terça-feira, 31 de outubro de 2017

31 de Outubro.

O seminário do sofrimento

A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. 
2 Coríntios 12: 9.

Esse é o propósito universal de Deus para todo o sofrimento cristão: mais contentamento em Deus e menos satisfação no eu e no mundo. Nunca ouvi ninguém dizer: “As lições verdadeiramente profundas da vida vieram através de momentos de facilidade e conforto”.
Mas tenho ouvido santos fortes dizerem: “Todo o progresso significativo que eu já fiz para compreender as profundezas do amor de Deus e crescer profundamente com ele veio através do sofrimento”.
A pérola de maior valor é a glória de Cristo.
Por isso, Paulo destaca que em nossos sofrimentos a glória da graça de Cristo é magnificada. Se confiamos em Cristo na nossa calamidade e ele sustenta nossa “alegria na esperança”, então, fica evidente que ele é Deus de graça e força que nos satisfaz completamente.
Se nos apegamos a Jesus “quando tudo ao nosso redor desmorona”, então mostramos que ele é mais desejável do que tudo o que perdemos.
Cristo disse ao apóstolo sofredor: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Ao que Paulo respondeu: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Coríntios 12.9-10).
Portanto, o sofrimento é claramente determinado por Deus, não apenas como uma forma de desmamar os cristãos do eu e nutri-los na graça, mas também como uma maneira de evidenciar essa graça e fazê-la brilhar. Isso é precisamente o que a fé faz: ela magnifica a graça futura de Cristo.
As coisas profundas da vida em Deus são descobertas no sofrimento.

John Piper

domingo, 29 de outubro de 2017

29 de Outubro.

Doença, pecado ou sabotagem 

Três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. 
2 Coríntios 12: 8. 

Toda a vida, se é vivida sinceramente pela fé, na busca pela glória de Deus e a salvação dos outros, é como o cristão que vai para um local atingido por epidemias. O sofrimento decorrente é parte do preço de viver onde você está, em obediência ao chamado de Deus. 
Ao escolher seguir a Cristo no modo que ele conduz, escolhemos tudo o que esse caminho inclui sob a sua soberana providência. Assim, todo o sofrimento que ocorre no caminho da obediência é sofrimento com Cristo e por Cristo — seja câncer ou conflito. 
E isso é “escolhido” — ou seja, seguimos voluntariamente o caminho da obediência onde o sofrimento ocorre conosco, e não murmuramos contra Deus. Podemos orar, como fez Paulo, para que o sofrimento seja retirado (2 Coríntios 12.8); mas se Deus quiser, nós finalmente o aceitamos como parte do custo do discipulado no caminho da obediência a caminho do céu.   
Todas as experiências de sofrimento no caminho da obediência cristã, seja por perseguição, doença ou acidente, têm isso em comum: todas ameaçam a nossa fé na bondade de Deus e nos tentam a deixar o caminho da obediência. 

sábado, 28 de outubro de 2017

28 de Outubro.

Recompensa radical

Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna. 
Marcos 10: 29-30.

O que Jesus quer dizer aqui é que ele mesmo recompensa todo sacrifício.
Se você desiste da afeição e cuidado aconchegantes de uma mãe, recebe cem vezes a afeição e cuidado do Cristo sempre presente.
Se você desiste da cordial amizade de um irmão, recebe cem vezes a cordialidade e amizade de Cristo.
Se você desiste do sentimento de familiaridade que teve em sua casa, recebe cem vezes o conforto e segurança de saber que ao seu Senhor pertence toda casa.
Para os futuros missionários, Jesus diz: “Eu prometo trabalhar por você e ser para você de tal forma que você não poderá falar sobre ter sacrificado qualquer coisa”.
Qual foi a atitude de Jesus em relação ao espírito “sacrificial” de Pedro? Pedro disse: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos” (Marcos 10.28). Esse espírito de “abnegação” é elogiado por Jesus? Não, é repreendido.
Jesus disse: “Ninguém nunca sacrifica nada por mim que eu não pague cem vezes — sim, num sentido, mesmo nesta vida, para não mencionar a vida eterna na era vindoura”.

John Piper

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

27 de Outubro.

Possível para Deus

Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz. 
João 10: 16.

Deus tem um povo em cada grupo populacional. Ele os chamará com o poder do Criador. E eles crerão! Que poder há nessas palavras para vencer o desânimo nos lugares difíceis das fronteiras!
A história de Peter Cameron Scott é uma boa ilustração. Nascido em Glasgow em 1867, Scott se tornou o fundador da Missão para o Interior da África. Mas os seus começos na África foram tudo, menos promissores.
Sua primeira viagem à África terminou em um acometimento severo de malária que o enviou para casa. Ele resolveu voltar depois de ter se recuperado. Esse retorno foi especialmente gratificante porque dessa vez seu irmão John se uniu a ele. Mas, em pouco tempo, John foi acometido por febre.
Completamente sozinho, Peter enterrou seu irmão e, na agonia daqueles dias, voltou a se comprometer a pregar o evangelho na África. Ainda assim, sua saúde declinou novamente, e ele precisou voltar para a Inglaterra.

Como ele poderia sair da desolação e depressão daqueles dias? Ele havia se comprometido com Deus. Mas onde encontraria força para voltar à África? Para o homem era impossível!
Ele encontrou força na Abadia de Westminster. O túmulo de David Livingstone ainda está lá. Scott entrou em silêncio, encontrou o túmulo e se ajoelhou diante dele para orar. A inscrição diz:
AINDA TENHO OUTRAS OVELHAS, NÃO DESTE APRISCO; A MIM ME CONVÉM CONDUZI-LAS.
Ele se levantou com uma nova esperança. Ele voltou para a África. E hoje a missão que ele fundou é uma força vibrante e crescente para o evangelho na África.
Se a sua maior alegria é experimentar a graça de Deus transbordando de você para o bem de outros, então a melhor notícia em todo o mundo é que Deus fará o impossível através de você para a salvação de pessoas desconhecidas.

John Piper.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

26 de Outubro.

Remédio para o missionário

Para Deus tudo é possível. 
Marcos 10: 27.

A graça soberana é a fonte de vida para o hedonista cristão. Pois o que o hedonista cristão mais ama é a experiência da soberana graça de Deus o enchendo e transbordando para o bem de outros.
Os missionários cristãos hedonistas amam a experiência de “não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Coríntios 15.10). Eles se regozijam na verdade de que o fruto do seu trabalho missionário é completamente de Deus (1 Coríntios 3.7; Romanos 11.36).
Eles sentem singular alegria quando o Mestre diz: “sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). Eles saltam como cordeiros diante da verdade de que Deus tirou o fardo impossível da regeneração dos ombros deles e o colocou em seus próprios. Sem titubear, eles dizem: “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2 Coríntios 3.5).
Quando eles voltam temporariamente ao seu país natal para descanso e reciclagem, nada lhes dá mais alegria do que dizer às igrejas: “Não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência” (Romanos 15.18).
Para Deus tudo é possível! — à frente as palavras dão esperança, e atrás dão humildade. Elas são o antídoto para o desespero e o orgulho: o perfeito remédio missionário.

John Piper.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

25 de Outubro.

A grande esperança missionária

Estando nós mortos em nossos delitos, [Deus] nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos. 
Efésios 2: 5.

A grande esperança missionária é que, quando o evangelho é pregado no poder do Espírito Santo, o próprio Deus faz o que o homem não pode fazer: ele cria a fé que salva. O chamado de Deus faz o que o chamado do homem não pode. Ele ressuscita os mortos. Ele cria vida espiritual. É como o chamado de Jesus a Lázaro no sepulcro: “Vem para fora!” (João 11.43).
Podemos despertar alguém do sono com o nosso chamado, mas o chamado de Deus chama à existência as coisas que não existem (Romanos 4.17). O chamado de Deus é irresistível no sentido de que pode vencer toda resistência. Tal chamado é infalivelmente eficaz segundo o propósito de Deus, de tal modo que Paulo pode dizer: “Aos que chamou, a esses também justificou” (Romanos 8.30).
Em outras palavras, o chamado de Deus é tão eficaz que infalivelmente cria a fé pela qual uma pessoa é justificada. Todos aqueles que são chamados são justificados. Mas ninguém é justificado sem fé (Romanos 5.1). Portanto, o chamado de Deus não pode falhar em seu efeito designado. Esse chamado irresistivelmente garante a fé que justifica.
Isso é o que o homem não pode fazer. É impossível. Somente Deus pode remover o coração de pedra (Ezequiel 36.26). Somente Deus pode atrair pessoas ao Filho (João 6.44, 65). Somente Deus pode abrir o coração para que atenda ao evangelho (Atos 16.14). Somente o Bom Pastor conhece as suas ovelhas pelo nome.

John Piper. 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

24 de Outubro.

Cristo é como a luz do sol

Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser. 
Hebreus 1: 3.

Jesus se relaciona com Deus como o esplendor se relaciona com a glória, ou como os raios de sol se relacionam com o sol.
Tenha em mente que toda analogia entre Deus e as coisas naturais é imperfeita e será distorcida se você a forçar. Contudo, considere, por exemplo:
Não há momento em que o sol exista sem os raios de esplendor. Eles não podem ser separados. O esplendor é coeterno com a glória. Cristo é coeterno com Deus Pai.O esplendor é a glória brilhando. Ele não é essencialmente diferente da glória. Cristo é Deus que se apresenta como separado, mas não essencialmente diferente do Pai.Assim, o esplendor é eternamente gerado, por assim dizer, pela glória — não criado ou feito. Se você colocar sob a luz solar uma calculadora ativada pelo sol, os números aparecerão na superfície da calculadora. Você poderia dizer que esses números são criados ou feitos pelo sol, mas não são o que o sol é. Mas os raios do sol são uma extensão do sol. Assim, Cristo é eternamente gerado pelo Pai, mas não criado ou feito.Nós vemos o sol através de vermos os raios do sol. Assim, vemos a Deus Pai através de vermos a Jesus. Os raios do sol chegam aqui cerca de oito minutos depois de deixarem o sol, e a bola redonda de fogo que nós vemos no céu é a imagem — a exata representação — do sol; não porque é uma pintura do sol, mas porque é o sol se comunicando em seu esplendor.
Dessa forma, eu o recomendo essa grande Pessoa para que você possa confiar nele, amá-lo e adorá-lo. Ele está vivo e sentado à destra de Deus com todo poder e autoridade e um dia virá em grande glória. Ele tem esse lugar exaltado porque ele mesmo é Deus Filho.

John Piper.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

23 de Outubro

Palavra final e decisiva de Deus

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho. 
Hebreus 1:1-2.

Os últimos dias começam com a vinda do Filho ao mundo. Nós temos vivido nos últimos dias desde os dias de Cristo — ou seja, nos últimos dias da história como a conhecemos antes do estabelecimento final e pleno do reino de Deus.
O ponto principal para o escritor de Hebreus é que a Palavra que Deus falou por seu Filho é a Palavra decisiva. Tal Palavra não será continuada nessa era por qualquer palavra maior ou substituta. Essa é a Palavra de Deus: a pessoa, o ensinamento e a obra de Jesus.
Quando lamento que não ouço a Palavra de Deus, quando sinto um desejo de ouvir a voz de Deus e fico frustrado por ele não falar da forma que eu desejo, o que estou dizendo de fato? Estou realmente dizendo que fiquei exausto dessa Palavra decisiva e final revelada a mim tão plenamente no Novo Testamento? Tenho realmente esgotado essa Palavra? Ela tornou-se uma parte de mim de tal modo que tem moldado o meu próprio ser e me dado vida e direção?
Ou eu a tratei levianamente — a li superficialmente como um jornal, a provei como se testasse o gosto, e depois decidi que eu queria algo diferente, algo mais? Eu temo ser mais culpado disso do que eu desejo admitir.

John Piper.
 

domingo, 22 de outubro de 2017

22 de Outubro.

Hedonismo para maridos e esposas

Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela. 
Efésios 5: 24-25.

Há um padrão de amor no casamento ordenado por Deus.
Os papéis de marido e mulher não são os mesmos. O marido deve extrair suas instruções específicas a partir de Cristo como a cabeça da igreja. A esposa deve extrair suas instruções específicas a partir da igreja como submissa a Cristo.
Ao fazer isso, os resultados pecaminosos e prejudiciais da queda começam a ser combatidos. Em alguns homens, a queda perverteu a liderança amorosa masculina em domínio hostil, e em outros, em indiferença preguiçosa. Em algumas mulheres, a queda perverteu a submissão racional e voluntária feminina em manipulações servis, e em outras, em insubordinação aberta.
A redenção que nós aguardamos na vinda de Cristo não é o desmantelamento da ordem da criação de liderança amorosa e submissão voluntária, mas uma restauração dessa ordem. Esposas, redimam a sua submissão caída moldando-a segundo o propósito de Deus para a igreja! Maridos, redimam a sua liderança caída moldando-a segundo o desígnio de Deus para Cristo!
Eu encontro essas duas coisas em Efésios 5.21-33: (1) a demonstração do hedonismo cristão no casamento e (2) a direção que os seus impulsos devem tomar.
Esposas, busquem a sua alegria na alegria do seu marido, afirmando e honrando seu papel ordenado por Deus como líder em seu relacionamento. Maridos, busquem a sua alegria na alegria da sua esposa, aceitando a responsabilidade de liderar como Cristo liderou a igreja e se entregou por ela.
Eu gostaria de testemunhar a bondade de Deus em minha vida. Descobri o hedonismo cristão no mesmo ano em que me casei, em 1968. Desde então, Noël e ​​eu, em obediência a Jesus Cristo, buscamos tão apaixonadamente quanto podemos as alegrias mais profundas e duradouras possíveis. Ainda que muito imperfeitamente, e por vezes de forma muito vacilante, nós temos buscado a nossa própria alegria na alegria do outro.
E podemos testemunhar juntos: Para aqueles que se casam, esse é o caminho para o desejo do coração. Para nós, o casamento tem sido uma matriz para o hedonismo cristão. Conforme cada um busca a alegria na alegria do outro e cumpre um papel ordenado por Deus, o mistério do casamento como uma parábola de Cristo e da igreja torna-se manifesto, para a sua grande glória e nossa grande alegria.

John Piper.

sábado, 21 de outubro de 2017

21 de Outubro.

O mistério do casamento

Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. 
Gênesis 2: 24.

Quando Deus propôs criar o homem e a mulher e instituiu a união do casamento, ele não jogou dados, nem lançou sortes, nem arremessou uma moeda para determinar como eles deveriam se relacionar. Ele padronizou o casamento muito intencionalmente a partir da relação entre seu Filho e a igreja, que ele havia planejado desde a eternidade.
Portanto, o casamento é um mistério — ele contém e oculta um sentido muito maior do que nós vemos exteriormente. Deus criou o ser humano, macho e fêmea, e ordenou o matrimônio para que a relação de aliança eterna entre Cristo e sua igreja fosse representada na união matrimonial.
A inferência de Paulo a partir desse mistério é que os papéis de marido e mulher no casamento não são atribuídos de modo arbitrário, mas estão fundamentados nos papéis distintivos de Cristo e sua igreja.
Aqueles de nós que são casados ​​precisam ponderar repetidamente quão misterioso e maravilhoso é o fato de Deus nos conceder no casamento o privilégio de representar maravilhosas realidades divinas, infinitamente maiores e melhores do que nós mesmos.
Esse é o fundamento do padrão de amor que Paulo descreve para o casamento. Não é suficiente dizer que cada cônjuge deve buscar a sua própria felicidade na alegria do outro. Também é importante dizer que maridos e esposas devem copiar conscientemente o relacionamento que Deus designou para Cristo e a igreja.
Eu espero que você considere isso seriamente, seja solteiro ou casado, velho ou jovem. A revelação do Cristo e da sua igreja, que mantêm a aliança, permanece sobre o casamento.

John Piper. 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

20 de Outubro.

A primeira prioridade da oração

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.
Mateus 6: 9.

Na oração do Senhor, Jesus ensina que a primeira prioridade na oração é pedir que o nome do nosso Pai celestial seja santificado.
Observe que essa é uma petição ou um pedido. Não é uma declaração (como eu pensei por anos). É uma súplica a Deus para que ele faça com que o seu próprio nome seja santificado.
É como o texto de Mateus 9.38, onde Jesus nos diz para orarmos ao Senhor da seara para que mande trabalhadores para sua própria seara. Nunca deixa de me maravilhar que nós, os trabalhadores, sejamos instruídos a pedir ao dono do campo, que o conhece melhor do que nós, para que acrescente mais trabalhadores ao campo.
Mas não é o mesmo que temos aqui na oração do Senhor — Jesus nos dizendo para pedirmos a Deus, que é infinitamente zeloso pela honra do seu próprio nome, que o seu nome seja santificado?

Talvez possa nos surpreender, mas é a mesma coisa. E isso nos ensina duas lições.
Uma é que a oração não move Deus a realizar coisas que ele não é inclinado a fazer. Ele tem toda a intenção de fazer com que seu nome seja santificado. Nada é mais elevado na lista de prioridades de Deus.
A outra é que a oração é o modo de Deus de alinhar as nossas prioridades com as dele. Deus deseja fazer grandes coisas em consequência das nossas orações, quando as nossas orações são a consequência dos seus grandes propósitos.
Alinhe o seu coração com o zelo de Deus de santificar o seu nome, e você orará com grande sucesso. Que a sua primeira e determinante oração seja pela santificação do nome de Deus, e as suas orações se unirão ao poder do zelo de Deus.

John Piper.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

19 de Outubro.

A maior felicidade do amor

Ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo.
Efésios 5: 29-30.

A união entre Cristo e sua noiva é tão próxima (“uma carne”) que qualquer bem feito a ela é um bem feito a ele mesmo. A afirmação clara desse texto é que essa realidade motiva o Senhor a nutrir, cuidar, santificar e purificar a sua noiva.
Segundo algumas definições, isso não pode ser amor. Eles dizem que o amor deve ser livre de interesse pessoal — especialmente o amor cristão, especialmente o amor do Calvário. Eu nunca vi tal visão de amor estando de acordo com essa passagem da Escritura.
Porém, esse texto chama claramente de amor o que Cristo faz por sua noiva: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja…” (Efésios 5.25). Por que não deixamos o texto definir o amor para nós, em vez de trazermos a nossa definição a partir da ética ou da filosofia? De acordo com esse texto, o amor é a busca da nossa alegria na santa alegria do amado.
Não há maneira de excluir o interesse próprio do amor, pois o interesse próprio não é o mesmo que egoísmo. O egoísmo busca a sua própria felicidade particular, à custa dos outros.
O amor busca a sua felicidade na felicidade do amado. O próprio amor sofrerá e morrerá pelo amado, para que a sua alegria seja plena na vida e na pureza do amado.
Cristo nos amou assim, e é dessa forma que Cristo nos ordena a amar uns aos outros.

John Piper.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

18 de Outubro.

A alegria de Jesus no casamento

Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa. 
Efésios 5: 25-27.

A razão pela qual há tanta miséria no casamento não é que os maridos e as esposas buscam o seu próprio prazer, mas que eles não o buscam no prazer dos seus cônjuges. O mandato bíblico para maridos e esposas é que busquem a sua própria alegria na alegria do seu cônjuge.
Dificilmente há uma passagem mais hedonista na Bíblia do que aquela sobre o casamento em Efésios 5.25-30. Os maridos são instruídos a amarem as suas esposas como Cristo amou a igreja.
Como Jesus amou a igreja? Ele “a si mesmo se entregou por ela”. Mas por quê? “Para que a santificasse” e a purificasse. Mas por que ele quis fazer isso? “Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa”!
Ah! Aqui está! “Em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz” (Hebreus 12.2). Que alegria? A alegria do casamento com a sua noiva, a igreja.
Jesus não deseja uma esposa suja e profana. Por isso, ele se dispôs a morrer para “santificar e purificar” sua noiva para que pudesse apresentar a si mesmo uma esposa “gloriosa”. Ele obteve o desejo do seu coração ao se entregar pelo bem da sua noiva.

John Piper.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

16 de Outubro.

Temor e esperança pelo zelo de Deus

Pois o nome do SENHOR é Zeloso; sim, Deus zeloso é ele.
Êxodo 34: 14.

Deus é infinitamente zeloso pela honra do seu nome, e responde com terrível ira contra aqueles cujos corações devem pertencer a ele, mas seguem após outras coisas.
Por exemplo, em Ezequiel 16.38-40 ele diz ao Israel infiel: “Julgar-te-ei como são julgadas as adúlteras e as sanguinárias; e te farei vítima de furor e de ciúme. Entregar-te-ei nas suas mãos, e derribarão o teu prostíbulo de culto… despir-te-ão de teus vestidos, tomarão as tuas finas joias e te deixarão nua e descoberta. Farão subir contra ti uma multidão, apedrejar-te-ão e te traspassarão com suas espadas”.
Eu lhes exorto a ouvir esse alerta. O zelo de Deus por seu amor e devoção indivisíveis sempre terá a última palavra. Tudo o que atrai as suas afeições para longe de Deus com atração enganosa voltará para lhes desnudar e traspassar.
É algo terrível usar a sua vida que foi dada por Deus para cometer adultério contra o Todo-Poderoso.
Mas para aqueles de vocês que são verdadeiramente unidos a Cristo, que mantêm os seus votos de abandonarem todos os outros, se unirem apenas a ele e viverem para a sua honra — para vocês, o zelo de Deus é um grande consolo e esperança.
Visto que Deus é infinitamente zeloso pela honra do seu nome, qualquer coisa e qualquer pessoa que ameaçam o bem da sua esposa fiel estão em oposição à onipotência divina.
O zelo de Deus é uma grande ameaça para aqueles que praticam a prostituição, vendem seu coração ao mundo e fazem de Deus um marido traído. Mas o seu zelo é um grande consolo para aqueles que guardam os votos da aliança e se tornam estrangeiros e peregrinos no mundo.

John Piper.

domingo, 15 de outubro de 2017

15 de Outubro.

Plano para a oração

Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. João 15: 7.

A oração busca alegria na comunhão com Jesus e no poder de compartilhar a vida dele com os outros.
E a oração busca a glória de Deus, considerando-o como o reservatório inesgotável de esperança e de socorro. Na oração, nós admitimos nossa pobreza e a prosperidade de Deus, nossa ruína e sua generosidade, nossa miséria e sua misericórdia.
Portanto, a oração altamente exalta e glorifica a Deus precisamente por buscar tudo o que desejamos nele, e não em nós mesmos. “Pedi e recebereis… a fim de que o Pai seja glorificado no Filho… e o vosso gozo seja completo” (João 16.24; 14.13; 15.11). A menos que eu esteja muito enganado, uma das principais razões pelas quais muitos dos filhos de Deus não têm uma vida significativa de oração não é tanto que nós não queremos, mas que não planejamos.
Se você quiser tirar férias de quatro semanas, não se levanta em uma manhã de verão e diz: “Ei, vamos hoje!”. Você não terá nada pronto. Você não saberá para onde ir. Nada foi planejado.
Mas é assim que muitos de nós tratamos a oração. Nós nos levantamos dia após dia e percebemos que momentos significativos de oração devem ser uma parte da nossa vida, mas nunca nada está pronto.
Não sabemos para onde ir. Nada foi planejado. Nenhum tempo. Nenhum lugar. Nenhuma ação. E todos nós sabemos que o oposto do planejamento não é um fluxo maravilhoso de experiências profundas e espontâneas na oração. O oposto do planejamento é a rotina.
Se você não planejar as férias, provavelmente ficará em casa e assistirá TV. O fluxo natural e sem planejamento da vida espiritual afunda até o mais baixo declínio da vitalidade. Há uma carreira a ser corrida e um combate a ser combatido. Se você deseja renovação em sua vida de oração, deve planejarpara vê-la.
Portanto, a minha simples exortação é esta: Dediquemos tempo ainda hoje para repensarmos nossas prioridades e como a oração se encaixa nelas. Faça alguma nova resolução. Experimente algo novo com Deus. Defina um horário. Estabeleça um lugar. Escolha uma parte da Escritura para guiá-lo.
Não seja tiranizado pela pressão dos dias ocupados. Todos nós precisamos de correções durante o caminho. Faça de hoje um dia de oração, para a glória de Deus e para a plenitude da sua alegria.

John Piper.

sábado, 14 de outubro de 2017

14 de Outubro.

Deus sara ao humilhar 

Tenho visto os seus caminhos e o sararei; também o guiarei e lhe tornarei a dar consolação, a saber, aos que dele choram. Como fruto dos seus lábios criei a paz, paz para os que estão longe e para os que estão perto, diz o SENHOR, e eu o sararei. 
Isaías 57: 18-19.

Apesar da severidade da enfermidade humana da rebelião e da obstinação, Deus sarará. Como ele irá sarar? Isaías 57.15 diz que Deus habita com os contritos e humildes. Ainda assim, o povo citado em Isaías 57.17 busca ousadamente o seu próprio caminho orgulhoso. Em que consistirá essa cura? 
A cura só pode ser uma coisa: Deus os sarará humilhando-os. Ele curará o paciente esmagando o seu orgulho. Se somente os contritos e humildes desfrutam da comunhão com Deus (Isaías 57.15), e se a doença de Israel é uma rebelião orgulhosa e deliberada (Isaías 15.17), e se Deus promete sará-los (Isaías 57.18), então, o seu sarar deve ser um humilhar e sua cura deve ser um espírito quebrantado. 
Não seria esse o modo de Isaías profetizar o que Jeremias chamou de nova aliança e de um novo coração? Ele disse: “Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel… Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31.31, 33). 
Isaías e Jeremias veem a chegada de um tempo em que um povo doente, desobediente e de coração duro será transformado de modo sobrenatural. Isaías fala sobre sarar. Jeremias fala sobre escrever a lei em seus corações. 
Assim, a cura de Isaías 57.18 é um grande transplante de coração — o velho coração endurecido, orgulhoso e obstinado é retirado e um novo coração suavizado e sensível é colocado, o qual é facilmente humilhado e quebrantado pela lembrança do pecado e pelo pecado remanescente. 
Esse é um coração em que o Altíssimo cujo nome é Santo pode habitar e ao qual pode dar vida. 

John Piper.

13 de Outubro.

O senhor que é servo 

…Para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. 
Efésios 2: 7. 

Para mim, a mais surpreendente figura da Bíblia sobre a segunda vinda de Cristo está em Lucas 12.35-37, que retrata o retorno de um senhor vindo de uma festa de casamento: 
“Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá”. 
Esteja certo de que nós somos chamados de servos, e isso sem dúvida significa que devemos fazer exatamente o que nos é ordenado. Mas a maravilha dessa figura é que o “servo” insiste em “servir” mesmo na era vindoura quando ele virá em toda a sua glória “com os anjos do seu poder, em chama de fogo” (2 Tessalonicenses 1.7-8). Por quê? 
Porque o elemento central da glória de Deus é a plenitude da graça que transborda em bondade para pessoas necessitadas. Por isso, ele deseja mostrar “nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Efésios 2.7). 
Em que consiste a grandiosidade do nosso Deus? Qual é a sua singularidade no mundo? Isaías responde: “desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Isaías 64.4).

John Piper

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

12 de Outubro.

Servindo a Deus com cuidado 

O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais 
Atos 17: 24-25.

Não glorificamos a Deus suprindo as necessidades dele, mas orando para que ele supra as nossas e confiando que ele responderá. 
Aqui estamos na essência da boa notícia do Hedonismo Cristão. A insistência de Deus para que lhe peçamos que nos ajude, de modo que ele receba a glória (Salmo 50.15), nos força ao surpreendente fato de que devemos tomar cuidado ao servir a Deus e tomar especial cuidado em que ele nos sirva, para que não roubemos a sua glória. 
Isso parece muito estranho. A maioria de nós pensa que servir a Deus é algo totalmente positivo; nós não consideramos que servir a Deus pode ser um insulto a ele. Mas meditar sobre o significado da oração exige essa reflexão. Atos 17.24-25 nos esclarece isso. 
Esse é o mesmo raciocínio do texto de Robinson Crusoé sobre a oração: “Se eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu e quanto nele se contém… Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Salmo 50.12, 15). 
Evidentemente, há uma maneira de servir a Deus que o insultaria, como se ele fosse necessitado do nosso serviço. “O próprio Filho do Homem não veio para ser servido” (Marcos 10.45). O objetivo dele é ser o servo. O objetivo dele é obter a glória como Provedor. 

John Piper.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

11 de Outubro.

Não podemos fazer nada

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
João 15: 5.

Suponha que você esteja totalmente paralisado e não possa fazer nada por si mesmo, exceto falar. E suponha que um amigo forte e confiável prometa viver com você e fazer tudo o que você precisa. Como você poderia exaltar esse amigo se um estranho viesse vê-lo?
Você exaltaria a sua generosidade e força tentando sair da cama e carregá-lo? Não! Você diria: “Amigo, por favor, venha me levantar. E você poderia colocar um travesseiro atrás de mim para que eu possa olhar para o meu convidado? E você poderia colocar meus óculos para mim?”.
E, assim, o seu visitante aprenderia pelos seus pedidos que você é incapaz e que seu amigo é forte e amável. Você glorifica o seu amigo por precisar dele, e ao lhe solicitar ajuda, e ao confiar nele.
Em João 15.5, Jesus diz: “Sem mim nada podeis fazer”. Então, nós realmente estamos paralisados. Sem Cristo, não somos capazes de qualquer bem que exalte a Cristo. Como Paulo diz em Romanos 7.18: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum”.
Mas João 15.5 também diz que Deus tem o propósito que façamos muito bem que exalte a Cristo, ou seja, dar fruto: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto”. Assim, como nosso forte e confiável amigo — “Tenho-vos chamado amigos” (João 15.15) — ele promete fazer para nós, e através de nós, o que não podemos fazer por nós mesmos.
Como, então, podemos glorificá-lo? Jesus responde em João 15.7: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”. Nós oramos! Pedimos a Deus que faça para nós, por meio de Cristo, aquilo que não podemos fazer por nós mesmos — dar fruto.
João 15.8 dá o resultado: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto”.
Então, como Deus é glorificado pela oração? A oração é a admissão aberta de que sem Cristo nada podemos fazer. E a oração é o nosso voltar de nós mesmos para Deus na confiança de que Ele nos dará o auxílio que precisamos.

John Piper.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

09 de Outubro.

A sábia misericórdia de Deus

Nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. 
1 Coríntios 1: 23-24.

Contra a terrível notícia de que nós caímos sob a condenação do nosso Criador e de que ele é movido pelo seu próprio caráter justo a preservar a excelência da sua glória derramando a ira eterna sobre o nosso pecado, há a maravilhosa notícia do evangelho.
Essa é uma verdade que ninguém jamais pode aprender naturalmente. Ela deve ser contada aos vizinhos, pregada nas igrejas e propagada por missionários.
A boa notícia é que o próprio Deus decretou um meio para satisfazer as exigências da sua justiça sem condenar toda a raça humana.
O inferno é uma maneira de acertar as contas com pecadores e defender a sua justiça. Mas há outro modo.
A sabedoria de Deus ordenou um caminho para o amor de Deus nos libertar da sua ira sem comprometer a sua justiça.
E qual é essa sabedoria? A morte do Filho de Deus pelos pecadores!
A morte de Cristo é a sabedoria de Deus pela qual o amor de Deus salva pecadores da ira de Deus, enquanto mantém e demonstra a justiça de Deus em Cristo.

John Piper.

domingo, 8 de outubro de 2017

08 de Outubro.

Nosso bem é o deleite de Deus

Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma. 
Jeremias 32: 40-41.

A busca de Deus por nosso louvor e nossa busca de prazer nele são a mesma busca. O anseio de Deus por ser glorificado e nosso anseio por sermos satisfeitos alcançam seu objetivo nessa única experiência: nosso deleite em Deus, que transborda em louvor.
Para Deus, o louvor é o doce eco da sua própria excelência nos corações do seu povo.
Para nós, o louvor é o auge da satisfação que decorre de vivermos em comunhão com Deus.
A impressionante implicação dessa descoberta é que todo o poder onipotente que dirige o coração de Deus a buscar a sua própria glória também leva Deus a satisfazer os corações daqueles que buscam a sua alegria nele.
A boa notícia da Bíblia é que Deus não está, de modo algum, indisposto a satisfazer os corações daqueles que esperam nele, mas exatamente o oposto: precisamente aquilo que pode nos tornar mais felizes é aquilo em que Deus se deleita com todo o seu coração e com toda a sua alma.
Com todo o seu coração e com toda a sua alma, Deus se une a nós na busca da nossa alegria eterna, porque a consumação dessa alegria nele redunda na glória da sua própria excelência infinita.

John Piper.

sábado, 7 de outubro de 2017

07 de Outubro.

Nós esperamos, Deus trabalha

Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.
Isaías 64: 4.

Apenas poucas coisas têm me dominado com maior alegria do que a verdade de que Deus ama mostrar sua divindade ao trabalhar para mim, e que seu trabalhar para mim está sempre antesdebaixo e em qualquer trabalho que eu faço para ele.
A princípio, pode soar arrogante quanto a nós, e implicar em menosprezo em relação a Deus, dizer que ele trabalha para nós. Mas isso é somente por causa da conotação de que sou um empregador e de que Deus precisa de um emprego. Esse não é o sentido quando a Bíblia fala de Deus trabalhar para nós. Como em Isaías 64.4: Deus trabalha “para aquele que nele espera”.
O sentido apropriado em dizer que Deus trabalha para mim é que estou arruinado e preciso de ajuda. Eu sou fraco e necessito de alguém forte. Estou em perigo e preciso de um protetor. Sou tolo e necessito de alguém sábio. Estou perdido e preciso de um Resgatador.
Deus trabalha para mim significa que eu não posso fazer o trabalho.
E isso glorifica a ele, não a mim. O Provedor recebe a glória. O Poderoso recebe o louvor.
Leia e seja liberto do fardo de suportar sua própria carga. Deixe que Deus faça esse trabalho.
“Nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Isaías 64.4).Deus não é “servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (Atos 17.25).“o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45).“Quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Crônicas 16.9).“Se eu tivesse fome, não to diria… Invoca-me… eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Salmo 50.12, 15).“Até à vossa velhice… eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei” (Isaías 46.4).“Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Coríntios 15.10).“Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Salmo 127.1).“Se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado” (1 Pedro 4.11).“Desenvolvei a vossa salvação… Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar” (Filipenses 2.12-13).“Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1 Coríntios 3.6).

John Piper.

06 de Outubro.

O Deus feliz

À sã doutrina, segundo o evangelho da glória do Deus [feliz]. 
1 Timóteo 1: 10-11, trad. lit.

Grande parte da glória de Deus é a sua felicidade.
Era inconcebível para o apóstolo Paulo que Deus pudesse não ter infinita alegria e ainda ser todo glorioso. Ser infinitamente glorioso era ser infinitamente feliz. Ele usou a frase “a glória do Deus feliz”, porque é algo maravilhoso Deus ser tão feliz quanto ele é.
A glória de Deus consiste muito no fato de que ele é feliz além do máximo que podemos imaginar.
Este é o evangelho: “o evangelho da glória do Deus feliz”. É uma boa notícia que Deus seja gloriosamente feliz.
Ninguém gostaria de passar a eternidade com um Deus infeliz. Se Deus é infeliz, então o objetivo do evangelho não é um objetivo feliz, e isso significa que ele não é evangelho algum.
Mas, de fato, Jesus nos convida a passar a eternidade com um Deus feliz quando diz: “Entra no gozo do teu senhor” (Mateus 25.23). Jesus viveu e morreu para que a sua alegria — a alegria de Deus — pudesse estar em nós e nossa alegria pudesse ser completa (João 15.11; 17.13). Portanto, o evangelho é “o evangelho da glória do Deus feliz”.
A felicidade de Deus é antes de tudo uma felicidade em seu Filho. Assim, quando compartilhamos a felicidade de Deus, partilhamos do mesmo deleite que o Pai tem no Filho.
É por isso que Jesus tornou o Pai conhecido para nós. No fim da sua grandiosa oração em João 17, ele disse ao seu Pai: “Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja” (João 17.26). Ele fez Deus conhecido para que o deleite de Deus em seu Filho estivesse em nós e se tornasse o nosso prazer.

John Piper.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

05 de Outubro.

A justiça será feita

Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 
Romanos 12: 19.

Todos vocês foram injustiçados em um momento ou outro. A maioria de vocês, provavelmente, foi seriamente injustiçado por alguém que nunca pediu desculpas ou fez algo suficiente para consertá-lo.
E um dos profundos obstáculos para o abandono da dor e da amargura é a convicção — a convicção justificada — de que a justiça deveria ser feita, e de que o curso do universo mostrará que pessoas podem simplesmente escapar com erros horríveis e enganar a todos.
Esse é um dos obstáculos ao perdão e ao abandono dos rancores. Não é o único. Temos nosso próprio pecado com o qual lidar. Mas é um obstáculo real.
Sentimos que apenas relevar seria admitir que a justiça simplesmente não será feita. E nós não podemos fazer isso.
Então, nos apegamos à ira e repetimos a história muitas vezes com os sentimentos de que isso não deveria ter acontecido; não deveria ter acontecido; foi errado; foi errado. Como ele pode estar tão feliz agora, quando eu estou tão miserável? Isso é tão errado. É tão errado!
Esta palavra em Romanos 12.19 é dada por Deus a vocês, para remover esses seus fardos.
“Não vos vingueis a vós mesmos… mas dai lugar à ira”. O que isso significa para vocês?
Abandonar o fardo da ira, abandonar a prática de nutrir a sua dor com sentimentos de ter sido prejudicado — abandonar tudo isso — não significa que não aconteceu um grande erro contra vocês.
Isso não significa que não há justiça. Isso não significa que vocês não serão vindicados. Isso não significa que eles escaparam. Não.
Isso significa, quando vocês deixam o fardo da vingança, Deus tomará esse fardo.
Essa não é uma maneira suave de se vingar. Essa é uma maneira de dar vingança àquele a quem ela pertence.
Isso é respirar profundamente, talvez pela primeira vez em décadas, e sentir como agora, por fim, que vocês podem ser livres para amar.

John Piper.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

04 de Outubro.

Alegria ilimitada

Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.
João 17: 26.

Imagine ser capaz de desfrutar do que é mais agradável com força e paixão ilimitadas para sempre. Agora, essa não é a nossa experiência. Três coisas são obstáculos para a nossa completa satisfação neste mundo.
Um obstáculo é que nada tem um valor pessoal grande o suficiente para satisfazer os anseios mais profundos dos nossos corações.
Outro obstáculo é que nos falta a força para saborear os melhores tesouros ao máximo do seu valor.
E o terceiro obstáculo para a completa satisfação é que nossas alegrias aqui chegam a um fim. Nada permanece. Mas se o propósito de Jesus em João 17.26 é real, tudo isso mudará.
Se o deleite de Deus no Filho se tornar o nosso deleite, então o objeto do nosso prazer, Jesus, será inesgotável em excelência pessoal. Ele nunca se tornará tedioso, decepcionante ou frustrante.
Nenhum maior tesouro pode ser concebido do que o Filho de Deus.
Além disso, nossa capacidade de saborear esse tesouro inesgotável não será limitada pelas fraquezas humanas. Nós apreciaremos o Filho de Deus com o próprio deleite do seu Pai.
O deleite de Deus em seu Filho estará em nós e será nosso. E isso nunca acabará, porque nem o Pai nem o Filho jamais acabarão.
O amor deles, um pelo outro, será o nosso amor por eles e, portanto, nunca deixaremos de amá-los.

John Piper.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

02 de Outubro.

Deus não é triste

O SENHOR frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações. 
Salmo 33: 10-11.

“No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115.3). A implicação desse texto é que Deus tem o direito e o poder de fazer o que o deixa feliz. Isso é o que significa dizer que Deus é soberano.
Pense nisso por um momento: Se Deus é soberano e pode fazer qualquer coisa que lhe agrada, então nenhum dos seus propósitos pode ser frustrado. “O SENHOR frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações” (Salmo 33.10-11).
E se nenhum dos seus propósitos pode ser frustrado, então ele deve ser o mais feliz de todos os seres.
Essa felicidade infinita e divina é a fonte da qual o Cristão (Hedonista) bebe e deseja beber mais profundamente.
Você pode imaginar como seria se o Deus que governa o mundo não fosse feliz? E se Deus murmurasse, ficasse iracundo e deprimido, como o gigante da história de João e o pé de feijão? E se Deus fosse frustrado, desanimado, abatido, triste, descontente e melancólico?
Poderíamos nos unir a Davi e dizer: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63.1)? Eu penso que não.
Todos nos relacionaríamos com Deus como filhos que têm um pai frustrado, abatido, triste e descontente. Eles não conseguem desfrutar dele. Eles só podem tentar não incomodá-lo, ou talvez tentar trabalhar para ele a fim de ganhar algum pequeno favor.
O objetivo do Cristão Hedonista é ser feliz em Deus, se deleitar em Deus, apreciar e fruir da sua comunhão e favor.

John Piper.

03 de Outubro.

Amor absoluto, soberano e todo-poderoso

“SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade”
Êxodo 34: 6.

Deus é grande em amor e fidelidade constantes.
Duas figuras vêm à minha mente:
O coração de Deus é como uma inesgotável fonte de água que borbulha amor e fidelidade desde o topo da montanha.Ou o coração de Deus é como um vulcão que tanto arde em amor que explode o topo da montanha e ano após ano flui com a lava do amor e da fidelidade.
Quando Deus usa a palavra “grande”, ele deseja que entendamos que os recursos do seu amor não são limitados. De certa forma, ele é como o governo: sempre que há uma necessidade, ele pode apenas imprimir mais dinheiro para supri-la.
Mas a diferença é que Deus tem um tesouro infinito de amor de ouro para suprir todo dinheiro que ele imprime. O governo está em um mundo de sonhos. Deus deposita de forma muito realista os recursos infinitos da sua divindade.
A existência absoluta, a liberdade soberana e a onipotência de Deus são a plenitude vulcânica que explode em um transbordamento de amor. A plena magnificência de Deus significa que ele não precisa de nós para preencher qualquer deficiência em si mesmo. Em vez disso, sua infinita autossuficiência se derrama em amor para nós que precisamos dele.
Nós podemos confiar em seu amor exatamente porque cremos em sua existência absoluta, na sua liberdade soberana e no seu poder ilimitado.

John Piper.

domingo, 1 de outubro de 2017

01 de Outubro.

O objeto totalmente satisfatório

Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. 
Salmo 37: 4.

A busca pelo prazer não é opcional, mas ordenada (nos Salmos): “Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37.4).
Os salmistas buscaram fazer exatamente isso: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Salmo 42.1-2). “A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63.1).
O motivo da sede tem sua contrapartida satisfatória quando o salmista diz que os homens “fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber” (Salmo 36.8).
Eu descobri que a bondade de Deus, sendo o próprio fundamento da adoração, não é algo a que você demonstra respeito por meio de algum tipo de reverência desinteressada. Não, ela é algo a ser apreciado: “Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom” (Salmo 34.8).
“Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca” (Salmo 119.103).
Como diz C.S. Lewis, Deus nos Salmos é o “objeto todo-satisfatório”. Seu povo o adora sem se envergonhar pela “grande alegria” que encontra nele (Salmo 43.4). Ele é a fonte do prazer completo e inesgotável: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmo 16.11).

John Piper.

30 de Setembro.

A descoberta mais libertadora

Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor.
Filipenses 3: 1.

Ninguém jamais havia me ensinado que Deus é glorificado pela nossa alegria nele. Essa alegria em Deus é a mesma coisa que faz do louvor uma honra a Deus, e não hipocrisia.
Mas Jonathan Edwards disse isso de forma clara e poderosa:
Deus glorifica a si mesmo para com as criaturas também [em] duas formas: (1) revelando-se… ao entendimento delas; (2) comunicando-se aos seus corações, e na sua alegria, deleite e gozo das manifestações que ele faz de si mesmo… Deus não é glorificado apenas pela sua glória ser vista, mas por ela ser objeto de deleite…
Quando aqueles que a veem se deleitam nela, Deus é mais glorificado do que se eles apenas a vissem… Aquele que testifica ter a sua ideia da glória de Deus [não] glorifica tanto a Deus quanto aquele que testifica também que aprova e se deleita nessa glória.
Essa foi uma descoberta maravilhosa para mim. Eu preciso buscar a alegria em Deus, se quiser glorificá-lo como a Realidade surpreendentemente valiosa no universo. A alegria não é uma mera opção ao lado da adoração. É um componente essencial da adoração.
Nós temos um nome para aqueles que tentam louvar quando não têm deleite no objeto. Nós os chamamos de hipócritas. O fato de que o louvor significa completo prazer e que o fim mais elevado do homem é beber profundamente desse prazer, foi talvez a descoberta mais libertadora que eu já fiz.

John Piper.