegrias do retorno para seu Pai e da redenção do seu povo.

John Piper

terça-feira, 27 de junho de 2017

27 de Junho.

Um refúgio para os desamparados

Como é grande a tua bondade… para com os que em ti se refugiam! 
Salmo 31:19.

 
A experiência da graça futura muitas vezes depende do fato de se nos refugiamos em Deus ou se duvidamos dos seus cuidados e corremos para a cobertura de outros abrigos.
Para aqueles que se refugiam em Deus, as promessas da graça futura são muitas e ricas.
Dos que nele confiam nenhum será condenado (Salmo 34.22).Ele é escudo para todos os que nele se refugiam. (2 Samuel 22.31).Bem-aventurados todos os que nele se refugiam (Salmo 2.12).O SENHOR é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam (Naum 1.7).
Não obtemos ou merecemos nada ao nos refugiarmos em Deus. Esconder-se em algo não contribui em nada para o esconderijo. Tudo o que isso faz é demonstrar que consideramos a nós mesmos como desamparados e ao refúgio como um lugar de socorro.
A condição que nós devemos atender para ter essa graça não é meritória; é a condição do desespero e do reconhecimento da fraqueza e necessidade.
A miséria não exige ou merece; ela suplica por misericórdia e busca por graça.

John Piper

segunda-feira, 26 de junho de 2017

26 de Junho.

O temor que nos atrai

Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis. 
Êxodo 20:20.

Há um temor que é servil e nos afasta de Deus, e há um temor que é doce e nos atrai a Deus. Moisés advertiu contra um e convocou ao outro no mesmo verso, Êxodo 20.20: “Respondeu Moisés ao povo: Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis”.
A ilustração mais clara que eu já vi desse tipo de temor foi o momento em que um dos meus filhos encarou um pastor alemão. Estávamos visitando uma família da nossa igreja. Meu filho Karsten tinha cerca de sete anos. Eles tinham um cachorro enorme que ficou cara a cara com um menino de sete anos.
O cachorro era amigável e Karsten não tinha problemas em fazer amigos. Porém, quando mandamos Karsten voltar ao carro para pegar algo que havíamos esquecido, ele começou a correr e o cão correu atrás dele rosnando baixo. É claro que isso assustou Karsten. Mas o dono disse: “Karsten, por que você não apenas anda? O cachorro não gosta quando as pessoas fogem dele”.
Se Karsten abraçasse o cachorro, ele seria afável e até lamberia o seu rosto. Mas se ele corresse do cão, este rosnaria e encheria Karsten de temor.
Agora, essa é uma ilustração do que significa temer ao Senhor. Deus quer dizer que seu poder e santidade estimulam o temor em nós, não para nos afastar dele, mas para nos conduzir a ele.

John Piper

domingo, 25 de junho de 2017

25 de Junho.

A armadilha mortal chamada cobiça

Os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. 
1 Timóteo 6:9.

 A cobiça pode destruir a alma no inferno.
A razão pela qual estou certo de que essa destruição não é um fracasso financeiro temporário, mas a destruição final no inferno, é o que Paulo diz em 1 Timóteo 6.12. Ele afirma que a cobiça deve ser resistida com o combate da fé; depois ele acrescenta: “Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão”. O que está em jogo ao fugir da cobiça e lutar pelo contentamento na graça futura é a vida eterna.
Assim, quando Paulo diz em 1 Timóteo 6.9 que o desejo de ser rico lança as pessoas em ruína, ele não está dizendo que a ganância pode prejudicar o seu casamento ou o seu trabalho (o que certamente pode!). Ele está dizendo que a cobiça pode arruinar a sua eternidade. Ou, como 1 Timóteo 6.10 diz no final: “nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (literalmente: “transpassaram a si mesmos com muitas dores”).
Deus fez o máximo na Bíblia para nos advertir misericordiosamente de que a idolatria da cobiça é uma situação de perda. É um beco sem saída no pior sentido da palavra. É uma ilusão e uma armadilha.
Assim, a minha palavra para você é a de 1 Timóteo 6.11: “Foge destas coisas”. Quando você vê-la vindo (em um anúncio de televisão, em um catálogo de Natal, em uma propaganda da Internet ou na compra de um vizinho), fuja dela do modo como você fugiria de um leão rugindo e faminto que escapou de um zoológico.

John Piper

sábado, 24 de junho de 2017

24 de Junho.

Eu posso estar contente em tudo

Tudo posso naquele que me fortalece. 
Filipenses 4:13.

A provisão divina de graça futura para o dia a dia capacita Paulo a ter fartura ou fome, a prosperar ou sofrer, a ter abundância ou escassez.
“Tudo posso” realmente significa “tudo”, não apenas as coisas fáceis. Isso significa que “por meio de Cristo eu posso ter fome, sofrer e ter necessidade”. Isso coloca a maravilhosa promessa do verso 19 em sua luz adequada: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”.
O que significa “cada uma de vossas necessidades”, à luz de Filipenses 4.19? Significa “tudo o que você precisa para o contentamento que glorifica a Deus”. O amor de Paulo pelos Filipenses fluía do seu contentamento em Deus, e seu contentamento fluía da sua fé na graça futura da infalível provisão de Deus.
É óbvio, então, que a cobiça é exatamente o oposto da fé. É a perda do contentamento em Cristo, de modo que começamos a desejar que outras coisas satisfaçam os anseios dos nossos corações. E não há dúvida de que a luta contra a cobiça é uma luta contra a incredulidade e uma batalha pela fé na graça futura.
Sempre que nós percebermos o menor surgimento de cobiça em nossos corações, precisamos nos voltar contra ela e combatê-la com todas as nossas forças usando as armas da fé.

John Piper

23 de Junho.

A fé honra aquele em quem confia

Não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus. 
Romanos 4:20.

Eu desejo que Deus seja glorificado em nossa busca por santidade e amor. Mas Deus não é glorificado a menos que nossa busca seja fortalecida pela fé em suas promessas.
E o Deus que se revelou mais plenamente em Jesus Cristo, que foi crucificado pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação (Romanos 4.25), é mais glorificado quando abraçamos as suas promessas com alegre firmeza, porque elas são compradas pelo sangue do seu Filho.
Deus é honrado quando somos humilhados por nossa fraqueza e fracasso, e quando ele é crido para a graça futura (Romanos 4.20). Assim, a menos que aprendamos a viver pela fé na graça futura, podemos realizar rigorosos rituais religiosos, mas não para a glória de Deus.
Ele é glorificado quando o poder para ser santo vem da fé humilde na graça futura.
Martinho Lutero disse: “A [fé] honra aquele em quem confia com a mais reverente e mais alta consideração, já que o considera verdadeiro e digno de confiança”. O confiável Doador recebe a glória.
Meu grande desejo é que aprendamos a viver para a honra de Deus. E isso significa viver pela fé na graça futura, o que, por sua vez, significa lutar contra a incredulidade em todas as formas em que ela surge.

John Piper

quinta-feira, 22 de junho de 2017

22 de Junho.

Como você deve lutar pela santidade

Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. 
Hebreus 12:14.

Há uma santidade prática sem a qual não veremos o Senhor. Muitos vivem como se isso não fosse assim.
Há cristãos nominais que vivem de modo tão profano que ouvirão as terríveis palavras de Jesus: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mateus 7.23). Paulo diz aos crentes professos: “se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte” (Romanos 8.13).
Portanto, há uma santidade sem a qual ninguém verá o Senhor. E aprender a lutar pela santidade por meio da fé na graça futura é supremamente importante.
Existe outra maneira de buscar a santidade que frustra e conduz à morte. Os apóstolos nos advertem contra servir a Deus de outra maneira que não pela fé em sua graça capacitadora.
Por exemplo, Pedro diz: “se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo” (1 Pedro 4.11). E Paulo diz: “Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio” (Romanos 15.18; veja também 1 Coríntios 15.10).
Momento após momento, a graça é dada para nos capacitar a fazer “toda boa obra” que Deus nos designa. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2 Coríntios 9.8).
A luta pelas boas obras é uma luta para crer nessa graça futura.

John Piper.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

21 de Junho.

A satisfação que derrota o pecado

Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. 
João 6:35.

O que nós precisamos ver aqui é que a essência da fé é ser satisfeita com tudo o que Deus é para nós em Cristo.
Essa afirmação enfatiza duas coisas. Uma é a centralidade de Deus na fé. Não são apenas as promessas de Deus que nos satisfazem, mas sim tudo o que o próprio Deus é para nós. A fé se apossa de Deus — não apenas de seus dons prometidos — como nosso tesouro.
A fé deposita sua esperança não apenas na herança real da era vindoura, mas também no fato de que Deus estará lá (Apocalipse 21.3). E, mesmo agora, o que a fé abraça mais fervorosamente não é apenas a realidade dos pecados perdoados (por mais precioso que isso seja), mas a presença do Cristo vivo em nossos corações e a plenitude do próprio Deus (Efésios 3.17-19).
A outra coisa enfatizada na definição da fé como ser satisfeita com tudo o que Deus é para nós é o termo “satisfação”. A fé é o saciamento da sede da alma na fonte de Deus. Em João 6.35 vemos que “crer” significa “vir” a Jesus para comer e beber o “pão da vida” e a “água viva” (João 4.10, 14), que não são outra coisa, senão o próprio Jesus.
Aqui está o segredo do poder da fé para quebrar a força escravizante das atrações pecaminosas. Se o coração é satisfeito com tudo o que Deus é para nós em Jesus, o poder do pecado para nos afastar da sabedoria de Cristo é quebrado.

John Piper

terça-feira, 20 de junho de 2017

20 de Junho.

A graça é perdão — e poder!

Pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. 
1 Coríntios 15:10.

A graça não é simplesmente clemência quando pecamos. A graça é o dom capacitador de Deus para não pecarmos. Graça é poder, não apenas perdão.
Isso é claro, por exemplo, em 1 Coríntios 15.10. Paulo descreve a graça como o poder capacitador de seu trabalho. Não é simplesmente o perdão dos seus pecados; é o poder de continuar em obediência.
Portanto, o esforço que fazemos para obedecermos a Deus não é feito em nossa própria força, mas “na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado” (1 Pedro 4.11). Essa é a obediência da fé.
Paulo confirma isso em 2 Tessalonicenses 1.11-12, chamando cada um de nossos atos de bondade de “obras de fé” e dizendo que a glória que isso traz a Jesus é “segundo a graça de nosso Deus”, pois ocorre “por Seu poder”:
“Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”.
A obediência que dá prazer a Deus é produzida pelo poder da graça de Deus por meio da fé. A mesma dinâmica está em ação em todas as fases da vida cristã. O poder da graça de Deus que salva pela fé (Efésios 2.8) é o mesmo poder da graça de Deus que santifica pela fé.

John Piper

segunda-feira, 19 de junho de 2017

19 de Junho.

O pecado de temer o homem

Então, disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do SENHOR e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz. 
1 Samuel 15:24.

Por que Saul obedeceu ao povo em vez de a Deus? Porque ele temeu o povo em vez de temer a Deus. Ele temeu as consequências humanas da obediência mais do que as consequências divinas do pecado. Ele temeu o descontentamento do povo mais do que o desagrado de Deus. E isso é um grande insulto a Deus.
Na verdade, Isaías diz que é um tipo de orgulho ter medo do que o homem pode fazer enquanto ignoramos as promessas de Deus. Ele cita Deus com essa pergunta penetrante: “Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva? Quem és tu que te esqueces do SENHOR, que te criou?” (Isaías 51.12-13).
Temer o homem pode não parecer orgulho, mas é isso o que Deus diz que é: “Quem tu pensas que é, para temeres o homem e te esqueceres do que te criou?”.
A questão é essa: Se você teme o homem, começou a negar a santidade e excelência de Deus e de seu Filho, Jesus. Deus é infinitamente mais forte. Ele é infinitamente mais sábio e infinitamente mais abundante em recompensa e alegria.
Afastar-se dele por medo do que o homem possa fazer é desconsiderar tudo o que Deus promete ser para aqueles que o temem. Isso é um grande insulto. E Deus não pode ter prazer em tal insulto.
Por outro lado, quando nós ouvimos as promessas e confiamos nele com coragem, temendo o opróbrio trazido a Deus por nossa incredulidade, então ele é grandemente honrado. E nisso ele tem prazer.

John Piper

domingo, 18 de junho de 2017

18 de Junho.

Como suplicar pelos incrédulos

Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. 
Romanos 10:1

Paulo ora para que Deus converta Israel. Ele ora por sua salvação! Ele não ora por influências ineficazes, mas eficazes. E é assim que nós também devemos orar.
Nós devemos tomar as promessas da nova aliança de Deus e suplicar a Deus para que elas sejam realizadas em nossos filhos, em nossos vizinhos e em todos os campos missionários do mundo.
Deus, remove deles o coração de pedra e dá-lhes um novo coração de carne (Ezequiel 11.19). Circuncida o coração deles, para que te amem (Deuteronômio 30.6)! Pai, põe o teu Espírito dentro deles e faze-os andar em teus estatutos (Ezequiel 36.27). Concede-lhes o arrependimento e conhecimento da verdade para que possam escapar do laço do diabo (2 Timóteo 2.25-26). Abre o coração deles, para que creiam no evangelho (Atos 16.14)!
Quando crermos na soberania de Deus — no direito e poder de Deus para eleger e, então, trazer pecadores endurecidos à fé e à salvação — então, seremos capazes de orar sem qualquer inconsistência e com grandes promessas bíblicas para a conversão dos perdidos.
Assim, Deus tem prazer nesse tipo de oração, porque ela lhe atribui o direito e a honra de ser o Deus livre e soberano que ele é na eleição e salvação.

John Piper

sábado, 17 de junho de 2017

17 de Junho.

Que tipo de oração agrada a Deus?

O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra. 
Isaías 66:2.

A primeira marca do coração reto é que ele treme da Palavra do Senhor.
Isaías 66 trata do problema de alguns que adoram de uma maneira que agrada a Deus e alguns que adoram de uma maneira que não o agrada. O verso 3 descreve os ímpios que trazem seus sacrifícios: “O que imola um boi é como o que comete homicídio; o que sacrifica um cordeiro, como o que quebra o pescoço a um cão”. Os seus sacrifícios são uma abominação para Deus, equivalentes ao assassinato. Por quê?
No verso 4 Deus explica: “Clamei, e ninguém respondeu, falei, e não escutaram”. Os seus sacrifícios eram abominações a Deus porque o povo era surdo à sua voz. Porém, e quanto àqueles cujas orações Deus ouviu? Deus diz no verso 2: “O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra”.
Eu concluo que a primeira característica dos retos, cujas orações são um deleite para Deus, é que eles tremem da Palavra de Deus. Estas são as pessoas para quem o Senhor olhará.
Assim, a oração do justo que agrada a Deus vem de um coração que, primeiramente, se sente miserável na presença de Deus. Ele treme diante da Palavra de Deus, porque se sente muito longe do ideal de Deus, muito passível do seu julgamento, muito desamparado e muito triste por suas falhas.
Isso é exatamente o que Davi disse no Salmo 51.17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. A primeira coisa que faz uma oração aceitável a Deus é o quebrantamento e a humildade daquele que ora.

John Piper

sexta-feira, 16 de junho de 2017

16 de Junho.

Sirva a Deus com sua sede

É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis. 
2 Coríntios 5:9.

E se você descobrisse (como os fariseus) que dedicou toda a sua vida a tentar agradar a Deus, mas que ao mesmo tempo havia feito coisas que, à vista de Deus, eram abominações (Lucas 16.14-15)?
Alguém pode dizer: “Não acho que isso seja possível; Deus não rejeitaria uma pessoa que tem tentado agradá-lo”. Mas você vê o que esse interlocutor fez? Ele baseou sua convicção sobre o que agradaria a Deus em sua ideia de como Deus é. É precisamente por isso que devemos começar com o caráter de Deus.
Deus é um manancial na montanha, não uma banheira. Um manancial reabastece a si mesmo. Ele constantemente transborda e abastece a outros. Mas uma banheira precisa ser enchida com uma bomba ou um balde.
Se você deseja glorificar o valor de uma banheira, você se esforça para mantê-la cheia e útil. Mas se quiser glorificar o valor de um manancial, você abaixa as suas mãos, ajoelha-se e bebe para a satisfação do seu coração, até que tenha o refrigério e a força para descer ao vale e dizer às pessoas o que você encontrou.
Como um pecador desesperado, minha esperança paira sobre essa verdade bíblica: Deus é o tipo de Deus que ficará satisfeito com a única coisa que tenho a oferecer: a minha sede. É por isso que a soberana liberdade e a autossuficiência de Deus são tão preciosas para mim: elas são o fundamento da minha esperança de que Deus não se deleita com a engenhosidade do método para encher a banheira, mas com o inclinar-se de pecadores quebrantados para beberem na fonte da graça.

John Piper

quinta-feira, 15 de junho de 2017

15 de Junho.

A lua de mel que nunca termina

Como o noivo se alegra da noiva, assim de ti se alegrará o teu Deus. 
Isaías 62:5.

Quando Deus faz o bem ao seu povo, não é como um relutante juiz mostrando bondade a um criminoso que ele considera desprezível (embora essa analogia tenha verdade em si); é como um noivo mostrando afeição à sua noiva.
Às vezes, brincamos e dizemos sobre um casamento: “A lua de mel acabou”. Mas isso é porque somos finitos. Não conseguimos sustentar um nível de intensidade e afeto de lua de mel. Porém, Deus diz que a sua alegria por seu povo é como a de um noivo por uma noiva.
Ele está falando sobre a intensidade, os deleites, a vitalidade, a excitação, o entusiasmo e o prazer da lua-de-mel. Ele está tentando colocar em nossos corações o que quer dizer quando afirma que se alegra em nós com todo o seu coração.
E acrescente a isso que com Deus a lua de mel nunca termina. Ele é infinito em poder, sabedoria, criatividade e amor, e verá que ficamos cada vez mais belos para sempre; e ele é infinitamente criativo para pensar em coisas novas para fazermos juntos para que não haja tédio pelo próximo trilhão de eras de milênios.

John Piper

quarta-feira, 14 de junho de 2017

14 de Junho.

Quanto Deus quer te abençoar

O SENHOR tornará a exultar em ti, para te fazer bem. 
Deuteronômio 30:9.

Deus não nos abençoa de má vontade. Há uma espécie de anelo sobre a beneficência de Deus. Ele não espera que venhamos até ele. Deus nos procura, porque é seu prazer nos fazer bem. Deus não está esperando por nós; Ele está nos buscando. De fato, essa é a tradução literal do Salmo 23.6: “Bondade e misericórdia certamente me [per]seguirão todos os dias da minha vida”.
Deus ama mostrar misericórdia. Permita-me dizer isso novamente: Deus ama mostrar misericórdia. Ele não é hesitante, indeciso ou incerto em seus desejos de fazer o bem ao seu povo. Sua ira deve ser liberada por uma rígida trava de segurança, mas sua misericórdia tem um gatilho rápido. Isso é o que ele quis dizer quando desceu ao monte Sinai e disse a Moisés: “O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade” (Êxodo 34.6, ACF).
Deus nunca está irritado ou nervoso. Sua ira nunca tem um pavio curto. Em vez disso, ele é infinitamente ativo com um entusiasmo absolutamente ilimitado e sem fim para o cumprimento de seus deleites.
É difícil para nós compreendermos isso, porque precisamos dormir todos os dias apenas para superar, quanto mais para desenvolver-se. Nós somos inconstantes em nossos prazeres. Ficamos entediados e desencorajados em um dia e nos sentimos esperançosos e animados em outro.
Nós somos como pequenos gêiseres que borbulham, jorram e estouram de modo incerto. Mas Deus é como um grande Niágara; você olha para ele e pensa: Certamente isso pode continuar nessa força ano após ano.
Essa é a maneira como Deus está nos fazendo bem. Ele nunca se cansa disso. Nunca se aborrece com isso.

John Piper

terça-feira, 13 de junho de 2017

13 de Junho.

Quem matou Jesus?

Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? 
Romanos 8:32.

Há anos, um dos meus amigos que era pastor em Illinois estava pregando a um grupo de presos em uma prisão estadual durante a semana santa. Em um momento de sua mensagem, ele fez uma pausa e perguntou aos homens se eles sabiam quem havia matado Jesus.
Alguns disseram que foram os soldados. Alguns disseram que foram os judeus. Alguns disseram que foi Pilatos. Depois que houve silêncio, meu amigo simplesmente disse: “Seu Pai o matou”.
Isso é o que a primeira metade de Romanos 8.32 diz: Deus não poupou o seu próprio Filho, antes o entregou — à morte. “Sendo este [Jesus] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus” (Atos 2.23). Isaías 53 o coloca ainda mais claramente: “Nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus… Todavia, ao SENHOR (o seu Pai) agradou moê-lo, fazendo-o enfermar” (Isaías 53.4, 10).
Ou como Romanos 3.25 diz: “Deus [o] propôs, no seu sangue, como propiciação”. Assim como Abraão ergueu o cutelo sobre o peito de seu filho Isaque, mas depois poupou o seu filho porque havia um carneiro entre os arbustos, assim Deus, o Pai, ergueu o cutelo sobre o peito do seu próprio Filho, Jesus; mas não o poupou, porque ele era o cordeiro; Ele era o substituto.
Deus não poupou o seu próprio Filho, porque essa era a única forma de nos poupar. A culpa das nossas transgressões, o castigo de nossas iniquidades e a maldição dos nossos pecados teriam nos conduzido inescapavelmente à destruição do inferno. Mas Deus não poupou o seu próprio Filho; Ele o entregou para ser traspassado pelas nossas transgressões, esmagado pelas nossas iniquidades e crucificado pelo nosso pecado.
Esse versículo é o mais precioso da Bíblia para mim, porque o fundamento da abrangente promessa da graça futura de Deus é que o Filho de Deus levou em seu corpo todo o meu castigo, toda a minha culpa, toda a minha condenação, toda a minha iniquidade, toda a minha ofensa e toda a minha corrupção, para que eu possa estar diante de um Deus grande e santo, perdoado, reconciliado, justificado, aceito, e sendo o beneficiário das promessas inefáveis de deleite para sempre e sempre à destra de Deus.

John Piper.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

12 de Junho.

Ajuda a minha incredulidade

Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 
Romanos 12:3.

No contexto desse versículo, Paulo está preocupado que as pessoas estivessem pensando de si mesmas “além do que convém”. Seu remédio definitivo para esse orgulho é dizer não somente que os dons espirituais são obra da livre graça de Deus em nossas vidas, mas que também o é a própria fé com que usamos esses dons.
Isso significa que todos os possíveis motivos de jactância são removidos. Como podemos nos vangloriar se até mesmo a qualificação para receber dons também é um dom?
Essa verdade tem um profundo impacto sobre como oramos. Jesus nos dá o exemplo em Lucas 22.31-32. Antes que Pedro o negasse três vezes, Jesus lhe disse: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos”.
Jesus ora para que a fé de Pedro seja sustentada apesar do pecado, porque ele sabe que Deus é quem sustenta a fé. Portanto, devemos orar por nós mesmos e pelos outros dessa forma.
Assim, o homem com o menino epiléptico gritou: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Marcos 9.24). Essa é uma boa oração. Ela reconhece que, sem Deus, não podemos crer como devemos.
Oremos diariamente: “Ó Senhor, graças te dou pela minha fé. Sustenta-a. Fortalece-a. Aprofunda-a. Não permitas que ela falhe. Faze dela o poder da minha vida, de modo que em tudo o que eu fizer, tu obtenhas a glória como o grande Doador. Amém”.

John Piper

domingo, 11 de junho de 2017

11 de Junho.

Fé para o futuro

Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim. 
2 Coríntios 1.:20.

Se “quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele [em Jesus] o sim”, então confiar nele no presente é crer que suas promessas se cumprirão.
Essas não são duas fés separadas: confiar nele e acreditar em suas promessas. Crer em Jesus significa acreditar que ele cumpre sua palavra. Estar satisfeito agora com o Jesus crucificado e ressurreto inclui a crença de que em cada momento futuro, por toda a eternidade, nada nos separará do seu amor ou o impedirá de operar todas as coisas para o bem.
Considerando tudo isso, eu diria que a beleza espiritual que precisamos abraçar é a beleza de Deus que haverá para nós no futuro, assegurada para nós pela gloriosa graça do passado.
Nós precisamos provar agora a beleza espiritual de Deus em todas as suas realizações passadas — especialmente a morte e ressurreição de Cristo pelos nossos pecados — e em todas as suas promessas. Nossa confiança e crença devem estar em tudo o que o próprio Deus será para nós no próximo momento, no próximo mês e nos séculos infinitos da eternidade — “para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios 4.6).
Ele somente é quem satisfará a alma no futuro. E é o futuro que deve ser assegurado e satisfeito com as riquezas espirituais da glória, se quisermos viver a vida cristã radical que Cristo nos chama a viver aqui e agora.
Se nosso atual gozo de Cristo — nossa fé presente — não tiver nele o sim para todas as promessas de Deus agora, esse gozo não abrangerá o poder para o serviço radical na força que Deus (em cada momento futuro) suprirá (1 Pedro 4.11).
Minha oração é que, refletindo assim sobre a essência da fé, sejamos ajudados a evitar afirmações superficiais e simplistas sobre a crença nas promessas de Deus. Isso é algo profundo e maravilhoso.

John Piper.

sábado, 10 de junho de 2017

10 de Junho.

Quando a razão serve a rebelião

Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas. 
Provérbios 22:13

Não é isso o que eu esperava que o provérbio dissesse. Eu esperava que ele dissesse: “Diz o covarde: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas”. Mas ele diz “preguiçoso”, não “covarde”. Logo, a emoção dominante aqui é a preguiça, não o medo.
Mas o que a preguiça tem a ver com o perigo de um leão na rua? Nós não dizemos: “Esse homem é muito preguiçoso para ir fazer o seu trabalho, porque há um leão lá fora”.
O ponto é que o preguiçoso cria circunstâncias imaginárias para justificar a não realização do seu trabalho, e assim tira o foco do defeito de sua preguiça para o perigo dos leões. Ninguém aprovará a sua permanência em casa o dia todo somente porque ele é preguiçoso.
Um profundo conhecimento bíblico que precisamos saber é que nossos corações exploram nossas mentes para justificar o que nossos corações querem. Ou seja, nossos desejos mais profundos precedem o funcionamento racional das nossas mentes e inclinam a mente a perceber e pensar de uma maneira que faça com que os desejos pareçam corretos.
É isso que o preguiçoso está fazendo. Ele deseja profundamente ficar em casa e não trabalhar. Não há boas razões para ficar em casa. Então, o que ele faz? Ele vence o seu mau desejo? Não, ele usa sua mente para criar circunstâncias irreais para justificar o seu desejo.
Fazer o mal que amamos nos torna inimigos da luz da verdade. Nessa condição, a mente se torna uma fábrica de meias verdades, equívocos, sofismas, evasões e mentiras — qualquer coisa para proteger os maus desejos do coração da exposição e destruição.
Considere e seja sábio.

John Piper. 

sexta-feira, 9 de junho de 2017

09 de Junho.

A oração é para pecadores

Senhor, ensina-nos a orar. 
Lucas 11:1

Deus responde às orações dos pecadores, não de pessoas perfeitas. E você pode se tornar completamente paralisado em sua oração se não se concentrar na cruz e compreender isso.
Eu poderia demonstrá-lo a partir de inúmeros textos do Antigo Testamento, onde Deus ouve o clamor do seu povo pecador, cujos mesmos pecados os colocaram na tribulação da qual clamam por libertação (por exemplo, Salmo 38.4, 15; 40.12-13; 107.11-13). Mas permita-me mostrá-lo de duas maneiras a partir de Lucas 11:
Nesta versão da oração do Senhor (Lucas 11.2-4), Jesus diz: “Quando orardes, dizei…”. E, então, no verso 4, ele inclui esta petição: “perdoa-nos os nossos pecados”. Logo, se você unir o início da oração ao meio, o que ele diz é: “Quando orardes, dizei… perdoa-nos os nossos pecados”.
Eu entendo que isso significa que essa deve ser uma parte de todas as nossas orações, assim como “santificado seja o teu nome”. Isso indica que Jesus assume que realmente precisamos buscar o perdão todas as vezes que oramos.
Em outras palavras, nós sempre somos pecadores. Nada do que fazemos é perfeito. Como disse Martinho Lutero, em seu leito de morte: “Nós somos mendigos, isso é verdade”. Não importa quão obedientes tenhamos sido antes de orarmos. Todos nós sempre vamos ao Senhor como pecadores. E Deus não recusa as orações dos pecadores quando eles oram assim.
A segunda passagem em que vejo isso ensinado está em Lucas 11.13: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”.
Jesus chama seus discípulos de “maus”. Uma linguagem bastante forte. E Jesus não queria dizer que eles estavam fora de comunhão consigo. Ele não queria dizer que as suas orações não seriam respondidas.
Ele quis dizer que, enquanto durar esta era caída, até mesmo seus próprios discípulos terão uma inclinação ao mal que contamina tudo o que fazem, mas que não os impede de fazer muito bem.
Somos ao mesmo tempo maus e redimidos. Estamos gradualmente vencendo o nosso mal pelo poder do Espírito Santo. Mas a nossa corrupção natural não é extinta pela conversão.
Nós somos pecadores e somos mendigos. E se reconhecermos esse pecado, o combatermos e nos apegarmos à cruz de Cristo como nossa esperança, então Deus nos ouvirá e responderá às nossas orações.

John Piper.

08 de Junho

Glorifique a Deus em seu corpo

Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo. 
1 Coríntios 6:20.

“Adoração” é o termo que usamos para envolver todos os atos do coração, da mente e do corpo que expressam intencionalmente o infinito valor de Deus. É para isso que fomos criados.
Não pense em cultos quando você pensa em adoração. Essa é uma enorme limitação que não está na Bíblia. Toda a vida deve ser adoração.
Tomar café da manhã, por exemplo, ou lanchar no meio da manhã. 1 Coríntios 10.31 diz: “Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. Ora, comer e beber são as coisas mais básicas que você pode imaginar. O que poderia ser mais real e humano?
Ou fazer sexo, por exemplo. Paulo diz que a alternativa à fornicação é a adoração:
“Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Coríntios 6.18-20).
Ou considere a morte como um exemplo final. Nós morreremos em nosso corpo. Na verdade, esse será o último ato do corpo nessa terra. O corpo dá o adeus. Como devemos adorar nesse último ato do corpo? Vemos a resposta em Filipenses 1.20-21. Paulo diz que sua esperança é que Cristo seja exaltado em seu corpo pela morte. Depois acrescenta: “Para mim… morrer é lucro”. Nós expressamos o infinito valor de Cristo na hora da morte, ao considerarmos a morte como lucro.
Você tem um corpo. Mas ele não é seu. “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”.
Você está sempre em um templo. Sempre em adoração.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

07 de Junho.

Nós vivemos pela fé

Esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 
Gálatas 2:20.

A fé é uma adequação perfeita à futura graça de Deus. Ela corresponde à gratuidade e à suficiência da graça. E chama a atenção para a gloriosa confiabilidade de Deus.
Uma das implicações importantes dessa conclusão é que a fé que justifica e a fé que santifica não são dois tipos diferentes de fé. “Santificar” significa simplesmente tornar santo ou transformar à semelhança de Cristo. É tudo pela graça.
Logo, também deve ser por meio da fé. Pois a fé é o ato da alma que se conecta com a graça, a recebe, a canaliza como o poder da obediência e a guarda de ser anulada por meio da jactância humana.
Paulo evidencia esta conexão entre fé e santificação em Gálatas 2.20 (“vivo pela fé”). A santificação é pelo Espírito e pela fé, que é outra maneira de dizer que é pela graça e pela fé. O Espírito é “o Espírito da graça” (Hebreus 10.29). O fato de Deus estar nos santificando é obra do seu Espírito; mas o Espírito opera através da fé no evangelho.
A razão simples pela qual a fé que justifica é também a fé que santifica é que tanto a justificação quanto a santificação são obras da graça soberana. Elas não são o mesmo tipo de obra, mas ambas são obras da graça. Santificação e justificação são “graça sobre graça” (João 1.16).
O corolário da livre graça é a fé. Se tanto a justificação quanto a santificação são obras da graça, é natural que ambas sejam por meio da fé.

John Piper.

terça-feira, 6 de junho de 2017

06 de Junho.

Completamente inimigo de Deus

E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte. 
Colossenses 1:21-22.

A melhor notícia do mundo é que nossa separação de Deus terminou e estamos reconciliados com o Juiz do universo. Deus não é mais contra nós, mas por nós. Ter o amor onipotente do nosso lado fortalece poderosamente a alma. A vida se torna totalmente livre e corajosa quando o Ser mais forte é por você.
Porém, o todo da mensagem de salvação de Paulo não é uma boa notícia para aqueles que rejeitam o diagnóstico de Colossenses 1.21. Ele diz: vocês eram “estranhos e inimigos no entendimento”.
Quantas pessoas você conhece que dizem: “Eu sou inimigo de Deus em meu entendimento”? As pessoas raramente dizem: “Eu odeio a Deus”. Então, o que Paulo quer dizer quanto às pessoas serem “inimigas no entendimento” em relação a Deus antes de serem reconciliadas pelo sangue de Cristo?
Acho que ele quer dizer que a inimizade está realmente ali em relação ao verdadeiro Deus, mas as pessoas não se permitem pensar no verdadeiro Deus. Elas imaginam que Deus é como gostariam que ele fosse, o que raramente inclui qualquer possibilidade de que possam estar em sérios problemas com ele.
Mas com respeito ao Deus que realmente é — um Deus que é soberano sobre todas as coisas, incluindo a doença e a tragédia — todos nós fomos inimigos dele, diz Paulo. No íntimo, odiamos seu poder e autoridade absolutos.
Se qualquer um de nós é salvo, isso é devido à maravilhosa verdade de que a morte de Cristo obteve a graça pela qual Deus conquistou nossos corações e nos fez amar aquele que uma vez odiamos.
Muitos ainda estão aprendendo a não serem inimigos de Deus. É algo bom que ele seja gloriosamente paciente.

John Piper

05 de Junho.

Confiável quanto às coisas terrenas

Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 
Mateus 6:33.

Um dos mais poderosos testemunhos da completa suficiência da graça futura é o “princípio de fé” que governou a vida de tantos missionários, especialmente os da OMF – Overseas Missionary Fellowship [Associação Missionária Intercontinental].
Sem condenar aqueles que seguem um padrão diferente, tem sido a prática daqueles que seguem os passos de Hudson Taylor mover o coração das pessoas a doar, falando com Deus e não com as pessoas.
James H. Taylor, bisneto do fundador, explica como essa fé na graça futura, enraizada em manifestações da graça no passado, honra a Deus.
Nós… começamos de uma posição de fé. Cremos que Deus existe. Nós nos convencemos disso de várias maneiras, mas todos nós experimentamos a graça de Deus ao nos levar a conhecer a Si mesmo por meio de Jesus Cristo e através do novo nascimento por Seu Espírito. Cremos que temos boas razões para crer nele pelo fato histórico da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos: acreditamos que alguém que disse que morreria e ressuscitaria, e o fez, é confiável em qualquer outra situação. Portanto, estamos preparados para confiar nele, não apenas para a salvação eterna de nossas almas, mas também para a provisão prática de nosso pão diário e de apoio financeiro.
A OMF publica testemunhos da incrível fidelidade de Deus para demonstrar a glória de sua graça futura que tudo provê. “Queremos demonstrar que Deus pode ser crido quanto a tudo o que Ele diz que fará, ao compartilhar como Ele providenciou tais necessidades terrenas como passagens de avião, refeições, despesas médicas e o sustento regular de todo um grupo de cristãos por mais de cem anos”.
A OMF se dedica a glorificar a dependência de Deus — em sua mensagem e em seu método. Hudson Taylor o expressou dessa forma: “Há um Deus vivo. Ele falou na Bíblia. Ele quer dizer o que diz e fará tudo o que Ele prometeu”.
Vidas de fé são o grande espelho da confiabilidade de Deus.

John Piper

domingo, 4 de junho de 2017

04 de Junho.

O que faz Deus se orgulhar

Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade. 
Hebreus 11:16

Eu desejo muito que Deus me diga o que ele disse sobre Abraão, Isaque e Jacó: “Não me envergonho de ser chamado o seu Deus”.
Por mais arriscado que pareça, isso não significa que, de fato, Deus pode realmente “orgulhar-se” de ser chamado de meu Deus? Felizmente essa possibilidade maravilhosa é cercada (em Hebreus 11.16) de razões: uma anterior e uma posterior.
Considere primeiro a posterior: “Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade”.
A primeira razão pela qual Deus não tem vergonha de ser chamado de seu Deus é que ele fez algo por eles. Deus fez uma cidade para eles — a cidade celestial “da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11.10). Assim, a primeira razão pela qual ele não se envergonha de ser chamado seu Deus é que ele tem trabalhado por eles. Não o contrário.
Agora, considere a razão dada anteriormente: “[Eles] aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus”.
“Por isso” sinaliza que uma razão acaba de ser dada pela qual Deus não se envergonha. A razão é o desejo deles. Eles desejam uma pátria melhor, ou seja, um país melhor do que o terreno em que vivem; a saber, um celestial.
Quando nós desejamos esta cidade mais do que desejamos tudo o que esse mundo pode dar, Deus não se envergonha de ser chamado nosso Deus. Quando valorizamos tudo o que Deus promete ser para nós, ele se orgulha de ser nosso Deus. Essa é uma boa notícia.
Então, abra seus olhos para a pátria melhor e a cidade de Deus, e a deseje com todo o seu coração. Deus não se envergonhará de ser chamado seu Deus.

John Piper

sábado, 3 de junho de 2017

03 de Junho.

Fé para o impossível

Pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera. 
Romanos 4:20-21.

Paulo tem em mente uma razão especial pela qual a fé glorifica a graça futura de Deus. De modo simples, a razão é que essa fé que glorifica a Deus é uma confiança orientada para o futuro na integridade, poder e sabedoria de Deus para cumprir todas as suas promessas.
Paulo ilustra essa fé com a resposta de Abraão à promessa de Deus: que ele seria o pai de muitas nações (Romanos 4.18). “Esperando contra a esperança, creu”, ou seja, ele tinha fé na graça futura da promessa de Deus.
“E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera” (Romanos 4.19-21).
A fé de Abraão foi uma fé na promessa de Deus de fazer dele o pai de muitas nações. Essa fé glorificou a Deus porque chamou a atenção para todos os suprimentos de Deus que seriam necessários para cumpri-la.
Abraão era velho demais para ter filhos e Sara era estéril. Não apenas isso: como você transforma um filho ou dois em “muitas nações”, das quais Deus disse que Abraão seria o pai? Tudo parecia totalmente impossível.
Portanto, a fé de Abraão glorificou a Deus ao estar plenamente segura de que ele poderia e faria o impossível.

John Piper

02 de Junho.

Quem são os filhos de Abraão?

Em ti serão benditas todas as famílias da terra. 
Gênesis 12:3.

Vocês que esperam em Cristo e o seguem na obediência da fé são descendentes de Abraão e herdeiros das promessas da sua aliança.
Deus disse a Abraão em Gênesis 17.4: “Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações”. Mas Gênesis deixa claro que Abraão não gerou uma multidão de nações num sentido físico ou político. Portanto, o significado da promessa de Deus foi, provavelmente, que uma multidão de nações de alguma forma desfrutaria das bênçãos da filiação, embora fisicamente não fossem ligadas a Abraão.
Isso é, sem dúvida, o que Deus quis dizer em Gênesis 12.3, quando disse a Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Desde o princípio, Deus tinha em vista que Jesus Cristo seria o descendente de Abraão, e que todo aquele que confia em Cristo se tornaria um herdeiro da promessa de Abraão.
Assim, é dito em Gálatas 3.29: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”.
Assim, quando Deus disse a Abraão há 4.000 anos: “Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações”, ele abriu o caminho para que qualquer um de nós, não importa a que nação pertençamos, se torne filho de Abraão e herdeiro das promessas de Deus. Tudo o que precisamos fazer é compartilhar a fé de Abraão, ou seja, depositar nossa esperança nas promessas de Deus, de modo que, se a obediência exigir, possamos abrir mão do nosso bem mais precioso, como Abraão abriu mão de Isaque.
Não nos tornamos herdeiros das promessas de Abraão trabalhando para Deus, mas confiando que Deus trabalha por nós. “[Abraão] pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera” (Romanos 4.20-21). É por isso que Abraão podia obedecer a Deus, mesmo quando a obediência parecia um beco sem saída. Ele confiou que Deus faria o impossível.
A fé nas promessas de Deus — ou diríamos hoje, a fé em Cristo, o qual é a confirmação das promessas de Deus — é o caminho para se tornar um filho de Abraão; a obediência é a evidência de que a fé é genuína (Gênesis 22.12-19). Portanto, Jesus diz em João 8.39: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão”.
Os filhos de Abraão são pessoas de todas as nações que colocam a sua esperança em Cristo e que, por isso, como Abraão no Monte Moriá, não deixam que o seu bem terreno mais valioso impeça a sua obediência.
Vocês que esperam em Cristo e o seguem na obediência da fé são os descendentes de Abraão e herdeiros das promessas da sua aliança.

John Piper

quinta-feira, 1 de junho de 2017

01 de Abril.

Duas das nossas necessidades mais profundas.
À igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo.
2 Tessalonicenses 1:1.

Nós, como igreja, estamos “em” um Pai e “em” um Senhor. O que isso significa?
A palavra “Pai” implica principalmente cuidado, sustentação, proteção, provisão e disciplina. Assim, estar “no” Pai significa primariamente estar sob seu cuidado e sua proteção.
A outra designação é Senhor: Nós estamos no Senhor Jesus Cristo. A palavra “Senhor” implica principalmente autoridade, liderança e propriedade. Portanto, estar “no” Senhor significa primariamente estar sob seu encargo, sob sua autoridade e em sua posse.
Assim, Paulo cumprimenta a igreja de Tessalônica de forma a lembrá-los que eles são uma família (aos cuidados de um Pai) e que eles são servos (ao comando de um Senhor). Essas duas descrições de Deus como Pai e Senhor e, portanto, da igreja como família e servos, correspondem a duas das nossas necessidades mais profundas.
As duas necessidades que cada um de nós tem são a necessidade de resgate e ajuda e a necessidade de propósito e significado.
Precisamos de um Pai celestial que se apiede de nós e nos liberte do pecado e miséria. Precisamos de sua ajuda a cada passo do caminho pois somos muito fracos e vulneráveis.Mas também precisamos de um Senhor celestial para nos guiar na vida, nos dizer o que é sábio e nos dar um comando grandioso e significativo para cumprirmos. Nós não queremos apenas estar seguros no cuidado de um Pai. Queremos uma causa gloriosa pela qual viver.
Queremos que um Pai misericordioso seja nosso protetor e queremos que um Senhor onipotente seja nosso campeão, nosso comandante e nosso líder. Assim, quando Paulo diz no versículo 1: Vocês são a igreja “em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo”, nós podemos descansar e ser ajudados por um e obter coragem e significado do outro.

John Piper

31 de Maio.

O benefício de servir a Deus.

Serão seus servos, para que conheçam a diferença entre a minha servidão e a servidão dos reinos da terra. 
2 Crônicas 12:8.

Servir a Deus é completamente diferente de servir a qualquer outra pessoa.
Deus é extremamente zeloso para que compreendamos e apreciemos isso. Por exemplo, ele nos ordena: “Servi ao SENHOR com alegria” (Salmo 100.2). Há uma razão para essa alegria. Ela é dada em Atos 17.25. Deus não é “servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais”.
Nós o servimos com alegria, porque não temos o fardo de satisfazer as suas necessidades. Pelo contrário, nos regozijamos em um serviço onde Deus atende as nossas necessidades. Servir a Deus sempre significa receber graça de Deus.
Há uma história em 2Crônicas 12 para mostrar como Deus é zeloso de que compreendamos isso e nos gloriemos nisso. Roboão, o filho de Salomão, que governou o reino do sul após a revolta das dez tribos, “deixou a lei do SENHOR” (2 Crônicas 12.1). Ele escolheu opor-se ao serviço do Senhor e entregou o seu serviço a outros deuses e outros reinos. Como juízo, Deus enviou a Sisaque, rei do Egito, contra Roboão com 1.200 carros e 60.000 cavaleiros (2 Crônicas 12.2-3).
Em misericórdia, Deus enviou o profeta Semaías a Roboão com essa mensagem: “Assim diz o SENHOR: Vós me deixastes a mim, pelo que eu também vos deixei em poder de Sisaque” (2 Crônicas 12.5). O feliz resultado dessa mensagem é que Roboão e seus príncipes se humilharam em arrependimento e disseram: “O SENHOR é justo” (2 Crônicas 12.6).
Quando o Senhor viu que se humilharam, disse: “Humilharam-se, não os destruirei; antes, em breve lhes darei socorro, para que o meu furor não se derrame sobre Jerusalém, por intermédio de Sisaque” (2 Crônicas 12.7). Mas, como uma disciplina para eles, disse: “serão seus servos, para que conheçam a diferença entre a minha servidão e a servidão dos reinos da terra” (2 Crônicas 12.8).
A ênfase é clara: Servir a Deus é uma dádiva, uma bênção, uma alegria e um benefício.
É por isso que eu sou tão zeloso em dizer que o culto da manhã de domingo e o culto da obediência diária não é, no fundo, uma custosa oferta para Deus, mas uma alegre dádiva da parte de Deus.

John Piper