sábado, 31 de dezembro de 2016

31 de Dezembro.

"No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba". 
João 7.37.

A perseverança teve a sua obra perfeita na pessoa do Senhor Jesus. Até ao último dia da festa, Ele apelou aos judeus. Neste último dia do ano, o Senhor Jesus nos dirige seu apelo e espera para se mostrar gracioso para conosco. A longanimidade de nosso Senhor é admirável em tolerar alguns de nós, ano após ano, apesar de nossas provocações, rebeldias e resistência ao seu Espírito Santo. Maravilha das maravilhas é o fato de que ainda estamos na terra da misericórdia. O Senhor Jesus nos exorta à reconciliação com Deus. Quão profundo tem de ser o amor que fez o Senhor chorar pelos pecadores. Com certeza, diante o clamor dessa chamada, o nosso coração virá espontaneamente. Tudo o que o homem necessita para satisfazer a sede de sua alma já foi providenciado. Embora a alma esteja completamente sedenta, o Senhor Jesus pode saciá-la. A proclamação está sendo feita, com toda espontaneidade, declarando que todos os sedentos são bem-vindos. O Senhor Jesus levou em seu próprio corpo os nossos pecados, na cruz. O Salvador que sangrou, morreu e ressuscitou é a única esperança para um pecador. Ó, que tenhamos graça para agora vir e beber, antes que o sol se ponha, neste último dia do ano! O ato de beber representa uma recepção para a qual nenhuma adequação é requerida. O tolo, o ladrão, a prostituta podem beber. Pecaminosidade de caráter não pode impedir que alguém aceite o convite e creia em Jesus. A boca pobre é convidada a parar e beber um profundo gole da fonte inesgotável. Lábios imundos, ressecados e leprosos podem beber da torrente de amor divino. Eles não podem contaminá-la, mas, pelo contrário, serão purificados. O Senhor Jesus é a fonte de esperança. Querido leitor, ouça a voz do amável Redentor, que clama a todos nós: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”.

C.H. Spurgeon

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

30 de Dezembro.

"Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio". 
Eclesiastes 7.8.

Considere o nosso Senhor e Salvador. Em seu princípio, Ele foi desprezado e rejeitado pelos homens; foi um homem de dores, familiarizado com o sofrimento (ver Isaías 53.3). Você pode observar o fim? Nosso Senhor está assentado à direita de Deus, sabendo que todos os seus inimigos se tornarão o estrado de seus pés (ver Salmos 110.1). “Segundo ele é, também nós somos neste mundo” (1 João 4.17). Você tem de tomar a cruz, pois, se não o fizer, nunca receberá a coroa. Você tem de passar através da lama, pois, se não o fizer, nunca andará nas ruas de ouro. Anime-se, então, crente abatido. “Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio”. Quão desprezível é a aparência da larva de um inseto. É o começo de uma vida. Todavia, se você observar posteriormente, aquele inseto com asas deslumbrantes estará brincando aos raios de sol, bebendo das flores, cheio de vida e felicidade. Esse é o fim. Aquele inseto é como você, até que seja envolvido na crisálida da morte. Mas, quando Cristo se manifestar, você será semelhante a Ele, porque O verá como Ele é (ver Salmos 17.15). O diamante de aparência rústica é colocado na roda do lapidário, que o corta em todos os lados. O diamante perde muito, muito do que parecia ser precioso para ele mesmo. O rei é coroado; o diadema é colocado na cabeça do monarca com o alegre som da trombeta. Um resplandecente raio brilha da pequena coroa, brilho que vem daquele exato diamante que tão recentemente foi em extremo afligido pelo lapidário. Você pode ousar se comparar a tal diamante, pois é um do povo de Deus; este é o tempo do processo de lapidação. A fé e a perseverança têm sua obra perfeita (ver Tiago 1.3,4), pois no dia em que a coroa for colocada na cabeça do “Rei eterno, imortal, invisível” (1 Timóteo 1.17), um brilho de glória resplandecerá de você. “Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos” (Malaquias 3.17). “Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio.”

C.H. Spurgeon

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

29 de Dezembro.

"Até aqui nos ajudou o SENHOR". 
1Samuel 7.12.

A expressão “até aqui” parece uma mão apontando em direção ao passado. Vinte anos, ou setenta anos, e “até aqui nos tem ajudado o Senhor”! Na pobreza ou na riqueza, na enfermidade ou na saúde, em casa ou fora de casa, em terra ou no mar, em honra ou desonra, na perplexidade, na alegria, em provações ou em triunfos, em oração, em tentação, o Senhor nos tem ajudado! Gostamos de contemplar uma extensa avenida de árvores; é agradável admirarmos esta grande paisagem do início até ao final, um tipo de templo verdejante, com seus pilares de galhos e seus arcos de folhas. De modo semelhante, contemple os corredores dos anos de sua vida, veja os galhos verdes de misericórdia na copa de sua vida e os fortes caules de bondade e fidelidade que produziram suas alegrias. Não há pássaros cantando nos galhos? Certamente deve haver, e todos cantam da misericórdia recebida “até aqui”. A expressão “até aqui” também aponta ao futuro. Quando um homem atinge certo ponto e escreve “até aqui”, isso indica que ele ainda não chegou ao final. Ainda há certa distância a ser percorrida. Existem mais provações, mais alegrias, mais tentações, mais triunfos, mais orações, mais respostas, mais labores, mais fortalecimento, bem como mais lutas, mais vitórias. Depois vem a doença, velhice e morte. A jornada acabou? Não! Ainda há mais: ressuscitar na semelhança de Jesus, tronos, harpas, canções, salmos, vestes brancas, a face de Jesus, a comunhão dos santos, a glória de Deus, a plenitude da eternidade e a bem aventurança infinita. Crente, tenha bom ânimo! Com grata confiança erga seu Ebénezer, pois Aquele que o ajudou até aqui continuará ajudando-o em todo o percurso de sua jornada. Quando lido à luz do céu, que perspectiva gloriosa e maravilhosa do seu “até aqui” se descortinará aos seus gratos olhos!

C.H. Spurgeon.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

28 de Dezembro.

"Esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus". 
Gálatas 2.20.

Quando em sua misericórdia o Senhor passou e nos viu mortos, Ele disse: “Vive”, porque a vida é uma das coisas absolutamente essenciais nas questões espirituais. Até que a vida seja outorgada, somos incapazes de participar das coisas do Reino. A vida que a graça outorga ao crente no momento de sua regeneração não é outra, senão a própria vida de Cristo. Assim como a seiva do caule, a fé existe e flui em nós, os ramos, e estabelece uma conexão viva entre nossa alma e Jesus. A fé é a graça que percebe esta união; e procedeu desta união como as suas primícias. É o pescoço que une o corpo da igreja à sua toda gloriosa Cabeça. A fé apega-se ao Senhor Jesus com firmeza e determinação. A fé conhece a excelência e dignidade de Jesus. Por isso, nenhuma tentação pode induzi-la a colocar sua confiança em qualquer outro. O Senhor Jesus se deleita tanto com esta graça celestial, que nunca pára de sustentar e fortalecer a fé por meio do amável envolvimento e do todo-suficiente amparo de seus braços eternos. Portanto, esta é uma união viva, sensível e cheia de deleites, que produz torrentes de amor, confiança, simpatia, complacência e regozijo, das quais tanto a noiva como o Noivo gostam de beber. Quando a alma pode perceber a união entre ela mesma e Cristo, o mesmo pulso pode ser sentido como que batendo tanto em um como no Outro, e o mesmo sangue, correndo nas veias de ambos. Assim, o coração se encontra próximo do céu, enquanto está por algum tempo na terra, e está preparado para o gozo do mais sublime e espiritual tipo de comunhão.

C.H. Spurgeon

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

27 de Dezembro.

"Viça o junco sem água?" 
Jó 8.11.

O junco é uma planta esponjosa e oca; o hipócrita também é assim. Não existe qualquer substância ou estabilidade no hipócrita. O junco é balançado para lá e para cá, em todos os ventos; de modo semelhante, os formalistas se rendem a todas as influências. É por esta razão que o junco não é quebrado pela tempestade; tampouco os hipócritas se inquietam com a perseguição. O versículo de hoje pode ser um auxílio para examinarmos a nós mesmos, a fim de verificarmos se somos hipócritas ou não. O junco, por natureza, vive na água e deve sua existência completamente à lama e ao lodo onde ele se enraizou. Se a lama secar, o junco murchará rapidamente. A verdura do junco depende completamente das circunstâncias. A abundância de água o faz florir, e a seca o destrói prontamente. Será este o meu caso? Sirvo a Deus somente quando estou em boa companhia ou quando o cristianismo é respeitável e proveitoso? Amo o Senhor somente quando recebo de suas mãos confortos temporais? Se este é o meu caso, sou um hipócrita desprezível. Assim como o junco que murcha facilmente, perecerei quando a morte me privar de prazeres exteriores. No entanto, eu posso dizer com honestidade que, quando os confortos terrenos forem poucos e minhas circunstâncias forem adversas e não proveitosas à graça, ainda manterei a minha integridade? Se sim, então, posso ter esperança de que existe em mim uma piedade vital e autêntica. O junco não pode crescer sem umidade, mas, plantas que pertencem ao Senhor podem florescer e florescem, mesmo no ano de seca. Um homem salvo cresce mais freqüentemente quando as circunstâncias do mundo entram em decadência. Aquele que segue a Cristo em busca de ganhos é semelhante a Judas Iscariotes. Aqueles que O seguem por causa dos pães e dos peixes são do diabo, mas aqueles que O seguem por amor são os amados dele. Ó Senhor, que a minha vida esteja em Ti e não no lodo do favor e do ganho deste mundo.

C.H. Spurgeon

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

26 de Dezembro.

"O último Adão". 
1Coríntios 15.45.



Jesus é o cabeça de seus eleitos. Em Adão, cada herdeiro de carne e sangue tem um interesse pessoal porque ele é o cabeça da aliança e o representante da raça considerada sob a lei das obras. Sob a lei da graça, toda alma redimida está em união com o Senhor, visto que Ele é o Segundo Adão, o fiador e substituto de todos os eleitos na nova aliança de amor. O apóstolo Paulo disse que Levi estava nos lombos em Abraão, quando Melquisede que saiu-lhe ao encontro. É uma verdade segura que o crente estava em Jesus, o Mediador, quando, na eternidade, a aliança da graça foi decretada, ratificada e assegurada para sempre. Por conseguinte, tudo o que Cristo fez, Ele o fez por todo o corpo de sua igreja. Fomos crucificados e sepultados nEle (ver Colossenses 2.12). E, para tornar isso ainda mais maravilhoso, fomos ressuscitados e assentados com Ele nos lugares celestiais (ver Efésios 2.6). Assim, a igreja cumpriu a Lei e se tornou aceita no Amado. Portanto, ela é contemplada com misericórdia pelo justo Jeová, pois Ele a vê em Jesus e não como se estivesse separada do Cabeça da aliança. Como o Redentor ungido de Israel, Jesus Cristo não tem nada distinto de sua igreja. Tudo o que Ele possui, Ele o possui para ela. A justiça de Adão seria nossa desde que ele a mantivesse, e o pecado dele tornou-se nosso no momento que ele pecou. Da mesma forma, tudo o que o Segundo Adão é ou tudo o que Ele faz nos pertence, visto que Ele é nosso representante. Eis o fundamento da aliança da graça. Este gracioso sistema de representação e substituição -que fez Justin Martyn clamar: “Ó bendita mudança, ó doce troca!” -é a base do evangelho de nossa salvação, e deve ser recebido com forte fé e alegria arrebatadora.

C.H. Spurgeon

domingo, 25 de dezembro de 2016

25 de Dezembro.

"Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel". 
Isaías 7.14.

Dirijamo-nos hoje à Belém, e, em companhia de pastores maravilhados e de reis que adoram, vejamos aquele que nasceu Rei dos judeus; pois nós, pela fé podemos reinvindicar interesse por Ele e podemos cantar: “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Isaías 9.6). Jesus é Jeová encarnado, nosso Deus e nosso Senhor, mas também nosso irmão e amigo. Devemos adorá-Lo e admirá-Lo. Sua concepção miraculosa foi algo sobre o que jamais se ouviu em tempos passados, e inigualável em tempos posteriores. A primeira promessa que encontramos nas Escrituras se refere ao descendente da mulher, e não ao descendente do homem. Nosso Salvador, embora fosse verdadeiramente homem, era, no que concerne à sua natureza humana, o Santo de Deus. Pelo poder do Espírito Santo, Jesus nasceu da virgem, sem a mácula do pecado original que pertence a todos os nascidos da carne. Devemos lembrar com regozijo nosso bendito Redentor. Quando, antes disso, os anjos se deleitaram com cânticos durante a madrugada e Deus colocou uma nova estrela no céu? Ao berço de quem ricos e pobres se mostram tão dispostos a realizar uma peregrinação e prestar louvores sinceros e espontâneos? A terra pode se regozijar, e os homens devem cessar os seus labores para celebrarem o grande nascimento de Jesus. Belém, casa de pão, vemos em ti nossas esperanças para sempre satisfeitas. É Ele, o Salvador, prenunciado há muito tempo, que anunciará a era do ouro. Que a felicidade governe o momento. Que santas canções e doces músicas sinceras acompanhem nossa alma em seu êxtase de contentamento. O precioso nome “Emanuel” é inefavelmente aprazível. “Emanuel”, Deus conosco em nossa natureza, sofrimento, vida de labores, morte. Agora, nós com Ele, em sua ressurreição, ascensão, triunfo e segundo advento esplendoroso. Oh! que tenhamos verdadeira comunhão espiritual com “Emanuel” em todo este dia!

C.H. Spurgeon

sábado, 24 de dezembro de 2016

24 de Dezembro.

"Se fez pobre por amor de vós". 
2 Coríntios 8.9.

O Senhor Jesus era eternamente rico, glorioso e exaltado, mas, “sendo rico, se fez pobre por amor de vós”. O crente rico não pode ser verdadeiro em sua comunhão com seu irmão pobre, se não oferecer seus recursos para atender às necessidades deste. De modo semelhante é a Cabeça e os membros do corpo de Cristo. Seria impossível nosso divino Senhor ter comunhão conosco, se não nos houvesse comunicado de sua abundante riqueza e se tornado pobre, a fim de enriquecer-nos. Se o Senhor Jesus tivesse permanecido em seu trono de glória, e houvéssemos nós permanecido nas ruínas da Queda, sem recebermos a salvação consumada por Ele, a comunhão teria sido impossível para ambos os lados. Devido à Queda, a nossa posição, à parte da aliança da graça, fez com que se tornasse tão impossível para nós, criaturas arruinadas, o comungarmos com Deus como é impossível a Belial viver em harmonia com Cristo. Para a comunhão ser alcançada, foi necessário que o rico Resgatador concedesse suas posses aos seus pobres parentes; que o Salvador justo desse de sua própria perfeição aos seus irmãos pecadores e que nós, os infelizes culpados, recebêssemos da plenitude dele “graça sobre graça” (João 1.16). Deste modo, em dar e receber, Um desceria das alturas e o outro subiria das profundezas, sendo assim capazes de se encontrarem em verdadeira e sincera comunhão. A pobreza deve ser enriquecida por Ele, em quem há tesouros infinitos, antes de poder chegar ao ponto da comunhão; a culpa deve dar lugar à justiça imputada antes que a alma possa caminhar em companheirismo com a pureza. Jesus tem de vestir seu povo com suas próprias vestes, pois, do contrário, não pode admiti-los em seu palácio de glória. Ele tem de lavá-los em seu próprio sangue, pois, se não fizer isso, eles permanecerão muito contaminados para o encontro de comunhão com Jesus. Crente, isto é amor! Por amor a você, o Senhor Jesus se fez pobre, a fim de elevá-lo à comunhão com Ele mesmo.

C.H. Spurgeon

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

QUE RAIO ACONTECE NA COZINHA #148 Cheesecake de Panetone

MÚSICA DO DIA.

23 de Dezembro.

"Amigo, senta-te mais para cima". 
Lucas 14.10.

Quando a vida da graça começa na alma, nós realmente nos aproximamos de Deus, mas o fazemos com temor e tremor. A alma, consciente de sua culpa e, por causa disso, humilhada, se encontra em admiração por causa da solenidade de sua posição. Sente-se prostrada ao chão por um senso da grandeza de Jeová, em cuja presença ela permanece. Com timidez não fingida, ela toma o lugar mais baixo. No entanto, à medida que o crente cresce na graça, o seu temor perde todo o seu terror. Ele nunca esquecerá a solenidade de sua posição e jamais perderá a reverência santa que envolve um homem cheio da graça, quando ele está na presença de um Deus que pode criar ou destruir. Tal reverência se torna um temor santo e deixa de ser um pavor ofuscante. O crente é chamado mais para cima, para ter maior acesso a Deus em Cristo Jesus. Portanto, o homem de Deus, andando em meio aos esplendores da Deidade e velando a sua face como o glorioso querubim com aqueles pares de asas -o sangue e a justiça de Jesus Cristo – se aproximará do trono celestial com reverência, prostrado em espírito. Contemplando ali um Deus de amor, bondade e misericórdia, o crente entenderá o caráter de Deus, melhor do que sua absoluta divindade. O crente verá em Deus a sua bondade, em vez de fixar-se em sua grandeza; verá mais de seu amor ao invés de sua majestade. Então, a alma, curvando-se, ainda tão humildemente quanto antes, desfrutará uma liberdade de intercessão mais sagrada. Prostrada diante da glória do Deus infinito, a alma será sustentada por urna revigorante consciência de estar na presença da infinita misericórdia e do amor infinito e pela compreensão de sua aceitação no Amado. Assim, o crente é chamado mais para cima e capacitado a exercer o privilégio de regozijar-se em Deus e de dizer, achegando-se mais e mais a Ele, com santa confiança: “Aba, Pai!” Assim devemos ir, de força em força, e crescer na graça diariamente, Até que em tua imagem transformados, vejamos tua face, finalmente.

C.H. Spurgeon

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

22 de Dezembro.

"Eu te fortaleço". 
Isaías 41.10.

Deus tem uma forte reserva com a qual cumprir este compromisso pois Ele é capaz de fazer todas as coisas! Crente, até que você possa secar o oceano da onipotência ou desfazer em pedaços as elevadas montanhas do poder do Altíssimo, você não precisa temer. A força do homem nunca será capaz de vencer o poder de Deus. Enquanto permanecerem os enormes pilares da terra, você tem motivo para continuar firme em sua fé. O mesmo Deus que dirige a terra em sua órbita, que alimenta a ardente fornalha do sol, e arranja as lâmpadas do céu tem prometido suprir-lhe as forças todos os dias. Visto que Deus é poderoso para sustentar o universo, não pense que Ele se mostrará incapaz de cumprir as próprias promessas. Lembre o que Deus fez nas gerações passadas. Lembre como Ele falou, e tudo se fez; como Ele ordenou, e logo a ordem se cumpriu. Aquele que criou o mundo ficará cansado? Ele sustém o mundo sobre o nada. Aquele que faz isso será incapaz de amparar seus filhos? Será Ele desleal à sua palavra por falta de poder? Quem é o que reprime a tempestade? Não cavalga Ele nas asas do vento, não faz das nuvens suas carruagens e não segura o oceano nas palmas de suas mãos? Como Ele pode falhar para conosco? Uma vez que Deus registrou uma promessa como esta, será que por algum momento você estimulará o pensamento de que Ele não a cumprirá ou de que a realização desta promessa está além do poder dele? Não, você não deve mais duvidar. Ó meu Deus e minha fortaleza, eu posso crer que esta promessa será cumprida, pois o ilimitado reservatório de tua graça nunca pode ser esgotado. O abundante estoque de tua força não pode ser esvaziado por teus amigos nem roubado por teus inimigos. Que todos os fracos sejam fortalecidos, E façam do braço de Jeová sua canção.

C.H. Spurgeon

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

21 de Dezembro.

"Estabeleceu comigo uma aliança eterna". 
2 Samuel 23.5.

Esta aliança é divina em sua origem. “Estabeleceu comigo uma aliança eterna.” Oh! que palavra grandiosa: Ele! Pense, alma minha. Deus, o Pai eterno, fez positivamente uma aliança com você. Sim, aquele Deus que trouxe o mundo à existência por meio de uma palavra. Ele, descendo de sua majestade, tomou a sua mão e fez uma aliança com você. Não é suficiente a estupenda condescendência deste ato para cativar nosso coração perpetuamente, se em verdade pudéssemos compreendê-lo? Não foi um rei que fez aliança comigo -isto seria alguma coisa; mas o Príncipe dos reis da terra, Shadai, o Senhor todo-suficiente, o Jeová de todas as eras, o eterno Eloim -“estabeleceu comigo uma aliança eterna”. No entanto, observe que esta aliança é particular em sua aplicação -“estabeleceu comigo uma aliança eterna”. Neste fato se encontra a doçura da aliança para todo crente. Para mim não é muito significativo o fato de haver Ele estabelecido a paz com o mundo; quero saber se Ele estabeleceu a paz comigo. É pouco significativo o fato de que o Senhor estabeleceu uma aliança; quero saber se Ele estabeleceu uma aliança comigo. Abençoada é a segurança de que Ele fez uma aliança comigo! Se Deus Espírito Santo me dá esta certeza, então, eu possuo a salvação, o amor do Senhor me pertence, e Ele mesmo é meu. Ele é meu Deus. Uma aliança eterna significa uma aliança que não teve começo e nunca terminará -nunca terminará. Em meio a todas as incertezas da vida, quão agradável é sabermos que “o firme fundamento de Deus permanece” (2 Timóteo 2.19). Quão bendito é possuirmos a promessa de Deus mesmo: “Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram” (Salmos 89.34).

C.H. Spurgeon

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

20 de Dezembro.

"Com amor eterno eu te amei". 
Jeremias 31.3

As vezes, o Senhor Jesus diz à sua igreja seus pensamentos amorosos. R. Erskine disse: “Ele não acha suficiente revelar seus pensamentos de amor em sua ausência; mas, em sua presença Ele diz: “Tu és toda formosa, querida minha” (Cântico dos Cânticos 4.7). É verdade que este não é seu método costumeiro. Ele é sábio e percebe quando silenciar a notificação do amor e quando expô-la. Há horas em que Ele não fará segredo disto – horas em que colocará este fato, de forma incontestável, na alma de seu povo”. O Espírito Santo freqüentemente se agrada em testemunhar ao nosso espírito o amor de Jesus. O Espírito Santo toma as coisas de Cristo e as revelas para nós. (Ver João 16.13- 15). Não ouvimos nenhuma voz do céu, não temos nenhuma visão à noite, mas temos um testemunho mais seguro do que qualquer destas coisas. Se um anjo viesse do céu e falasse ao crente, em particular, sobre o amor do Salvador para com ele, a evidência não seria nem um pouco mais satisfatória do que a evidência produzida no coração pelo Espírito Santo. Pergunte ao membros do povo do Senhor que têm vivido bem próximo das portas do céu, e eles lhe dirão que tiveram ocasiões em que o amor de Cristo por eles foi algo tão claro e seguro, que não puderam mais duvidar desse amor, assim como não podiam duvidar da existência deles mesmos. Sim, amado irmão, você e eu temos desfrutado de tempos de refrigério por conta da presença do Senhor; em tais ocasiões, nossa fé tem subido aos mais elevados níveis de certeza. Temos achado confiança para reclinar nossa cabeça no seio de nosso Senhor (tal como o fez o apóstolo João, quando o Senhor esteve neste mundo), não questionando, de modo algum, as afeições dele para conosco. Não, nem ao menos temos sido induzidos a fazer a tenebrosa pergunta: “Senhor, sou eu quem Te trairá?” Este pensamento foi afastado de nós. O Senhor Jesus aniquilou as nossas dúvidas por nos permitir profunda intimidade com Ele. O amor dele tem sido para a nossa alma mais doce do que o mel.

C,H. Spurgeon

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

19 de Dezembro.

"A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão". 
Provérbios 16.33.

Se a disposição da sorte pertence ao Senhor, a quem pertence o arranjo de nossa vida? Se o simples lançar da sorte é guiado por Ele, quanto mais os acontecimentos de toda a nossa vida – especialmente quando somos ensinados pelo bendito Senhor: “Até os cabelos todos da cabeça estão contados” (Mateus 10.30). Nenhum pardal cai em terra sem o consentimento do Pai (ver Mateus 10.29). Se você sempre lembrasse isso, querido leitor, teria uma santa calma em sua mente. Isso libertaria a sua mente da ansiedade, de tal modo que você seria mais capaz de andar em paciência, quietude e alegria, como o crente deve andar. Quando um crente está em ansiedade, ele não pode orar com fé. Quando ele está inquieto pelas coisas do mundo, não pode servir ao seu Senhor. Os pensamentos desse crente giram em torno de servir a si mesmo. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33). Você está se intrometendo nos negócios de Cristo e negligenciando os seus próprios, quando se inquieta a respeito de suas circunstâncias. Você está tentando prover suas próprias necessidades, esquecendo que seu dever é obedecer. Seja sábio; seja atento em obedecer. Deixe que Cristo administre a provisão. Venha e examine o estoque de seu Pai; pergunte se Ele o deixará morrer de fome, quando estocou tão grande abundância em seu celeiro. Olhe o coração misericordioso dele. Veja se ele pode, alguma vez, se mostrar grosseiro! Olhe a sua inescrutável sabedoria. Veja se ela, alguma vez, estará em erro. Acima de tudo, olhe para Jesus Cristo, seu intercessor, e pergunte a si mesmo, enquanto Ele clama, se pode o seu Pai lidar brutalmente com você? Se o Senhor se lembra até dos pardais, Ele esquecerá o menor de seus filhos? “Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado” (Salmos 55.22).

C.H. Spurgeon

domingo, 18 de dezembro de 2016

18 de Dezembro.

"Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes". 
Joel 2.13.

O rasgar de vestes e outros sinais exteriores de emoção religiosa podem ser manifestados com facilidade e, freqüentemente, são hipócritas. Sentir o verdadeiro arrependimento é muito mais difícil e, conseqüentemente, muito menos comum. Os homens atenderão às mais diversas e minuciosas normas de cerimônias religiosas que são agradáveis à carne. Mas a verdadeira fé é bastante humilhante, perscrutadora e completa, e não atrai o gosto carnal dos homens. Alguns preferem algo mais ostentoso, superficial e mundano. Os ouvidos e olhos são satisfeitos, a presunção é alimentada, e a justiça própria é enaltecida. Todavia, eles estão enganados, porque, na hora da morte e no Dia do Juízo, a alma necessita de algo mais substancial do que cerimônias e rituais em que possa confiar. Oferecida sem um coração sincero, toda forma de adoração é um fingimento e uma zombaria descarada da majestade no céu. O rasgar do coração é uma obra realizada por Deus e experimentada com solenidade. É uma tristeza secreta experimentada pessoalmente, não como um ritual, e sim como uma obra profunda e constrangedora da alma, por parte do Espírito Santo, no coração de todo crente. Não é uma questão para ser meramente discutida e crida, mas para ser aguda e sensitivamente experimentada em cada filho do Deus vivo. O rasgar do coração é poderosamente humilhante e completamente purificador do pecado; mas, depois, é docemente preparatório para as consolações graciosas que espíritos orgulhosos não podem receber. É distintamente característico, pois pertence aos eleitos de Deus, e para os tais apenas. O versículo de hoje nos ordena a rasgar o coração, mas ele naturalmente é tão duro quanto o mármore. Como, então, podemos fazer isto? Temos de levar nosso coração até ao Calvário. A voz de um Salvador quase morto rasgou as rochas naquela ocasião e continua tão poderosa agora como o foi naquele dia. Ó bendito Espírito Santo, faze-nos ouvir os clamores de morte do Senhor Jesus, e nosso coração será rasgado, à semelhança de homens que rasgavam suas vestes no dia de lamentação.

C.H. Spurgeon

sábado, 17 de dezembro de 2016

17 de Dezembro.

"Lembro-me de ti". 
Jeremias 2.2.

Observemos que Cristo se deleita em pensar sobre a igreja e contemplar a sua beleza. Assim como o pássaro retorna com freqüência ao seu ninho e o viajante se apressa em chegar à sua casa, assim também a mente persegue continuamente o objeto de sua escolha. Não podemos contemplar com assiduidade demais a face de nosso Senhor. Desde toda a eternidade, o Senhor Jesus tem achado as suas “delícias com os filhos dos homens” (Provérbios 8.31). Os pensamentos dele se estenderam ao tempo em que os seus eleitos seriam nascidos no mundo. Ele os viu em sua presciência. Davi escreveu: “No teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda” (Salmos 139.16). Quando o mundo foi criado, o Senhor Jesus estava lá e estabeleceu os limites do povo de acordo com o número dos filhos de Israel. Muitas vezes antes de sua encarnação, Ele desceu à terra em semelhança de homem. Nos carvalhais de Mame, no ribeiro de Jaboque, próximo das muralhas de Jericó e na fornalha da Babilônia, o Filho do Homem visitou o seu povo. Visto que a sua alma se deleitava naquele povo, Ele não podia descansar longe deles, pois seu coração os desejava. Nunca eles estiveram ausentes de seu coração, pois o Senhor Jesus havia escrito seus nomes em sua mão e gravado-os em seu lado. Assim como o peitoral do juízo que continha os nomes dos filhos de Israel era o ornamento mais brilhante que o sumo sacerdote vestia, assim também os nomes dos eleitos de Cristo eram as suas jóias mais preciosas e resplandeciam em seu coração. Podemos, freqüentemente, esquecer-nos de meditar nas perfeições de nosso Senhor, mas Ele nunca cessa de lembrar-se de nós. Repreendamos a nós mesmos pelo esquecimento do passado, e oremos por graça para trazê-Lo sempre na mais afetuosa lembrança. Senhor, pinta nos olhos de minha alma a imagem de teu Filho.

C.H. Spurgeon

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

16 de Dezembro.

"Vinde a mim". 
Mateus 11.28

O clamor do verdadeiro cristianismo é a amável palavra: “Vinde”. A lei dos judeus dizia com severidade: “Vai, tem cuidado dos teus passos no que diz respeito ao caminho pelo qual andarás. Transgride os mandamentos e perecerás; cumpre-os e viverás”. A lei era uma dispensação de terror que repelia os homens à semelhança de uma chicotada. O evangelho atrai com laços de amor. Jesus é o Bom Pastor que vai adiante de suas ovelhas, chamando-as a seguirem-no. Ele está sempre motivando-as a avançar com a doce palavra: “Vinde”. A lei repele; o evangelho atrai. A lei mostra a distância entre Deus e o homem; o Evangelho constrói uma ponte sobre aquele terrível abismo e traz o pecador por ela. Desde o primeiro momento de sua vida espiritual até que seja introduzido na glória, a linguagem de Cristo para você será: “Venha, venha a mim”. Assim como uma mãe estende os braços para o filhinho e o persuade a andar, dizendo: “Venha”, assim Jesus faz conosco. Ele sempre está adiante de você, chamando-o a segui-Lo como um soldado segue ao seu comandante. Ele sempre vai adiante de você, a fim de pavimentar o seu caminho e tornar clara a sua jornada. E você ouvirá a voz animadora dele, chamando-o a segui-Lo por toda a vida. Na solene hora da morte, as doces palavras com as quais Ele o introduzirá no mundo celestial serão: “Vinde, benditos de meu Pai!” (Mateus 25.34). Mais ainda, este não é apenas o chamado de Cristo a você, mas se você é crente, este é o seu chamado a Cristo: “Vem! Vem! Você desejará a segunda vinda dele. Você dirá: “Vem rápido”. “Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22.20). Você anelará por comunhão mais achegada com Ele. Conforme a voz dele chama você: “Vem”, sua resposta será: “Vem, Senhor e habita comigo. Vem, e ocupe, somente o Senhor, o trono do meu coração. Reine ali, sem rival, e consagre-me inteiramente ao seu serviço”.

C.H. Spurgeon

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

15 de Dezembro.

"Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela". 
Rute 1.14

Ambas as noras tinham afeição por Noemi; por isso, acompanharam-na em seu retorno à terra de Judá. No entanto, a hora da provação chegou. Noemi apresentou, sem egoísmo, a cada uma de suas noras as provações que as aguardavam. Se elas se interessavam por conforto e tranqüilidade, Noemi as exortou a retornarem aos seus amigos moabitas. A princípio, ambas declararam que lançariam a sua sorte com o povo do Senhor. Mas, depois de alguma reflexão, Orfa, com muito pesar e um beijo respeitoso, deixou a sua sogra, o povo e o Deus desta, e retornou aos seus amigos idólatras. Rute, porém, com todo o seu coração, entregou-se ao Deus de sua sogra. Uma coisa é amarmos os caminhos do Senhor quando tudo se mostra agradável, outra coisa bem diferente é nos apegarmos a esses caminhos quando temos de enfrentar desencorajamentos e dificuldades. O beijo de confissão externa é muito barato e fácil, mas o apego prático ao Senhor, o qual deve se manifestar em decisão santa por meio da verdade e santidade não é pouca coisa. Qual é a sua posição? Seu coração está ligado em Jesus? Você já calculou o preço? Está solenemente disposto a sofrer todas as perdas do mundo por amor ao seu Senhor? O ganho futuro será uma recompensa abundante pois os tesouros do mundo não podem ser comparados com a glória a ser revelada. Nunca mais se ouviu falar sobre Orfa. Em gloriosa tranqüilidade e prazeres idólatras, a vida de Orfa mergulha nas trevas da morte. Rute permanece na História e vive no céu, pois a graça de Deus a colocou na linhagem nobre da qual veio o Rei dos reis. Benditas entre as mulheres são aquelas que podem renunciar tudo por amor a Cristo. Entretanto, esquecidas e pior que esquecidas serão aquelas que na hora da tentação ferem o escrúpulo e retornam ao mundo. Ó, que nesta manhã não nos contentemos com a forma de devoção que possa ser como o beijo de Orfa, mas que o Espírito Santo faça nosso coração apegar-se ao nosso Senhor Jesus.

C.H. Spurgeon

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

14 de Dezembro.

"Vão indo de força em força". 
Salmos 84.7

Há várias traduções destas palavras, mas todas elas contêm a idéia de progresso. Eles “vão indo de força em força”. Isto é, eles ficam mais e mais fortes. Habitualmente, se estamos andando, vamos do vigor para a fraqueza. Começamos animados, mas logo o caminho se torna difícil e o sol, ardente. Temos de nos assentar, para descansarmos e, então, dolorosamente seguir nosso cansativo caminho. Mas o peregrino cristão, havendo obtido novos suprimentos de graça, se mostra tão vigoroso como nos primeiros dias de sua jornada, mesmo depois de anos de viagem árdua e de lutas. Talvez ele não se sinta tão feliz e exultante ou tão ardente e ligeiro em seu zelo como no início, contudo, ele será mais forte em tudo o que constitui o seu verdadeiro vigor. Ele pode até avançar lentamente, mas se move com mais certeza. Alguns veteranos na peregrinação, pessoas maduras, têm permanecido tão firmes e zelosos em seu apego à verdade como nos seus dias de juventude. Contudo, temos de confessar que freqüentemente acontece o oposto. “Por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfria de quase todos” (Mateus 24.12). Mas isto é um pecado deles mesmos e não uma falha na promessa: “Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Isaías 40.30,31). Espíritos fatigados e tristes se assentam e se inquietam a respeito de futuro. Eles dizem: “Infelizmente, prosseguimos de aflição em aflição”. Isto é verdade, crente de pouca fé, mas, quando assim acontece, você também avança de força em força! Você nunca enfrentará um fardo de aflição que não tenha um fardo de graça suficiente amarrado no meio dele. Deus concederá a força da maturidade juntamente com o fardo colocado nos ombros fortes.

C.H. Spurgeon

13 de Dezembro.

"Sal à vontade". 
Esdras 7.22

O sal era usado em todas as ofertas queimadas ao fogo para o Senhor. Por suas propriedades de preservação e de purificação, o sal era um símbolo da graça divina no coração. Merece nossa atenção o fato de que quando Artaxerxes deu sal a Esdras, o sacerdote, não estabeleceu limite de quantidade (ver Esdras 6.9). Podemos estar certos de que o Rei dos reis, ao distribuir suas graças entre os participantes do sacerdócio real, não diminui a quantidade suprida. Com freqüência, somos restritos em nós mesmos, mas nunca somos restritos no Senhor. Aquele que decide recolher muito maná descobrirá que pode ter o quanto deseja. Em Jerusalém, não existe períodos de fome em que os cidadãos têm de comer seu pão racionado e beber sua água em medidas. Algumas coisas na economia da graça são medidas; por exemplo, nosso vinagre e nosso fel nos são dados com tal exatidão que nunca temos uma única gota a mais, mas do sal da graça não é feita restrição. “Tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá” (João 11.22). Os pais precisam lacrar as vasilhas de doces, mas não têm necessidade de fechar e esconder as vasilhas de sal, pois os filhos não comerão avidamente o sal. Um homem pode ter dinheiro demais, bem como honra demais, mas não pode ter demais da graça de Deus. Jesurum “engordando-se … deu coices” (Deuteronômio 32.15) contra Deus, mas não há possibilidade de o homem tornar-se cheio demais da graça. É impossível ter graça demais. Mais riquezas trazem consigo mais inquietações; todavia, mais graça traz consigo mais regozijo. Mais sabedoria é mais tristeza, mas a abundância do Espírito é a plenitude de gozo. Crente, busque o trono de Deus, suplicando-lhe amplo suprimento de sal celestial. Este temperará suas aflições, as quais não têm sabor sem sal. Ele preservará seu coração das corrupções, e, matará seus pecados assim como o sal mata os répteis. Você necessita muito. Busque muito, e terá muito.

C.H. Spurgeon

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

12 de Dezembro.

"Os caminhos de Deus são eternos". 
Habacuque 3.6

O que Deus já fez em um tempo, Ele o fará novamente. Os caminhos dos homens são variáveis, mas os caminhos de Deus são eternos. Há muitas razões para esta confortante verdade. Entre elas estão as seguintes: os caminhos do Senhor são o resultado de deliberação sábia. Ele ordena todas as coisas de acordo com “o conselho da sua vontade” (Efésios 1.11). A ação do homem freqüentemente é o fruto apressado de paixão e temor, seguido por arrependimento e mudança. Todavia, nada pode tomar o Todo-poderoso de surpresa ou acontecer de forma diversa ao que Ele previra. Os seus caminhos são frutos de um caráter imutável, e nestes caminhos podemos ver com clareza os atributos fixos e inalteráveis de Deus. A menos que o Deus eterno sofra alterações, os seus caminhos, que são Ele mesmo em ação, têm de permanecer os mesmos para sempre. Ele é eternamente justo, fiel, sábio, gracioso e compassivo. Então seus caminhos devem sempre ser distinguidos pela mesma excelência. Os homens agem de acordo com sua natureza. Quando a natureza de um homem muda, as suas atitudes mudam também; mas, Deus desconhece “variação ou sombra de mudança” (Tiago 1.17). Além disso, os caminhos de Deus são a encarnação de poder irresistível. Habacuque disse que Deus dividiu a terra com rios; montes Viram-no e se contorcem; as profundezas do mar ergueram suas mãos; e o sol e a luz permaneceram imóveis, enquanto Jeová marchava para livrar seu povo (ver Habacuque 3.9-13). Quem pode levantar a mão ou dizer-Lhe: “O que estás fazendo?” Mas não é somente o poder que outorga estabilidade. Os caminhos de Deus são as manifestações dos eternos princípios de retidão e, por isso, jamais passarão. A raça não eleita se consome e arrunai, mas os crentes verdadeiros têm em si uma vitalidade que as eras não podem diminuir. Neste dia, busquemos o nosso Pai celestial com confiança, lembrando que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre (ver He­breus 13.8), e que é sempre gracioso com seu povo.

C.H. Spurgeon

domingo, 11 de dezembro de 2016

11 de Dezembro.

"Fiel é o que vos chama, o qual também o fará". 
1Tessalonicenses 5.24

O céu é um lugar onde nunca pecaremos e onde cessaremos nossa constante vigilância contra um inimigo incansável. Não haverá qualquer tentador para enredar nossos passos. Ali, o vil cessa de importunar e os fatigados estão em descanso. O céu é a “herança incorruptível, sem mácula” (1 Pedro 1.4). É a terra da perfeita santidade e de segurança completa. Mas os crentes, mesmo estando na terra, não provam, às vezes, o gozo de segurança bendita? A Palavra de Deus nos ensina: todos os que estão unidos com o Cordeiro estão seguros; todos os justos firmam-se em seu caminho; aqueles que entregaram sua alma aos cuidados de Cristo descobrirão que Ele é um preservador imutável e fiel. Sustentados por esta doutrina, podemos desfrutar de segurança mesmo aqui na terra – não aquela elevada e gloriosa segurança que nos liberta de cada escorregadela, mas aquela segurança santa que surge da promessa infalível de Jesus de que nenhum dos que crêem nEle perecerá, mas estará com Ele onde Ele está. Crente, devemos sempre meditar sobre a alegria da doutrina da perseverança dos santos e honrar a fidelidade de nosso Deus por meio de uma confiança santa nEle. Que o nosso Deus lhe traga o senso de sua segurança em Cristo Jesus. Que Ele lhe assegure de que o seu nome está escrito nas mãos dele e sussurre em seus ouvidos a promessa: “Não temas, pois, porque sou contigo” (Isaías 43.5). Olhe para Ele, o grande Fiador da aliança, Aquele que é fiel e verdadeiro e que, por isso, está obrigado e trabalhando para apresentar a você, o mais fraco da família, juntamente com toda a raça eleita, diante do trono de Deus. Em tal doce contemplação, você beberá o vinho aromático das romãs do Senhor e provará as delicadas frutas do paraíso. Você provará as alegrias que deleitam a alma dos perfeitos santos no céu, se puder acreditar com firmeza que “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.”

C.H. Spurgeon.

sábado, 10 de dezembro de 2016

10 de Dezembro.

"E, assim, estaremos para sempre com o Senhor". 
1Tessalonicenses 4.17

Até as mais agradáveis visitas de Cristo são breves e transitórias. Em um momento, nossos olhos O vêem e nos regozijamos II com alegria indizível e cheia de glória” (1 Pedro 1.8), porém, no momento seguinte, nosso Amado se retrai de nós. Em semelhança de uma corça ou um jovem cervo, Ele salta pelas montanhas. Oh! quão agradável é pensar sobre o tempo em que não mais O contemplaremos à distância e O veremos face a face! Ele não será mais como um viajante que se demora apenas por uma noite. Ele nos envolverá eternamente no seio de sua glória! Não O veremos apenas por um pouco, mas Durante milhões de anos nossos olhos surpresos, Deverão vaguear sobre as belezas de nosso Senhor; E durante incontáveis eras, adoraremos, As maravilhas de seu amor. No céu não haverá quaisquer interrupções causadas pelo pecado ou por inquietações, nenhum choro ofuscará nossos olhos. Nenhum compromisso humano distrairá nossos pensamentos felizes. Não teremos nada a nos impedir de contemplar para sempre o Sol da Justiça, com olhos incansáveis. Oh! se é tão agradável contemplar a Jesus de vez em quando, como será agradável fitar sua face bendita para sempre, quando não teremos nenhuma nuvem se interpondo entre Ele e nós e nunca precisaremos afastar os olhos para contemplar um mundo de fadiga e miséria! Dia bendito, quando amanhecerás? As alegrias do mundo real nos abandonarão logo que quiserem, pois este querer traz compensações gloriosas. Se morrer significa entrar em comunhão ininterrupta com Jesus, então, a morte é realmente lucro, e a gota escura é submergida no oceano da vitória!

C.H. Spurgeon

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

MÚSICA DO DIA

QUE RAIO ACONTECE NA COZINHA #147 COMO FAZER ENROLADINHO (ou joelho) DE PRESUNTO E QUEIJO

09 de Dezembro.

"Por isso, o SENHOR espera, para ter misericórdia de vós". 
Isaías 30.18

Frequentemente Deus se mostra demorado em responder à oração. Temos várias ocorrências disso nas Escrituras. Jacó não recebeu a bênção do anjo enquanto não se aproximava o amanhecer; Jacó teve de lutar durante toda a noite pela bênção. A mulher sírio-fenícia não recebeu uma palavra sequer de resposta por um longo momento. Paulo buscou o Senhor três vezes, suplicando que o “espinho na carne” (2 Coríntios 12.7) fosse removido. Ele não recebeu qualquer segurança de que isso lhe seria feito, mas recebeu a promessa de que a graça de Deus lhe seria suficiente. Se você tem batido na porta da misericórdia e não tem recebido qualquer resposta, eu lhe direi porque o poderoso Criador ainda não abriu a porta, deixando-o entrar. Nosso Pai tem motivos que Lhe são peculiares para nos manter em espera. Algumas vezes Ele faz isso para mostrar seu poder e sua soberania, de modo que os homens saibam que Jeová tem o direito de dar ou de reter. Em muitas ocasiões, a demora é para o nosso benefício. Talvez você seja mantido em espera para que seus desejos se tornem mais fervorosos. Deus sabe que a demora agiliza e aumenta o desejo, e que se Ele o mantiver esperando, você verá sua necessidade mais claramente e buscará mais seriamente. Ele sabe que você valorizará muito mais a resposta por causa da longa demora. Também pode haver algo que precisa ser removido de você, antes que lhe seja dado o gozo do Senhor. Talvez o seu modo de ver o plano do evangelho seja confuso, ou talvez você esteja colocando alguma confiança em si mesmo, ao invés de confiar simples e inteiramente no Senhor Jesus. Talvez Deus o faça esperar um pouco a fim de que possa, finalmente, mostrar-lhe mais completamente, as riquezas de sua graça. Todas as suas orações são arquivadas no céu e se não são respondidas imediatamente, esteja certo de que não serão esquecidas. Em breve, elas serão respondidas, para a sua satisfação. Não permita que o desespero silencie a você. Continue orando com fervor.

C.H. Spurgeon

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

08 de Dezembro.

"Pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas". 
Apocalipse 3.4

Podemos entender este versículo como uma referência à justificação. “Andarão de branco junto comigo” quer dizer: tais pessoas desfrutarão de um constante senso de sua justificação pela fé. Elas entenderão que a justiça de Cristo lhes foi imputada, que todas elas foram lavadas e tornadas mais alvas do que a neve recém-caída. Este versículo também é uma referência à alegria e felicidade, pois entre os judeus as vestes brancas eram roupas usadas em feriados. Aqueles que não contaminaram as suas vestiduras terão o seu rosto sempre brilhante. Eles entenderão o que Salomão pretendia dizer com estas palavras: “Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho, pois Deus já de antemão se agrada das tuas obras. Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes” (Eclesiastes 9.7,8). Aquele que é aceito por Deus usará as vestes brancas da alegria e felicidade, enquanto anda em comunhão agradável com o seu Senhor. Por que existem tantas dúvidas, tanta miséria e lamentação? É porque muitos crentes contaminam as suas vestiduras com o pecado e, assim, perdem a sua alegria de salvação e a reconfortante comunhão com o seu Senhor. Eles não andam de branco aqui na terra. A promessa também se refere a andar de branco antes de estar diante do trono de Deus. Aqueles que não contaminam as suas vestiduras neste mundo mais certamente andarão de branco, lá em cima, onde os exércitos vestidos em roupas brancas cantam eternos aleluias ao Deus Altíssimo. Possuirão, com certeza, gozos inconcebíveis, felicidade inimaginável, alegria desconhecida à mente humana e uma bem-aventurança que nem mesmo os maiores desejos têm sido capazes de atingir. Os “irrepreensíveis no seu caminho” (Salmos 119.1) terão tudo isso – não por mérito de boas obras, mas por graça. Eles caminharão de branco com Cristo, pois Cristo os tornou pessoas “dignas”. Na bendita companhia de Jesus, tais pessoas beberão das fontes da água da vida.

C.H. Spurgeon

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

07 de Dezembro.

"Deus escolheu as coisas humildes do mundo". 
1Coríntios 1.28

Ande pelas ruas da cidade à noite, se você ousar, e verá pecadores. Observe quando as trevas da noite chegam, o vento sopra, e o assaltante esconde-se na entrada e você verá pecadores. Vá à cadeia, e ande pelos corredores; você observará homens com faces ameaçadoras, homens que você não gostaria de encontrar à noite, e encontrará pecadores. Vá aos reformatórios, e observe aqueles que revelaram uma desenfreada depravação juvenil, e verá pecadores lá. Vá a lugares remotos onde encontrará homens primitivos, e lá haverá um pecador. Vá aonde você quiser; não terá necessidade de explorar o mundo para encontrar pecadores, pois eles são muito comuns. Você pode encontrá-los em todas as ruas de todas as cidades, vilas ou bairros. Foi por eles que Jesus morreu. Se você encontrasse o espécime mais cruel da raça humana, eu ainda teria esperança a respeito dele, porque Jesus “veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10). O amor eletivo escolheu alguns dos piores para serem tornados os melhores. Seixos do ribeiro da Graça tornam-se em jóias para a coroa real. O Senhor Jesus transforma a escória indigna em ouro puro. O amor redentor separou muitos dos piores homens para serem a recompensa da paixão de nosso Senhor. A graça eficaz chama muitos dos piores homens para assentarem-se à mesa da misericórdia. Portanto, ninguém deve sentir-se desesperado. Leitor, existe um amor que brota dos olhos lacrimejantes de Jesus e um amor que jorra daquelas feridas sangrentas. Por esse amor fiel, esse amor forte, esse amor puro e tolerante; por esse amor do Salvador, nós o exortamos a não voltar atrás, como se não houvesse nada para você. Creia em Jesus e você será salvo. Confie-Lhe a sua alma, e Ele o trará à presença de Deus na glória eterna.

C.H. Spurgeon

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

06 de Dezembro.

"Como é o homem celestial, tais também os celestiais". 
1Coríntios 15.48

A cabeça e os membros do Corpo de Cristo têm a mesma natureza. Eles não são como aquela imagem monstruosa que Nabucodonosor viu em seu sonho. A cabeça era de fino ouro, mas o ventre e os quadris, de bronze; as pernas, de ferro; e os pés eram, em parte, de ferro, em parte, de barro. O corpo místico de Cristo não é uma mistura absurda de opostos. Os membros eram mortais, por isso, Cristo morreu. A Cabeça glorificada é imortal; portanto, o corpo também é imortal. O relato bíblico permanece: “Porque eu vivo, vós também vivereis” (João 14.19). Assim como é a nossa amável Cabeça, assim também é o corpo e cada membro particular do corpo: uma Cabeça eleita e membros eleitos; uma Cabeça aceita e membros aceitos; uma Cabeça viva e membros vivos. Se a Cabeça é fino ouro, todas as partes do corpo são também de fino ouro. Assim, há uma união dupla de natureza como uma base para a comunhão mais a che­gada. Pare agora, querido leitor, e verifique se pode contemplar, sem admiração e êxtase, a infinita condescendência do Filho de Deus em exaltar a nossa impiedade à bendita união com a glória dEle. Você é tão inferior que ao lembrar a sua mortalidade, dirá à corrupção: “Tu és meu pai” e aos vermes: “Vós sois minha irmã”. Mas em Cristo você é tão honrado, que pode dizer ao Altíssimo: “Aba, Pai” e ao Deus encarnado: “Tu és meu irmão e meu esposo”. Com certeza, se os relacionamentos com famílias antigas e nobres fazem os homens pensarem de modo elevado a respeito de si mesmos, temos muitas razões para nos gloriarmos acima de todos eles. Que o mais pobre e mais desprezado crente agarre-se a este privilégio. Que a insensata preguiça não o faça negligente em reconhecer sua estirpe. Não permita ele que nenhuma ligação tola introduza vaidades que ocupem seus pensamentos e expulsem esta gloriosa e celeste honra de união com Cristo.

C.H. Spurgeon

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

05 de Dezembro.

"Pedi, e dar-se-vos-á". 
Mateus 7.7

Conheço um lugar na Inglaterra onde um pedaço de pão era servido a toda pessoa que por ali passava e decidia pedi-lo. Não importava quem era o transeunte, ele tinha apenas de bater na porta do Hospital Santa Cruz, e havia um pedaço de pão para ele. O Senhor Jesus Cristo ama tanto os pecadores, que construiu o Hospital da Cruz. Quando o pecador está faminto, ele tem apenas de bater, e sua necessidade será suprida. Não, Ele fez melhor ainda. Ele vinculou a este Hospital da Cruz, um banho. Quando uma alma está imunda, ela tem apenas de ir até à cruz e ser lavada. A fonte está sempre cheia, sempre eficaz. Nenhum pecador jamais foi à fonte e descobriu que esta não podia remover-lhe as manchas. Os pecados que eram como a escarlata e vermelhos como o carmesim desapareceram todos, e o pecador se tornou mais alvo do que a neve. Como se isto não bastasse, anexado a este Hospital da Cruz, há um guarda-roupas, e um pecador, fazendo uso dele simplesmente como um pecador, pode ser vestido da cabeça aos pés. Se ele deseja ser um soldado, ele pode ter roupas que não sejam meramente comuns, mas armadura, que o cobrirá desde as solas de seus pés até a coroa de sua cabeça. Se ele pede uma espada, esta lhe será dada e também um escudo. Não lhe será negada coisa alguma que é boa. Ele terá tudo o que necessitar enquanto viver; e possuirá uma herança eterna de tesouros gloriosos, quando entrar no gozo de seu Senhor. Se todas essas coisas podem ser obtidas tão-somente por alguém bater na porta da misericórdia, ó minha alma, bate fortemente e pede grandes coisas ao teu generoso Senhor. Não deixes o trono da graça até que todas as tuas necessidades tenham sido apresentadas ao Senhor e, pela fé, tenhas uma esperança revigorante de que todas elas serão supridas. Nenhuma timidez deve impedi-lo quando Jesus convida. Nenhuma incredulidade deve nos impedir, quando Jesus promete. Nenhuma insensiblidade deve atrapalhar quando tais bênçãos estão para ser obtidas.

C.H. Spurgeon

domingo, 4 de dezembro de 2016

04 de Dezembro.

"Tenho muito povo nesta cidade". 
Atos 18.10

Estas palavras devem ser um grande estímulo para tentar­ mos fazer o que é bom, visto que o Senhor tem, entre os mais vis dos ímpios, os mais réprobos, os mais devassos e bêbados, pessoas que têm de ser salvas. Quando você leva até elas a Pala­vra, faz isso por que Deus lhe ordenou ser o mensageiro de vida para aquelas almas, e elas devem recebê-la, pois assim sen­do o decreto de predestinação corre. Elas são redimidas pelo sangue de Cristo, assim como os santos que agora estão diante do trono eterno. Elas são propriedade de Cristo, apesar de, tal­ vez, ainda serem pessoas que amam os bares e odeiam a santidade. Se Jesus Cristo as comprou, elas serão dEle. Deus não é infiel a ponto de esquecer o preço que o seu Filho pagou. Ele não suportará que o sacrifício vicário de Jesus seja algo ine­ficaz, inútil. Milhares e milhares de redimidos ainda não estão regenerados, mas eles têm de ser regenerados. Este é o nosso consolo quando procuramos alcançá-los com a Palavra vivifica­dora. Ainda mais, Cristo ora, diante do trono, por estes ímpios. “Não rogo somente por estes”, disse o grande Intercessor, “mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra” (João 17.20) . Almas pobres e ignorantes, que não sabem nada a respeito da oração em favor delas mesmas – o Senhor Jesus orou por elas. Os nomes delas se encontram na estola sacerdotal dEle; e, em breve, elas terão de curvar os joe­lhos rebeldes, suspirando palavras de arrependimento perante o trono da graça. “Não [é] tempo de figos” (Marcos 11.13). O momento predestinado não encalhou; quando ele chegar, elas obedecerão, pois Deus terá aqueles que são dEle mesmo. Elas terão de obedecer, pois o Espírito Santo não será resistido quando vier com plenitude de poder. “Apresentar-se-á voluntariamen­te o teu povo, no dia do teu poder” (Salmos 110.3). “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e… justificará a muitos” (Isaías 53.11). “Eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo” (Isaías 53.12).

C.H. Spurgeon

sábado, 3 de dezembro de 2016

03 de Dezembro.

"Em ti não há defeito". 
Cântico dos Cânticos 4.7

Havendo declarado sua igreja positivamente repleta de beleza, nosso Senhor confirma sua apreciação por meio de uma preciosa negação: “Em ti não há defeito”. É como se o Noivo tivesse pensado que o mundo insinuaria que Ele mencionara apenas as partes agradáveis da igreja e omitido, propositadamente, as características deformadas ou corrompidas. O Senhor Jesus resume tudo, declarando a beleza universal e completa da igreja, bem como a sua total ausência de mácula. Uma mancha é a menor coisa que pode deformar a beleza. Entretanto, mesmo desta pequena mancha, o crente é liberto à vista de seu Senhor. Se o Senhor Jesus houvesse dito que a igreja não tem nenhuma cicatriz severa, nenhuma deformidade horrível, nenhuma úlcera mortal, poderíamos nos admirar disso. Mas quando Ele testemunha que a igreja está livre de qualquer mancha, todas estas outras formas de aviltamento estão incluídas, e a profundidade do milagre aumenta. Se o Senhor Jesus houvesse prometido remover todas as manchas, agora mesmo ou no futuro, teríamos um motivo de regozijo eterno. No entanto, quando Ele fala sobre isto como algo que já foi realizado, quem pode conter as mais intensas emoções de satisfação e deleite? O Senhor Jesus não tem qualquer disputa com a sua esposa. Freqüentemente ela se afasta e entristece o Espírito Santo dEle. Todavia, o Senhor Jesus não permite que os erros de sua esposa afetem o seu amor. Às vezes, Ele a repreende, mas sempre da maneira mais carinhosa e com as melhores intenções. Ele a chama “querida minha” (Cântico dos Cânticos 4.1) mesmo quando ela erra. Não há qualquer recordação de nossas tolices. O Senhor Jesus não nutre pensamentos ruins sobre nós; mas, nos perdoa e ama, depois da ofensa, com a mesma afeição com que nos amava antes. Seu perdão é benéfico a nós, pois se Jesus fosse tão atento às ofensas como nós somos, como poderia Ele ter comunhão conosco? Nosso querido Esposo conhece muito bem os nossos corações insensatos para que se ofenda com nossas atitudes tolas.

C.H. Spurgeon

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

02 de Dezembro.

"Tu és toda formosa, querida minha". 
Cântico dos Cânticos 4.7

A admiração do Senhor por sua igreja é maravilhosa; e a sua descrição da igreja é brilhante. Ela não é apenas formosa, mas “toda formosa”. O Senhor Jesus vê a igreja nEle mesmo, lavada no seu sangue expiatório e vestida com a sua justiça. O Senhor Jesus considera a igreja cheia de graça e beleza. Isto não nos deve causar admiração, visto que Ele está contemplando a sua perfeita excelência. A santidade, a perfeição e a glória da igreja são as vestes gloriosas do próprio Senhor Jesus colocadas sobre a sua amada esposa. A igreja não é simplesmente pura e toda simétrica; é positivamente formosa e amável! Ela tem uma glória presente! As deformidades causadas pelo pecado são removidas da igreja. Além disso, ele obteve, por intermédio de seu Senhor, uma justiça meritória por meio da qual uma beleza real é conferida a ela. Os crentes têm uma retidão positiva que lhes foi outorgada quando eles tornaram-se aceitos no Amado. A igreja também não é meramente amável; ela é excelente­ mente amável. Seu Senhor a chama “mais formosa entre as mulheres” (Cânticos dos Cânticos 1.8). A igreja tem uma verda­deira excelência e valor que não podem ser rivalizados por todos os nobres e reis deste mundo. Se Jesus pudesse trocar a sua noiva eleita por todas as rainhas e imperatrizes da terra ou mes­mo pelos anjos do céu, Ele não faria isso, visto que a coloca em primeiro lugar, acima de qualquer outra coisa -a “mais formo­sa entre as mulheres”.Como a lua, ela brilha mais que as estrelas. Nem é esta opinião algo de que Ele se envergonhe, pois Ele convida todas as pessoas para ouvirem. Ele coloca um “como” diante de sua afirmação, uma nota especial de exclamação, convidando e prendendo a atenção. “Como és formosa, querida minha, como és formosa!” (Cântico dos Cânticos 4.1). Ele publí­ca sua opinião amplamente até agora e um dia, o Senhor Jesus confessará, do trono de sua glória, a verdade desta afirmação diante de todo o universo reunido na presença dEle. “Vinde, benditos de meu Pai!” (Mateus 25.34) será a solene afirmação do Senhor a respeito da amabilidade de seus eleitos.

C.H. Spurgeon

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

01 de Dezembro.

"Tu és o mais formoso dos filhos dos homens". 
Salmos 45.2

Toda a pessoa de Jesus é uma pedra preciosa e sua vida é contínua manifestação de seu selo espiritual. Ele é totalmente completo; não somente em suas várias partes, mas como um todo gracioso, glorioso. Seu caráter não é uma massa de cores suaves misturadas confusamente, nem um amontoado de pe­dras preciosas, colocadas descuidadamente umas sobre as outras. Ele é a figura da beleza e representante da glória. Em Jesus, todas as virtudes estão em seu devido lugar e cooperam para adornar umas às outras. Nenhuma das características da glorio­sa pessoa do Senhor Jesus atrai a atenção a expensas de outras. Ele é perfeito e completamente formoso. Ó Senhor Jesus, teu poder, tua graça, tua justiça, tua amabilidade, tua verdade, tua majestade e tua imutabilidade constituem um caráter tal, como Deus-homem, que nem o céu ou a terra viram em outro ser. Tua infância, tua eternidade, teus sofrimentos, teus triunfos, tua morte e tua imortalidade estão todos entretecidos em um magnífico tapete sem costura ou emendas. Tu és música sem dissonância. Tu és muitos, mas, apesar disso, não estás dividido. Tu és todas as coisas, mas, assim mesmo, não és diverso. Assim como todas as cores se unem para formar um arco-íris resplendente, assim também todas as glórias do céu e da terra se encontram em Ti, e se unem de modo tão maravilhoso, que não existe outro seme­lhante a Ti em todas as coisas. Ó Senhor Jesus, se todas as virtudes mais excelentes dos homens fossem atadas em um único feixe, não poderiam rivalizar contigo, espelho de toda perfeição. Tu fostes ungido com o óleo sagrado de cássia e mirra, que o teu Deus reservou tão-somente para Ti. A tua fragrância é seme­lhante à do perfume santo, à semelhança do qual nenhum homem pode misturar amoras. Com a arte do boticário, cada especiaria é fragrante, e a composição é divina. Oh! sagrada simetria! Oh! rara conexão De muitos perfeitos, faz única perfeição! Oh! música celeste, que em seus acordes deleita; Melodia agradável, única música perfeita!

C.H. Spurgeon